A ideia de um novo mundo sustentável e como podemos colaborar

  • Especial Sustentabilidade – Nos anos 60, a ONU – Organização das Nações Unidas, acreditava que haveria a cooperação internacional por meio de fundos monetários e transferência de tecnologia, visando atenuar os problemas com o crescimento econômico nos países mais pobres. Muitas nações em desenvolvimento, como o Brasil, julgavam inviáveis os programas de conservação ambiental, crendo que a deterioração ambiental era simplesmente uma das consequências do desenvolvimento. Assim, os países considerados pobres ou emergentes tornaram-se o destino das indústrias poluidoras, o que de certa forma, foi conveniente para os mais desenvolvidos.

O conceito de “ecodesenvolvimento” foi proposto em Estocolmo, em 1972, durante a Primeira Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento. Uma comissão mundial reconheceu a relação entre “conservação ambiental” e “desenvolvimento industrial”. Depois de meio século, ainda há muitas discussões e investigações para definir as formas de desenvolvimento que não esgotem os recursos, mantendo-os disponíveis e perenes.

Entre os anos 1980 e 1990, houve uma reavaliação desse conceito de desenvolvimento, com a “Terceira Década das Nações Unidas para o Desenvolvimento”, com o objetivo de repartir de maneira mais equilibrada e justa os benefícios do crescimento da economia mundial. Os problemas globais de ambiente e desenvolvimento fomentaram, em 1987, o conceito de desenvolvimento sustentável; um modelo socioeconômico com justiça social em sintonia com os sistemas de suporte da vida na Terra.

O conceito foi definitivamente incorporado na elaboração da Agenda 21, na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, a “RIO 92”, onde as nações assumiram a cooperação e as ações em busca do desenvolvimento sustentável. A “agenda” reconhece que as ocorrências com crescimento demográfico são globais e preconiza a necessidade de programas integrando o desenvolvimento ao meio ambiente.

Em 2002 aconteceu a Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, em Joanesburgo (África do Sul), onde reconheceram os três pilares interdependentes: desenvolvimento econômico, desenvolvimento social e proteção ambiental e, que sem a conscientização, e, o reconhecimento da importância do desenvolvimento sustentável, sua complexidade e o inter-relacionamento com as diversas questões ambientais, “a geração presente deixará para trás solos pobres, falta de água, atmosfera poluída, enfim, um planeta todo alterado e sujo”.

Em meio a essa jornada e às latentes preocupações, o processo de conscientização da humanidade sofre com as imposições e diferenças ideológicas. Enquanto a ciência emite alertas ambientais, alguns países relutam em colocar um freio no desenvolvimento, tentando prolongar as metas; utilizam-se do negacionismo, ignorando a realidade, em nome do “modo de vida” das populações. A discussão sobre o desenvolvimento sustentável surgiu como um argumento viável de causar mudanças.

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ou os “ODS” surgiram na Conferência das Nações Unidas no Rio de Janeiro, em 2012. Eles somam um conjunto de 17 objetivos para enfrentar as adversidades, sobretudo as mudanças climáticas, desigualdade dentre outras prioridades. Trata-se de um apelo universal da ONU e com um propósito de interligação, uma vez o sucesso de um, é associado a outro. Os “objetivos” ganharam uma imagem iconográfica poderosa, traduzida em todos os idiomas e amplamente utilizada em escolas, empresas, órgãos públicos e até mesmo em muitas residências.

 

Os 17 ODS

1. Erradicação da pobreza – Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares. 2. Fome zero e agricultura sustentável – Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável. 3. Saúde e bem-estar – Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades. 4. Educação de qualidade – Assegurar a educação inclusiva equitativa e de qualidade e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos. 5. Igualdade de gênero – Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas. 6. Água limpa e saneamento – Garantir disponibilidade e manejo sustentável da água e saneamento para todos. 7. Energia limpa e acessível – Garantir acesso à energia barata, confiável, sustentável e renovável para todos. 8. Trabalho decente e crescimento econômico – Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos. 9. Inovação infraestrutura – Construir infraestrutura resiliente, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação. 10. Redução das desigualdades – Reduzir as desigualdades dentro dos países e entre eles. 11. Cidades e comunidades sustentáveis – Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis. 12. Consumo e produção responsáveis – Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis. 13. Ação contra a mudança global do clima – Tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos. 14. Vida na água – Conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável. 15. Vida terrestre – Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da Terra e deter a perda da biodiversidade. 16. Paz, justiça e instituições eficazes – Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis. 17. Parcerias e meios de implementação – Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável.