Especial Sustentabilidade – A necessidade de promover o desenvolvimento sustentável incorporou alguns termos ao vocabulário e “Sustentabilidade” passou a fazer parte de discursos, projetos, programas e conferências nos mais diversos setores da sociedade, em todo o Planeta.
O “desenvolvimento sustentável” teria sido abordado com ênfase, pela primeira vez, em 1987, pela ex-primeira-ministra da Noruega Gro Harlem Brundtland, ao presidir uma comissão da Organização das Nações Unidas. Em seu livro “Our Common Future”, ou “Nosso Futuro Comum”, desenvolver sustentavelmente quer dizer “suprir as necessidades do presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprirem as próprias necessidades”.
Nos poucos minutos em que o homem marca a presença no relógio da existência, mostrou-se um tempestuoso dominador da natureza, como fosse ela provedora de seu bem-estar, devendo se subordinar às sociedades de consumo, com os recursos violentamente exauridos ao saciar o desenvolvimento exagerado e o desperdício de riquezas. Em nome da economia, o objetivo foi “extrair, produzir, vender, utilizar e, simplesmente descartar”, sem preocupações com o meio ambiente e tampouco com as futuras gerações.
Em pouco mais de 250 anos, a contar o início da Revolução Industrial, o homem imaginou os recursos naturais como infinitos e isso acarretou consequências drásticas. Bem antes disso já ocorriam agressões; boa parte da Europa sofreu a devastação das florestas com a retirada da madeira para a construção de embarcações, visando as empreitadas em direção ao novo mundo. Isso, somado às queimadas e o extermínio de espécies, nos dá uma dimensão da agressividade e o que ela proporcionou.
Os modelos de desenvolvimento causaram a poluição, o desequilíbrio ambiental e, além do mais, a desigualdade social. Sustainable, Nachhaltig, Sostenibile, bærekraftig, sostenible, enfim “sustentabilidade” pode ser a luz amarela no semáforo da existência humana, a exigir atenção máxima. É a palavra antes do “pare”. Os habitantes dominantes do Planeta Terra, por suas ações, não podem seguir consumindo e produzindo, sem esperar consequências; elas são cada dia mais evidentes.
A Natureza emite as faturas e isso requer ações comportamentais e, na escada das providências, ainda estamos nos primeiros degraus dessa relação entre o desenvolvimento econômico e o meio ambiente. Desenvolver e aplicar ideias no campo da sustentabilidade são atitudes que reforçam a harmonia entre a natureza e a sociedade em todos os empreendimentos humanos, na compreensão daquilo que é ecologicamente correto e em não esgotar os recursos naturais; tratando o meio ambiente com respeito, equilibrando o que usamos e o que podemos oferecer em troca.
A humanidade precisa dedicar muita atenção ao assunto, finalmente compreendendo a necessidade de usar, por exemplo, somente a quantidade de água e energia necessárias, evitando desperdícios; consumindo produtos que não ameacem a natureza por meio de embalagens; adotando novas posturas alimentares, como a ingestão de menos carne, uma vez que os rebanhos produzem gás metano e causam o efeito estufa; deve-se abandonar substâncias destruidoras da camada de ozônio, como os sprays que contêm CFC; é preciso evoluir na área da mobilidade, a começar pelo transporte público, incentivando o uso de bicicletas e motores não poluentes; os governos devem incentivar e aplicar programas de coleta seletiva e a população encarar com seriedade a reciclagem e reutilização de materiais.
A busca e a manutenção por fontes de energia limpas são plataformas que podem gerar eficiência no desenvolvimento sustentável, com viabilidade econômica. Propõe-se, assim, um novo pensamento na busca por meios que não interrompam o crescimento econômico, mas que deixem de interferir no meio ambiente.
Tornar a economia sustentável passou a ser o desafio de muitos países, seja por estudos ou o forte diálogo de convencimento, pois a sustentabilidade deve ser premiada com a “continuidade”, provendo o equilíbrio ao longo do tempo.
A mudança de atitudes e a conduta socialmente correta, por meio da formação dos indivíduos, com educação, ética, justiça social, ações solidárias e qualidade de trabalho para todos, fará a diferença.
A interação e o conhecimento das novas práticas, melhoram a qualidade de vida e isso prolonga a vida. Devemos valorizar a diversidade, causar relações de respeito e igualdade, combatendo o preconceito. Sustentabilidade, como alguns ainda resistem, não é um palavrão e nem um bicho de sete cabeças, é a solução para a nossa existência.
A humanidade chegou a esse limiar e, ao que se sabe, ainda não há outro planeta para onde podemos nos mudar, ou pedir socorro. Como na música, tudo “depende de nós”.