O setor de Saúde movimenta a maior fatia do orçamento; quase meio bilhão de reais ao ano

A prefeitura prepara um pacote de reformas de unidades e a abertura de novos espaços, mas antes, precisa lidar com a realidade no dia a dia e se manter como referência regional.  

Atender a área da Saúde é um desafio em todas as cidades brasileiras e uma discussão mundial, uma vez que implica em sustentabilidade e faz parte direta e indireta dos ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Quando a Saúde de um Município vai bem, os outros índices são crescentes e positivos.

A nota de Foz do Iguaçu é considerada muito boa, atinge, portanto, um nível alto de pontuação entre 60 a 79,9 pontos, segundo o Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades. Destacam-se como indicadores o Orçamento Municipal para o setor, a população atendida por equipes de Saúde da Família; Unidades Básicas de Saúde, e um item muito importante: “esperança de vida ao nascer”. O pior desempenho de Foz no índice é na “Incidência da Dengue”, que reflete não apenas as ações públicas, mas a participação da população nas medidas protetivas. Apesar das campanhas e do índice de óbitos, muitas comunidades não atendem os alertas como deveriam.

A rede pública é administrada pela Prefeitura Municipal, com Secretaria Municipal de Saúde que por sua vez controla Unidades Básicas de Saúde (UBS), Unidades de Pronto Atendimento (UPA), o Hospital Municipal e Centro de Especialidades, além de desempenhar um papel importante na área da Saúde Mental; a estrutura também conta com o CER IV, Centro de Reabilitação nas deficiências intelectual, auditiva, visual e motora; Especialidades e Vigilância em Saúde.

As UBS são responsáveis pelo atendimento primário, oferecendo consultas médicas, odontológicas, enfermagem e outros serviços. As UPAs fazem o atendimento de urgência e emergência. O Hospital Municipal atende a média e alta complexidade. O Centro de Especialidades atua em diversas áreas, como cardiologia, neurologia, ortopedia, etc. Há convênios com Fundações para a administração de alguns setores. A Secretaria Municipal de Saúde possui o maior Orçamento para 2024, quase meio bilhão de reais, exatos R$ 475.791.360,00.

Recentemente a prefeitura anunciou que está realizando o maior investimento da história na política e prevenção em saúde, ampliando em 125% o número de equipes que fazem parte da Estratégia Saúde da Família (ESF).

A ESF é a principal estratégia de promoção e prevenção de saúde do Brasil com resultados comprovados em todo o país. Em Foz, o salto foi de 35 para 92 equipes, assim, toda a população pode contar com uma equipe de Saúde da Família como referência para seu cuidado integral; a cidade alcançou a meta de 100% de cobertura da Estratégia.

A ampliação foi possível em razão do investimento na estruturação do quadro de profissionais e, em avançar no processo de territorialização, garantindo que cada paciente tenha acesso adequado ao serviço de Atenção Primária.

Segundo dados, a prefeitura dobrou o número de profissionais de várias categorias da Saúde como o caso de auxiliares de enfermagem, de 151 vagas para 369; cirurgiões dentistas, de 34 para 82; enfermeiros, de 78 para 155; médicos de 11 para 19 e agentes comunitários de saúde, de 231 para 326.

As equipes promovem um vínculo com os usuários das Unidades de Saúde, garantindo acesso, prevenção e promoção de saúde como preconizado pela Política Nacional de Atenção Primária.

Para que a ESF aconteça de maneira completa, a prefeitura precisou revitalizar e adequar as UBS, como aconteceu em localidades como Cidade Nova (região Norte), no São Roque, a UBS 24 horas Padre Ítalo, do Profilurb I e Porto Belo, em construção. Atualmente, a rede é composta por 29 unidades de saúde, além do atendimento 24 horas, no Porto Meira.

Somente no primeiro semestre deste ano, a Atenção Primária realizou cerca de 400 mil atendimentos, logo, uma média de 50 mil atendimentos por mês.

As equipes de ESF caíram na simpatia dos moradores uma vez que estão localizados próximas de suas casas. Cada grupo é formado por um médico, um enfermeiro, auxiliar ou técnico de enfermagem e agente comunitário de saúde e, atuam com população “adscrita”; isso quer dizer que cada localidade é de responsabilidade de uma equipe, com capacidade instalada para atender de 2.000 a 3.500 pessoas. O município conta também com equipes de “Consultório na Rua” e também para atender a Atenção Primária Prisional.

As UBS realizam acolhimento dos usuários; uma tarefa organizada pelos profissionais de enfermagem, o paciente é avaliado e o seu perfil definido, recebendo assim os encaminhamentos necessários dentro da rede de saúde ou na própria UBS.  Os agentes comunitários monitoram e acompanham as famílias em suas residências.

 

O Hospital Municipal

O Hospital Municipal Padre Germano Lauck apresenta resultados significativos na taxa de ocupação, em torno de 88%, e, a menor média de permanência nos leitos: 4,41 dias. Os índices são primordiais para analisar a eficiência e agilidade no giro de leitos em caso de necessitar receber mais pacientes. A média de permanência caiu em 75%, evidente a otimização no tratamento dos pacientes. No caso, os números refletem o desafio enfrentado pela instituição ao adotar uma série de medidas para o desempenho positivo. A qualidade dos profissionais da instituição conta muito na obtenção de índices assim expressivos.

 

Foz realiza mais de 500 cirurgias por mês

Durante um encontro que reuniu mais de 2,2 mil gestores na área de Saúde, o governo do Estado anuncio a liberação de R$ 1 bilhão para a saúde pública do Paraná. A medida deve fortalecer os serviços de saúde nas 399 prefeituras paranaenses. Foz do Iguaçu já opera mais de 500 pacientes por mês com o programa de interiorização das cirurgias, aliviando a dor de quem estava há anos aguardando um procedimento.

Os recursos liberados num período de final do ano ajudarão os municípios que precisam fechar oi caixa no setor da Saúde, mantendo investimentos e salários. Muitas cidades ainda não conseguiram suprir a fila de cirurgias desde a pandemia. O Ministério da Saúde, por sua vez, autorizou a recomposição do teto de combate ao câncer no Paraná para R$ 360 milhões, beneficiando entidades e hospitais que atuam na área como é o caso Hospital Costa Cavalcanti em Foz do Iguaçu.

 

Certificado de eliminação da Transmissão Vertical do HIV

A transmissão vertical do HIV ocorre quando a gestante, vivendo com HIV/Aids, não realiza tratamento adequado e transmite o vírus para o bebê ou também pode ocorrer no período do puerpério, durante a amamentação, no caso em que as mães estejam infectadas.

Foz do Iguaçu não registra casos de transmissão vertical do HIV desde 2017 e resultado é fruto de um trabalho desenvolvido pela equipe do Programa Municipal IST/Aids e Hepatites Virais e dos outros equipamentos de saúde de Foz do Iguaçu. O município obteve parecer favorável da Comissão Estadual de Certificação da Eliminação da Transmissão Vertical do HIV e foi habilitado a buscar a certificação a nível nacional.

O processo de trabalho e os indicadores do município foram apresentados à equipe Nacional de Validação do Ministério da Saúde no início do mês de outubro. Os técnicos conheceram os serviços do Programa IST/Aids; Atenção Primária em Saúde; Vigilância Epidemiológica; Lacen-Fronteira, a maternidade do HMCC (Hospital Ministro Costa Cavalcanti) e o Consultório na Rua.

O Município alcançou o principal indicador considerado para a Certificação, que é o de não ter nenhuma criança infectada pelo HIV nos anos de 2020 e 2021, anos considerados para a Certificação.

Em 2020 foram registrados 19 gestantes com o vírus, todas acompanhadas pelo Serviço de Assistência Especializada (SAE) do Programa Municipal IST/Aids e Hepatites Virais; em 2021 foram registrados 16 casos de gestantes com HIV, sendo todas acompanhadas pelo SAE.

Os demais indicadores necessários para a certificação também atestam a excelência dos serviços prestados na rede. Foz do Iguaçu obteve 100% de cobertura de gestantes infectadas com HIV em uso de terapia antirretroviral (TARV), medicamento indicado para prevenir a transmissão da doença para o feto. Além disso, a cidade alcançou 100% de acompanhamento das crianças expostas ao HIV, ou seja, até os 18 meses, com exame de sorologia negativo para a infecção para o vírus.

Foto de Christian Rizzi