Como um “lixão” se tornou um “aterro Sanitário”, tratando até o chorume

Os investimentos transformam líquidos com altíssima carga poluidora em água para a irrigação e lavagem de veículos

 

Especial Meio Ambiente

 

Aterros sanitários devidamente manuseados mantém a saúde da cidade, coletando e dispondo da forma correta os resíduos e rejeitos das casas, estabelecimentos, instituições e outros, sempre colocando o meio ambiente e a saúde como prioridades.

A área onde está o aterro sanitário de Foz do Iguaçu, fica na região norte da cidade. Inicialmente, evoluiu de um “lixão” para “aterro controlado”, e em 2001, foi implantado o conceito de “aterro sanitário”. É um terreno cuja área total ocupa 21.2365 hectares, sendo 81.096,73 m² em operação e 132.672,44 m² encerrados, com a capacidade média de recebimento de resíduos de 86.964,20 toneladas por ano. O aterro recebe cerca de 320 toneladas de resíduos diariamente. A previsão de vida útil é até o ano de 2039, prazo que pode diminuir caso haja o aumento da geração de resíduos pela população.

Diante dessa quantidade de resíduos acomodados no aterro sanitário de Foz do Iguaçu, há, consequentemente, uma grande produção de chorume e o volume é variável em função das chuvas e do processo de decomposição.

O Chorume é o nome dado ao líquido escuro que contém alta carga poluidora e é proveniente de matérias orgânicas em putrefação. Esse líquido viscoso, de odor muito intenso e desagradável, é frequente nos aterros sanitários, devido à alta carga de matéria orgânica recebida, proveniente dos resíduos produzidos pela população. Um material que procede de reações e processos físicos, químicos e biológicos juntamente com a água das chuvas que percolam através da massa de líquido aterrada.

Como agente poluente, o Chorume pode causar sérios danos ao meio ambiente, pois além da baixa biodegradabilidade, possui metais pesados, os quais os organismos são incapazes de eliminar.

O tratamento do chorume é de grande importância para o planeta e visa evitar que esse líquido atinja a água dos mananciais, contaminando os recursos hídricos e, por conseguinte, os seres aquáticos e inclusive os frutos e vegetais, que dependem da água para evoluírem.

Em 2019 foi adquirida e instalada no aterro sanitário uma estação de tratamento de chorume por osmose, capaz de tratar até 40 m3/dia de chorume bruto.

A osmose reversa é um processo de separação de substâncias através de uma membrana que retém o soluto, ou seja, a substância que pode ser dissolvida, pois é “solta”, sem vínculos. O solvente flui do meio mais concentrado para o menos concentrado, e, isola-se do soluto, por uma membrana que permite a sua passagem.

O chorume é drenado nas células onde são aterrados diariamente os resíduos, passando por canos subterrâneos até três áreas de lagoas; lá é armazenado, sendo posteriormente bombeado para a estação de tratamento, devolvido em formato de água não potável, mas em condições de uso para a irrigação e lavagem dos caminhões de coleta de resíduos, utilizados pela concessionária Vital Engenharia Ambiental.

Essa estação de tratamento teve um custo de R$ 1.800.000,00 e em 2021 tratou aproximadamente 7.256,27m³ de chorume, recuperando cerca de 5.079,38 m³ de água. A prática contribui para a minimização de impactos ambientais como a poluição do solo, rios e mananciais, provendo grande economia de água.