Itaipu terá Salas Seguras para abrigar equipamentos de supervisão e controle da usina

Espaços vão proteger o núcleo de processamento dos sistemas centralizados da usina, garantindo ainda mais segurança

Uma das etapas mais importantes do Projeto de Atualização Tecnológica da Itaipu teve início no mês de junho. É a construção da Sala Segura do setor de 50 hertz, espaço que vai abrigar o núcleo de processamento do controle centralizado da usina. Com 140 metros quadrados, o local contará com uma estrutura de vedação especial e ambiente controlado de umidade, acesso e temperatura, além de sistema de detecção de incêndio e alimentação elétrica própria.
A Sala Segura irá abrigar equipamentos do sistema SCADA, (sigla em inglês para Supervisory, Control And Data Acquisition), responsável pela aquisição de dados e pela supervisão e controle dos equipamentos de geração de energia e da Rede de Tecnologia de Automação (RTA), infraestrutura que será utilizada para hospedagem e integração de diversos sistemas de comunicação industrial e automação.
Ao lado da Sala Segura será construída uma sala de baterias, que irá proporcionar aos sistemas uma autonomia de aproximadamente 20 minutos em situações de eventual indisponibilidade da fonte de alimentação primária. Isso permitirá a operação ininterrupta dos sistemas durante o processo de identificação e acionamento de contramedidas para reestabelecimento da fonte de energia, como a utilização de gerador diesel ou outra fonte confiável de alimentação.
Independentes
A Sala Segura é uma inovação de Projeto de Atualização Tecnológica, cuja maior etapa, a de modernização dos equipamentos da usina propriamente dita, está sendo executada pelo Consórcio Modernização de Itaipu (CMI), formado por empresas brasileiras e paraguaias, vencedor da licitação binacional.
Segundo a engenheira eletricista Renata de Biasi Ribeiro Tufaile, gerente executiva do Comitê Gestor do Plano de Atualização Tecnológica (PAT), serão construídas duas Salas Seguras, uma no setor de 50 hertz e outra no setor de 60 hertz, independentes uma da outra.
“Os sistemas nelas hospedados são desenhados com redundância, provendo a continuidade da operação desses serviços em caso de falhas de equipamentos e, até mesmo, no caso de falha total de uma das Salas Seguras”, explica o superintendente adjunto de engenharia, Bruno Marins Fontes.
Localização
Alguns critérios foram definidos para a localização das Salas. “Foram considerados aspectos de segurança física, disponibilidade de espaço livre, facilidade de acesso, proximidade com os sistemas e equipamentos a ela conectados, disponibilidade de alimentação elétrica confiável e facilidade para instalação do sistema de climatização de alta precisão”, explicou o engenheiro Pedro Paulo Garcia, coordenador técnico do projeto.
Para amenizar a vibração do local e preservar os equipamentos sensíveis, serão instalados 40 isoamortecedores na base de cada sala. “Já existe uma vibração na própria estrutura com a operação das unidades. Os amortecedores têm a função de não permitir que essa vibração seja transmitida aos equipamentos”, afirma o engenheiro civil responsável pelo acompanhamento da execução da obra, Dimilson Pinto Coelho.
Os isoamortecedores são como “amortecedores especiais” para equipamentos suspensos. No caso da Sala Segura, toda a estrutura de 140 m² será construída sobre eles. De acordo com o fiscal de campo Everson Alves Pereira, o piso sobre o qual esses equipamentos serão instalados precisa ser milimetricamente nivelado para recebê-los.
Pereira conta que a equipe está sendo auxiliada, pela primeira vez dentro da usina, por um robô comandado por controle remoto, para agilizar o processo da obra.
A conclusão da Sala Segura – 50 Hz está prevista para o fim do ano; o início da construção da Sala Segura – 60 Hz está programada para os próximos meses.
Do analógico para o digital
Com a construção das Salas Seguras, a Itaipu ganhará uma infraestrutura segura para abrigar os equipamentos e sistemas que permitirão muito mais pontos de controle para supervisionar as unidades geradoras. Para ilustrar essa função, Renata Tufaile usa uma analogia dos carros da década de 1970. “Era uma leitura analógica. Era preciso estar na frente do painel para saber qual a velocidade do carro ou a temperatura do motor. [Atualmente], pode-se ter leituras digitais, com informações acessíveis até no celular”.
Ela ainda lembra que a tecnologia de construção da Usina foi puramente analógica, e, ao longo dos anos, os sistemas digitais foram sendo inseridos de forma gradual, como o primeiro sistema SCADA, implantado no início dos anos 2000. As Salas Seguras foram concebidas no projeto justamente pela necessidade de criação de um ambiente de alta confiabilidade e segurança, dedicado especificamente para a instalação da infraestrutura computacional associada aos novos sistemas digitais previstos no PAT. E a proteção desta infraestrutura é vital, principalmente com a mudança do analógico e com a necessidade de criação de novos protocolos. “Com uma massa de dados maior para estudar o desempenho, as equipes de Manutenção e Operação terão uma ferramenta valiosa para apoiar seu trabalho”, explica Tufaile.
O que é uma Sala Segura
Uma Sala Segura é um ambiente construído com materiais e tecnologias específicas para proteger bens contra diversos tipos de riscos, que podem ser tanto internos, como acesso não autorizado, quanto externos, como incêndios e terremotos. São projetadas para resistir a eventos adversos e garantir a segurança do que está armazenado dentro delas.

Imprensa de Itaipu