Faleceu na manhã desta segunda-feira, 30/10, o Doutor Acir Amilto do Prado, vice-presidente do Grupo Dinâmica – UDC. Ele, ao lado da esposa Rosicler Hauagge do Prado construíram um dos mais importantes grupos educacionais do Paraná.
Aos 86 anos ele realizava um tratamento no Hospital Santa Cruz, em Curitiba. Seu corpo foi velado no Cemitério São João Batista, em Foz do Iguaçu, até as 13h30, e levado para Curitiba para o sepultamento no Cemitério Parque Iguaçu.
A Prefeitura de Foz do Iguaçu, Câmara Municipal, além de órgãos empresariais, clubes sociais e entidades, prestaram homenagens diante do ocorrido. Vários amigos fizeram questão de ressaltar a importância do professor e dentista, como assina texto o jornalista Rogério Bonato.
O homem do silêncio e dos olhos brilhantes
Haveria muito mesmo para escrever sobre o Acir Prado, desde os tempos em que ele exercia a odontologia e, juntamente com a Rosicler, lá pelo final dos anos 70, fundaram a escolinha Xodó da Vovó. A narrativa renderia bons livros, contos e belos filmes.
Usar o termo “escolinha” não é em nada pejorativo e tampouco diminutivo, afinal, foi lá que o professor Acir e a professora Rosicler dimensionaram um sonho gigantesco e sem limites, hoje convertido em uma das maiores estruturas de formação do cidadão no Paraná. Francamente, sem demérito aos demais, a “escolinha Xodó”, remonta gerações recebidas diretamente do berço, só liberadas depois da pós-graduação e decorrentes extensões, e, ainda, conectadas com o velho e novo mundo. Onde mais isso seria possível neste país? Provaram, foi, a força ilimitada que há na valorização do pensamento e ensinaram como se dedicar a isso. Devem existir organizações similares, mas escrevo o que vi, da casinha de tijolos à vista, com um pequeno jardim florido em frente, ao monumental conjunto de edifícios voltados para a educação e que ocupa quarteirões, se espalhando como uma árvore pela região. Então, não há como mencionar o Acir, sem descrever a sua alma, parceria, obstinação, sua calma e tudo o que ele construiu com a sua família. Seria insultá-lo, caso seu esforço e legado não fossem mencionados com justeza.
Vamos, então, começar pela família. Acir e sempre, a Rosicler, acreditaram na educação dos outros, da mesma maneira que se esforçaram para formar os filhos, cidadãos de bem, arrojados e responsáveis; os Hauagge e Prado, em amplitude, formam um alicerce exemplar; assim deverão seguir pavimentando o futuro, o deles e de milhares de pessoas que por graça, aceitam o que oferecem.
As pessoas podem até dizer: puxa vida, é uma homenagem ao Dr. Acir, em sua despedida ou à UDC, Dinâmica, Xodó? É um tributo ao ser ou aos feitos? É tudo isso e deve ser assim, pois inegavelmente uma coisa é ligada a outra, no singelo significado da palavra “vida”.
Pessoalmente tenho a relatar que o Dr. Acir foi uma das pessoas mais centradas e ponderadas a que tive o privilégio e a honra de conhecer. Um homem de solidez em todos os aspectos, dos pequenos aos grandes gestos. Por várias vezes iniciamos conversas que antes passaram pelo mundo, e, mesmo fossem assuntos desagradáveis, acabavam em solução, com direito à mediação e conselhos. Felizmente, se eu fizer aqui uma conta, só lembrarei de coisas boas e inspiradoras. Acir inspirava. Sempre teve os olhos brilhantes e a mão estendida, de generosidade e paciência e vai ver é por isso é tão respeitado. O seu silêncio sempre foi a sapiência.
Uma tristeza enorme se abateu pela cidade, nos amigos e até em muitos que não conheciam o patriarca Acir Amilto do Prado. Quero aqui transferir o meu mais profundo sentimento de respeito à Rosicler, Rodrigo e Fábio, bem como aos seus filhos.
Rogério Romano Bonato