Batismo de embarcação marca nova fase da equipe de canoagem Flor de Lótus
Cerimônia simbólica chamada “Despertar do Dragão” aconteceu na última quarta-feira (27), no Icli. Equipe faz parte do Projeto Meninos do Lago, mantido por Itaipu e parceiros.
O Projeto Meninos do Lago promoveu, na última quarta-feira (27), a cerimônia de batismo da embarcação do tipo “dragon boat”, um barco de 15 metros de comprimento e 250 kg utilizado pela equipe Flor de Lótus para a prática de canoagem. A cerimônia, chamada “Despertar do Dragão”, aconteceu no Iate Clube Lago de Itaipu (Icli) e marcou também o aniversário de um ano da equipe.
“Para Itaipu, é uma grande alegria poder contribuir de alguma forma para a melhoria da qualidade de vida das alunas e de seus familiares”, disse a gestora do convênio pela empresa, Luciany dos Santos Franco, da Divisão de Educação Ambiental.
A Flor de Lótus é formada pelas chamadas “remadoras rosa”, um grupo de 29 mulheres que venceram ou estão em tratamento contra o câncer de mama e foram submetidas a mastectomia (retirada das mamas). O time faz parte das ações do projeto Meninos do Lago que, em 2020, foi ampliado para incluir vagas para paratletas.
O projeto é mantido pela Itaipu em parceria com o Instituto Meninos do Lago (Imel), a Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa) e a Federação Paranaense de Canoagem (Fepacan).
A cerimônia
O “Despertar do Dragão” é uma cerimônia singular, que segue um ritual praticado no mundo todo: o local é todo decorado com flores e é oferecido um banquete de frutas aos participantes. Então, são colocadas a cabeça e a cauda do dragão nas duas extremidades do barco; as alunas pintam olhos, língua e chifres, simbolizando o despertar. Antes de entrar na água, cada aluna do projeto deixou seu nome registrado numa das escamas do dragão, impressas no barco.
O nome escolhido para a embarcação foi “Nanda”, em homenagem a uma ex-aluna do projeto Meninos do Lago, que faleceu de câncer com apenas 19 anos. Também foi apresentada ao público a música-tema da equipe, o “Canto do Despertar”, composta pelo técnico do grupo, o fisioterapeuta Luiz Augusto Mazine, o Guto.
“A gente se envolve sentimentalmente com a proposta da canoagem rosa e, por isso, cada detalhe tem uma simbologia muito forte, seja para as alunas, seja para a equipe técnica”, afirma Guto, que tem entre as integrantes da equipe algumas pacientes de muitos anos. Ele próprio viveu na família a luta de combate ao câncer.
Primeira remada
Logo após a cerimônia e os agradecimentos, as integrantes da equipe Flor de Lótus realizaram a primeira remada do “dragão desperto” – já com a cabeça e a cauda. A equipe, composta pelo professor, capitã, timoneira e demais remadoras, seguiu pelo lago acompanhando as batidas da tamborista Kemeli Cavalcante. O som do tambor representa a batida do coração do barco dragão.
Durante o trajeto na água, as remadoras rosas foram saudadas e seguidas por alunos dos projetos Meninos do Lago e Velejar é Preciso. O Iate Clube de Itaipu apoia o projeto, com a liberação do acesso ao local das aulas e cedendo espaço para o armazenamento do barco. Esse apoio foi possível graças à integração promovida pela Itaipu entre os diversos projetos sociais que apoia.
Remadoras rosa
De acordo com Guto Mazine, a prática de canoagem traz uma série de benefícios, cientificamente comprovados, para a saúde e bem-estar das participantes. Além da possibilidade de estar em constante contato com a natureza, o esporte trouxe para o grupo uma significativa rede de apoio.
“São mulheres que passaram ou estão passando por um problema muito grave. O câncer de mama é a doença que mais mata mulheres no Brasil e no mundo, uma doença severa, então a gente precisa criar essa rede de apoio para que elas não se sintam sós, isoladas e tenham esperança, porque a pessoa com esperança é mais forte”, afirma Guto Mazine.
A tamborista Kemeli Cavalcante, 67 anos, é uma das integrantes mais velhas da equipe. Ela enfrentou o câncer de mama aos 44 anos, passando por dois tipos de quimioterapia e retirada total da mama. Há 22 anos é voluntária, realizando palestras de conscientização sobre a doença e levando palavras de apoio para mulheres que estão nessa luta.
O projeto do Dragon Boat entrou na sua vida da tamborista sem que ela percebesse. “Eu recebi um convite para participar do Dragon Boat, da canoagem, só que eu não sei nadar! Falei: como que eu vou fazer uma coisa dessa? Mas eu quero ir. Eu adoro desafios. Então, comecei a participar”, conta.
Assessoria