Olha só quem estará de volta em breve!
Entre podcasts, vídeos e textos, em breve, o Corvo recém saído dos impressos, dará o ar da graça em animação no Almanaque Futuro. Este e outros assuntos fazem parte da coluna de Rogério Bonato, exclusive para o Almanaque Futuro!
Veneno ambulante
O tal do metanol não é novidade, mas continua sendo um fantasma mal explicado. Trata-se de um solvente industrial, coisa para laboratório, fabricação de plásticos, tintas e produtos químicos. Quem mexe com isso de forma séria veste trajes de astronauta, porque uma gota já basta para intoxicar. É veneno puro: mata plantas, animais e humanos em pequenas doses. E, pasmem, tem quem o coloque em gasolina, alvejantes e até em bebidas. É a receita perfeita para transformar o cotidiano em roleta russa líquida.
Fatalidade anunciada
No Brasil da esperteza, sem fiscalização e cheio de “empreendedores criativos”, o metanol virou tempero mortal. Postos de fundo de quintal, bebidas batizadas de capeta, até comida com produto químico proibido: tudo circula impunemente. A tragédia está posta, gente morrendo em festas de aniversário, sem saber que brindava com veneno. É preciso alertar: não abasteça em ratoeiras disfarçadas de posto, não consuma nada sem procedência. O metanol, hoje, é quase uma arma biológica espalhada na esquina — e quem confia, paga com a vida.
Lula love, love, love
Depois do “date diplomático” com Donald Trump, Lula parece mais “paz e amor” do que nunca. A ponto de, quem sabe, entregar a faixa para o Geraldo Alckmin e se candidatar a chefe de protocolo da Casa Branca. O Brasil aplaude tudo, até soluço de americano. O Itamaraty virou claque oficial: se a Casa Branca pisca, Brasília sorri; se Trump espirra, já tem nota oficial de solidariedade. E, convenhamos, não falta quem ache esse romance político digno de novela das seis.
Aplausos ensaiados
Em audiência na Câmara, o chanceler Mauro Vieira declarou que o Brasil vai “aplaudir” o plano de Trump para a paz em Gaza. A ironia é cruel: em 2023, o mesmo Conselho de Segurança, presidido pelo Brasil, aprovou proposta semelhante — vetada pelos EUA. Agora, com a mesma receita, o governo brasileiro troca a indignação pelo aplauso. Afinal, tudo dentro da cartilha: cessar-fogo, ajuda humanitária, libertação de reféns. A diferença é quem assina o projeto. Quando é Trump, é sinfonia. Quando foi o Brasil, virou silêncio imposto pelo veto.
Agrada a quem?
O trânsito mata mais no Brasil que guerra com míssil, drone e bomba reunidos. A comparação é cruel, mas verdadeira: choram-se viúvas nas estradas como em Gaza. Pois bem, Bolsonaro afrouxou as regras da CNH aumentando a pontuação; agora Lula resolve que não precisa mais de autoescola para formar motorista. Sério mesmo? É a clássica medida populista: agrada no bolso, mas custa no cemitério. Falam em reduzir custos de R$ 4 mil para quase nada, mas quem paga a conta é a família que perde filho no asfalto. Em que balança será que o governo mede essas genialidades? Seria bem mais fácil organizar o setor, do que exterminar a vaca.
Honoris Unila
A UNILA decidiu somar-se ao coro das universidades que já concederam o título de Doutor Honoris Causa a Lula. E faz sentido: a instituição nasceu em 2010 como projeto de integração latino-americana idealizado justamente em seu governo. Agora, no terceiro mandato, ele retoma as obras do campus em Foz com investimento de R$ 800 milhões. Para os relatores, este é o título “mais orgânico e merecido” entre tantos já recebidos pelo presidente. No mínimo, é a prova de que Lula já tem doutorado acumulado o bastante para dar aula em qualquer universidade — só falta escolher matéria e combinar com os professores.
Minha amiga Ana
Se tem alguém capaz de juntar árabes e judeus, russos e poloneses, brasileiros e norte-americanos, esse alguém é a Ana Biesek. Pois não é que ela resolveu transformar a Fazenda Fazendo Arte em passarela multicultural? Dias 24, 25 e 26 de outubro, a Festa das Nações vai misturar comida típica, música, artesanato e aquela diplomacia do garfo que só Foz entende. Em tempos de arranca-rabo pelo mundo, Ana mostra que a paz pode muito bem começar num prato de pierogi ao lado de uma esfiha ou de um pastel de feira. Tudo é festa e se for de etnias, melhor ainda!
Meu amigo Piolla
Passei a madrugada virando páginas e me deixando levar pela poesia de Gilmar Piolla. Seu livro, inquieto como o título, instiga e embala o pensamento. Agora, o autor transforma versos em exposição: Ecos da Inquietude, estará nesta sexta-feira, na Casa TropCalia. São poemas expandidos em grandes painéis, que se tornam experiência visual e literária. E tem mais: toda a venda do livro será revertida à APAE. Poesia que emociona, arte que envolve e solidariedade que inspira. Estarei lá, como leitor e amigo, para aplaudir.
Meu amigo Sampaio
Quando era vice do Chico Brasileiro, eu dizia que tínhamos “Chico em dose dupla” — ou, se preferir, “elevado ao quadrado”. Mas, brincadeiras à parte, o delegado Francisco Sampaio é daquelas figuras que inspiram confiança. Agora assume a Delegacia de Santa Terezinha de Itaipu, cidade que clamava por presença firme na segurança. Dizem por aí que os bandidos roubam em Foz e vão dormir na vizinha. Pois bem: com Sampaio por lá, o mínimo que vai acontecer é perderem o sono. E que assim seja: cidade mais tranquila, população mais segura e meu amigo Sampaio em plena forma para fazer a diferença.
Minha amiga Dani
Um dia ainda farei a lista dos “geniozinhos” iguaçuenses — gente que transforma a vida ao redor e expande sua luz pela cidade. Dani Valiente está nela, sem dúvida. Jornalista, poetisa, escritora, ilustradora, mãe e amiga, agora nos presenteia com A Menina, o Broto e o Jardim. É um livro que fala de perdas, recomeços e descobertas, com a delicadeza de quem desenha a vida em prosa poética e ilustração própria. Conheço Dani desde os tempos de namoro com o Christian, depois os filhos, hoje adultos que honram o talento da família. Mas essa é outra crônica. Hoje é tempo de celebrar a menina que virou heroína e planta poesia em nosso peito.

Minha amiga Tutti e seu magnífico Jardim da Oma
O lançamento do novo livro de Daniela Valiente não poderia ter endereço mais simbólico: o Jardim da Oma, espaço criado por Dona Tutti, apaixonada por histórias que florescem. No próximo domingo, dia 5, às 17h, Dani reúne amigos, leitores e artistas para apresentar A Menina, o Broto e o Jardim, sua quarta obra, num encontro que mistura poesia, música e artesanato. A menina da narrativa nasce, cresce, sofre e recomeça — como todos nós. Será que eu vou nessa? Ah, certamente estarei lá.
Meu amigo Ivan
Minha geração foi privilegiada: conheci e ouvi de perto Chico, Vinícius, Milton, Caetano, Gil… e Ivan Lins, esse mestre de melodias inesquecíveis, sobretudo em parceria com Vitor Martins. Estive em várias de suas apresentações em São Paulo e no Rio, ora como fã, ora como jornalista — sei de sua trajetória a ponto de arriscar escrever uma biografia, se ele deixasse. Pois bem, neste sábado Ivan estará em Foz, e em grande estilo: no Bourbon, lugar à altura de sua música. Será noite de classe, poesia e emoção, como poucas cidades podem oferecer.
Meu amigo Bourbon
O Bourbon Cataratas reinaugura neste sábado o Pátio da Mata, espaço de 1.700 m² que une sofisticação e natureza, pensado para grandes encontros sociais e corporativos. Nada mais simbólico que marcar a reabertura com o Ivan Lins no palco. Com nova cobertura, iluminação e capacidade para até mil pessoas, o Pátio é uma joia dentro do resort, que já é referência em bem-receber. Cercado de verde, com estrutura de ponta e charme único, promete ser cenário de memórias inesquecíveis — e começa muito bem, embalado pela música. Aproveito e envio um abraço ao Willian Lass.
Meus amigos Vezozzo’s
Hoje, o destino que mais visito é a memória — e nela sempre encontro um Vezozzo pelo caminho. Recordo com carinho do seo Caetano, do Dr. Alceu (pai), do Alceuzinho, e agora vejo o Antonio, firme na missão de honrar a tradição da família. Ser hoteleiro, quando vem no sangue, é quase uma condição especial de humanidade: gente feita para acolher, cuidar, transformar a estadia dos outros em momentos felizes. É isso que distingue os Vezozzo’s — gente boa, de qualidade, com uma visão de mundo generosa. A todos eles, minha lembrança afetuosa e um abraço agradecido.
Meu amigo Corvo
A culpa é do Paulo Mac Donald Ghisi. Um dia, ligou num telefone de verdade — daqueles de disco; celulares nem existiam — e disse: “Escreva uma coluna chamada No Bico do Corvo, não há nome mais sugestivo para crítica política”. Achei ótimo e acatei a ideia, inaugurando o espaço justamente com ele, no bico do corvo. Talvez tenha se arrependido. Até hoje muitos acreditam que eu sou o Corvo, mas isso é engano: ele é apenas a parte irreverente do meu consciente, impossível de controlar quando resolve sair do meu corpo e voar na imaginação. A novidade é que o pássaro birrento ganhou corpo com a inteligência artificial e logo estará bicando, cantando e até animado em tela. O certo é que, depois de tantos anos, o Corvo voou para fora das páginas impressas e vai habitar outros mundos.