Nunca deixe alguém dizer quem você é! Minha jornada entre a comunicação e a arte
Por Eliane Luiza Schaefer
Há 21 anos, descobri os pincéis — e não foi de uma forma leve. Eu atravessava um período de depressão profunda e só encontrei a recuperação quando a arte passou a fazer parte de mim. Desde então, percorri um longo caminho, enfrentando desafios e superando cada um deles com dedicação e fé.
Durante uma fase difícil, devido a uma somatização, cheguei a ficar paralisada. Mesmo assim, aceitei convites para participar de programas de TV. Lembro que ia de bengala, sempre acompanhada — pela amiga Eugênia Haumann, pela prima Ana Laura, pelo meu filho Kauan e pela minha mãe, que nunca me deixaram desistir.
Aos poucos, recuperei os movimentos e voltei a me dedicar às artes plásticas. Fiquei entre as melhores colocadas no Concurso Aroldo Alvarenga e realizei a primeira exposição na Fundação Cultural, então presidida por Adelino de Souza, a primeira pessoa a abrir portas para o meu trabalho. Depois disso, a tarefa de fazer arte deslanchou…
Cerca de dez anos depois, recebi um convite do amigo Rogério Bonato — hoje meu marido — para escrever no extinto jornal Gazeta do Iguaçu. Depois, passei pelo Gazeta Diário e atualmente no GDia, onde sigo minha trajetória de comunicadora.
Quando comecei a escrever, não sabia se era aquilo que queria para a minha vida. Aos poucos, fui me identificando com o ofício e percebendo que, de alguma forma, ele também já estava em mim. Passei pelos cursos de Publicidade, Nutrição e, por fim, cheguei à faculdade de Jornalismo e, desde o primeiro período, encontrei a base e o propósito que me movem.
“Minhas raízes sempre estiveram na arte e na escrita. Não me prendo a rótulos. Sou o que sou — uma mulher que ajuda, incentiva, se envolve e se move por causas em que acredita. Apoio artistas, artesãos e entidades sociais. Essa é a minha missão hoje: apoiar as causas que ajudaram a me moldar. É a minha maneira de retribuir”.
A arte me curou da depressão e, por meio dela, consegui transformar vidas, inspirar pessoas e cultivar empatia — sem vaidade, apenas com respeito. Quando iniciei no segmento do artesanato, era difícil divulgar o trabalho, conseguir espaço para expor uma peça ou ser reconhecida. Hoje, consigo ajudar outras pessoas a mostrarem suas criações, e faço isso com orgulho, como a Eliane Luiza Schaefer, e não somente como um veículo de comunicação.
Sou grata a todos que caminharam comigo. Se fosse enumerar cada um, perderia a conta. A trajetória social também marcou profundamente a minha vida: na primeira exposição, “A Arte Envolvida”, trabalhei com alunos de escolas especiais e vivi dias de intenso aprendizado. No Lar dos Velhinhos, recebi lições que iam muito além da arte — lições de vida.
Mais tarde, em um hospital, conquistei espaço em uma ala e transformei o maior quarto que havia lá em ateliê. Ajudei muitas pessoas a descobrirem o talento. Me perguntavam: “Eliane como eu posso te pagar por essas coisas que fez?”. Eu respondia: “me pague com um sorriso” e voltavam a sorrir e a se levantar da cama. Para aquelas pessoas, oferecia o melhor de mim. Muitos que acompanharam essa fase sabem o quanto foi transformadora.
“Nada fiz por ego, mas por empatia.
Não se trata do “eu”, e sim do outro”.
Há cinco anos, fundei o Portal Almanaque Futuro, um espaço dedicado à arte, cultura, solidariedade, onde atuo ao lado do meu maior e melhor professor: o Rogério, meu marido. Produzi e continuo produzindo programas como “Rota da Arte” e “Papo de Cultura”, sempre guiada pela mesma essência — amor, inclusão e compromisso com o bem comum.
A vida nunca foi fácil, mas também nunca foi impossível. Com o apoio de pessoas que compartilham os mesmos valores, consegui construir meus sonhos e transformá-los em ações concretas e hoje, na soma do tempo, concluo que foram 21 anos dedicados à arte e 10 à comunicação, sigo pronta para ajudar e para aprender — porque a arte, a palavra e o afeto continuam sendo minhas maiores ferramentas de transformação.
Recebi várias homenagens por esse meu trabalho e as guardo com carinho: Destaque na Comunicação, Amiga da APAE, Mulher Destaque, além de convites para atuar como madrinha de concursos e curadora de arte. Recebo cada reconhecimento com amor e gratidão.
A mensagem que deixo é simples e verdadeira: independentemente de onde você trabalha, da função que exerça, idade ou do sexo, você é uma semente de Deus atuando na vida das pessoas. Não desvalorize, não diminua — apenas estenda a mão e incentive. Para mim, o verdadeiro mérito está em fazer as coisas com amor, humildade e humanidade — sem jamais passar por cima de outra pessoa, porque acredito piamente, que todos são iguais.
