Os responsáveis pela obra trabalham com a expectativa de solucionar os problemas com fluxo de veículos no trevo com a BR-469, e a população acompanha.
- Espécial Suplemento Obras e Construção Civil –
O pacote de obras estruturantes realizadas em Foz do Iguaçu não aponta ordem de importância, independentemente do tamanho do investimento. Todas as demandas são prioritárias e necessárias, levando em conta a opinião da maioria dos iguaçuenses, empresários e autoridades. Mas a Perimetral Leste, somando-se à Ponte da Integração, são as mais estratégicas. Elas solucionariam muitas questões agravantes e complicadas do perímetro urbano da cidade.
As obras são há muito tempo requisitadas pela população, e a Perimetral se destaca no topo da importância, porque vai agilizar o transporte de cargas oriundas da Argentina e do Paraguai, com a nova travessia sobre o Rio Paraná. Hoje, o transporte pesado utiliza avenidas centrais em Foz, causando congestionamentos e lentidão no trânsito, além disso, a operação implica em gastos com a manutenção do asfalto. Acidentes envolvendo os caminhões também fazem parte das ocorrências.
A Perimetral Leste receberá o fluxo de cargas, desviando-o da área central diretamente para a BR 277. O implemento inclusive aliviará a pressão na Ponte da Amizade, livrando a área comercial e turística de Ciudad del Este das filas diuturnas de caminhões. O mesmo ocorrerá no lado brasileiro, arejando a zona primária fronteiriça. Os novos acessos obrigam a Receita Federal a pensar em um novo endereço para a estação aduaneira, em local próximo ao encontro da Perimetral com a BR 277.
A nova ponte está pronta para ser usada, diferentemente da Perimetral. As autoridades se mostram muito preocupadas com a situação e tentam agilizar pelo menos a entrega do trecho entre a Ponte da Integração e o trevo da BR 469, possivelmente o gargalo mais problemático da cidade atualmente.
O local onde foi construído o viaduto, encontro da Avenida das Cataratas com a BR 277, recebe um intenso tráfego do centro da cidade, de localidades da área Sul, como o Porto Meira, o bairro mais populoso de Foz; é por lá que os caminhões carregados de produtos argentinos manobram para, ainda, ocuparem as ruas de Foz, e é a única passagem para se chegar ao Aeroporto Internacional, bem como aos muitos hotéis, parques temáticos e atrativos. O trevo em obras é também a passagem para as populações de vários bairros e moradores da zona rural. Em dias de feriados prolongados e nas temporadas, o entroncamento concentra filas em todas as direções. Desatar esse nó é o desafio dos responsáveis pelo gigantesco pacote de obras.
Com o trevo em atividade, os problemas estarão aparentemente resolvidos no tocante ao fluxo dos veículos leves. Haverá vazão no sentido das Cataratas e em sentido oposto, mas os caminhões ainda seguirão pela Avenida das Cataratas e Paraná, até as obras da Perimetral chegarem ao viaduto da BR 277.

As obras
O Almanaque Futuro percorreu a obra, registrando imagens por drones, inclusive. Há trabalhadores em vários pontos e, em boa parte, realizando serviços que, em geral, não aparecem porque estão debaixo do solo, como tubulações e galerias. Isso tem sido prejudicado pelas intempéries. No setor Norte, os trabalhadores avançam na construção do trevo na BR 277, que compreende outro grande viaduto. Há também obras nos acessos entre a Ponte da Integração e Tancredo Neves, na preparação do sistema aduaneiro. A boa notícia, segundo a previsão do DER, é a expectativa de entrega do trecho entre a nova ponte até o trevo da BR-469 até julho de 2023, no mais tardar até o início de agosto.
A população acompanha a obra com certa apreensão, afinal de contas, convive com as adversidades causadas por ela. Muitos, até mesmo responsáveis pelo trânsito, questionam a possibilidade de utilização da pista embaixo do viaduto do trevo. O caso é que, segundo os construtores, devem ocorrer obras de rebaixamento do piso, aumentando a altura entre a estrutura e o solo.
Em outro aspecto, a Avenida das Cataratas é um dos locais preferidos para a prática de atividades físicas, recebendo diariamente centenas de pessoas caminhando e ciclistas. Há interesse em saber como será possível ultrapassar o trevo, levando em conta que as obras na BR-469 anunciam pista para caminhada e para os ciclistas. O projeto prevê uma passagem embaixo do viaduto, separada das pistas, ou seja, uma espécie de galeria que permitirá a travessia confortável e segura dos transeuntes.
Segundo informações, o segundo semestre de 2023 será definitivo para a reprogramação dos prazos e cumprimento das etapas de obras na Perimetral Leste. Todas as questões de desapropriações e indenizações, por exemplo, já estão solucionadas.
“A interdição da pista, os desvios, o trânsito, isso não incomoda. Não ver gente trabalhando num local tão importante, isso sim preocupa”, desabafou um comerciante nas proximidades da Perimetral. Ao que parece, logo o trecho inicial receberá a pavimentação e as obras no entorno do trevo serão retomadas.
