Nova rede altimétrica vai melhorar informações sobre afluência do reservatório de Itaipu
Sistema terá 1.418 marcos, espalhados numa região que vai de Foz do Iguaçu a Guaíra, depois chegando a Cascavel e Presidente Prudente
A Itaipu Binacional vai ganhar uma nova rede de referência altimétrica para monitorar o nível do reservatório e da bacia incremental. A rede terá 1.418 marcos geodésicos, espalhados numa região que vai de Foz do Iguaçu a Guaíra, numa primeira fase, chegando a Cascavel e Presidente Prudente, no Estado de São Paulo.
O sistema faz parte do projeto Rede Altimétrica de Alta Precisão da Itaipu Binacional (RAIB), desenvolvido pela Divisão de Estudos, em parceria com a Divisão de Hidrologia. A margem direita acompanha o projeto por meio da Divisão Apoio Operacional, para a implantação da rede no Paraguai.
O objetivo do trabalho é melhorar o referencial de altitude que Itaipu usa no reservatório e nos corpos de água que contribuem para a sua formação. “Um dos resultados esperados é que as previsões hidrológicas, usadas para a programação de geração de energia, sejam mais precisas”, explicou a engenheira cartógrafa e agrimensora Roberta Dal Bosco. “Ou seja, teremos uma melhora na qualidade da informação.”
No último dia 14, técnicos da Itaipu e das empresas terceirizadas responsáveis pela implantação do sistema instalaram o marco geodésico 001, em frente ao refeitório da margem direita. Como está em área dentro da usina, o ponto é binacional e servirá às duas redes – brasileira e à futura paraguaia.
Roberta Dal Bosco detalha que os novos marcos terão o mesmo padrão adotado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que tem a rede topográfica mais antiga do Brasil. No caso do 001, a estrutura é de aço inoxidável de alta qualidade (316L), uma tecnologia nova e mais estável. Serão instalados em pontos estratégicos da rede. Outros marcos serão do tipo tradicional, com base de concreto.
“O nosso projeto prevê que a empresa contratada para a instalação dos marcos faça uma vistoria dos pontos existentes do IBGE e avaliar quais poderão ser integrados à nossa rede”, adiantou Dal Bosco.
O gerente da Divisão de Estudos, Henrique Gazzola de Lima, acompanhou a instalação do marco 001. Ele comentou que os atuais referenciais altimétricos usados pela usina, formado por réguas e estações de medição, entre outros equipamentos, são precisos e funcionam muito bem. A ideia, salientou, é incrementar esse trabalho. “Então, na verdade, o novo sistema não vai solucionar um problema, mas dará mais excelência ao processo de cálculo hidrológico que acontece hoje”, disse.
Gazzola comentou que a implantação do projeto, embora pareça simples, envolve muita articulação (dentro e fora da Itaipu) e uma série de processos. “Porque muitas vezes instalamos os marcos em áreas públicas, praças, nas margens de estradas ou em propriedades particulares. São vários atores envolvidos, questões técnicas de alta precisão, e por isso o desafio é grande.”
O engenheiro geógrafo Diego Ortiz, técnico da Divisão de Apoio Operacional, disse que a margem direita está acompanhando o processo do lado brasileiro para a instalação da rede altimétrica no Paraguai. A proposta de rede terá, a princípio, em torno de 650 pontos e 1.500 km de extensão, numa área que vai de Hernandarias a Salto del Guairá e no triângulo que envolve Ciudad del Este, Assunção e Encarnación.
“O Paraguai, com a atual direção [de Coordenação da Itaipu], em matéria geodésica, está voltando a caminhar projetos de envergadura e essa rede em particular é de uma importância estratégica. Na margem esquerda, a RAIB deverá ser um dos maiores levantamentos geodésicos da América do Sul dos últimos 30 anos”, enfatizou.
Imprensa de Itaipu