A disputa em Foz terá lances de cinema
Os bastidores estão cheios de segredos. os eleitores, por sua vez, estão com os olhos bem abertos, ao contrário do que muitos candidatos imaginam. Leia na coluna de Rogério Bonato.
Ontem e hoje
“Prezado colunista, nasci em Foz, tenho apenas 23 anos e uma das lembranças da minha infância é a disputa eleitoral entre Paulo e Sâmis. Lembro também ouvir o Aírton falando no rádio, criticando e elogiando, perdi as contas de escutar o meu pai ligando para o Sérgio Caimi, na Sanepar, para ajudar a aliviar a pressão das contas de água de casa, ensinando algo para evitar o ar na tubulação, enfim, não há uma dessas pessoas que não conhecemos, porque se expõem em períodos como este e isso, no fim, nos ajuda a escolher. Não conheço o General, o Zé Elias e nem o Latinha, mas penso que se forem felizes nos votos, meus filhos terão daqui 20 anos, as mesmas lembranças que eu. Pergunto: será que essas pessoas tratam de evoluir como as outras coisas? Sem ofensas, estaremos em boas mãos? Serão capazes de vencer os desafios?”. A nota é assinada por Sérgio L. V. Bastos.
Há respostas?
Os leitores às vezes capricham nas perguntas e as respostas sertão entregues pelo tempo. Realmente nos perguntamos muitas coisas quando pensamos na evolução tecnológica do novo século e nilênio. Quando Paulo e Sâmis começaram a disputar os votos, ainda existiam vitrolas, aparelhos de fax, filme em máquina fotogrfáfica, papel carbono, fita cassete, mimeógrafo; nem todo mundo possuía celulares, mas isso não quer dizer que hoje, as pessoas daqueles tempos sejam superadas, pelo contrário, podem fazer parte de uma geração aprimorada. Pelo fato de serem considerados jurássicos, e, sobrevivido às hecatombes tecnológicas, estejam até mais capacitados que muitos jovens. Mas isso não vem ao caso. O que devemos colocar em primeiro plano é a capacidade de encararem os desafios, porque se julgam capazes. Ao se exercer a Democracia, tudo começa pela vontade de fazer e participar.
Cada um no mundo novo
Paulo e Sâmis são financeiramente bem-sucedidos, mas há uma diferença de origem; Paulo começou na engenharia e Sâmis na política. A carreira de Silva e Luna é inconteste, um servidor exemplar e, projetado nacionalmente; Aírton está na lista dos maiores comunicadores da nossa história e foi estudar, formando-se em direito; Caimi atuou em áreas sensíveis e conhece como poucos as necessidades básicas, porque sem água nada prospera; Latinha vive o dia a dia das comunidades carentes e o Zé Elias, além de empreendedor, atuou na educação, na formação de milhares de cidadãos; todos, independentemente da idade, estão bem adaptados a tudo o que evoluiu nas décadas de vida. O iguaçuense deve acreditar que há ótimos candidatos para escolher, e, cada um vê a cidade ao seu modo. Devemos levar as mão para o céu e dizer: “finalmente teremos uma eleição sem a interferência de laranjas!”. Isso, por si, é uma evolução.
O que o povo quer ver
A população quer ouvir os candidatos e saber como lidarão com os problemas e também a política, porque ela não é fácil. A melhor demonstração de encarar esse rabujo é participar dos debates. Se preparar, dar de frente com os oponentes e superá-los perante a opinião pública.
Há quem não queira
Os primeiros debates estão sendo organizados e já há candidatos refugando a participação. Mas vamos pensar: bairros, associações, veículos de comunicação, entidades de classe, igrejas, tempos, comunidades das mais diversas e a sociedade organizada disputam vaga no calendário esperando montar um ringue para os sete candidatos. Haja tempo para isso! Natural dedicarem espaço para a campanha, visitando todas as localidades, gravando programas para o horário eleitoral; uma agenda que é por demais atribulada, logo, alguém vai deixar de participar de um ou outro debate. Há quem esteja se preparando para os eventos de maior audiência. Cada um faz a estratégia ao seu modo.
Muita grana
Ao que parece “santo de casa não faz milagre” e Foz está sendo tomada por marqueteiros e equipes de campanha de outras cidades e até estados. No fim da noite, eles acabam todos se encontrando nos botecos. Imagina?
Bicudos
Os profissionais da cidade são preteridos, porque conhecem todos os candidatos e correm o risco de fazerem espionagem dupla, na base da sedução e da velha amizade. Isso é o que pensam os coordenadores de campanha, subestimando facilmente a capacidade e profissionalismo de pessoas com as quais convivem a vida toda.
Troca-troca
Aí, depois de um mês, os candidatos descobrem que os marqueteiros contratados à peso de ouro não dão conta, pelo simples fato de desconhecerem o terreno. É quando saem correndo atrás dos velhos amigos. Isso é infalível, à exemplo das campanhas passadas.
Os professores de Deus
E o pior não é apenas o desentendimento com marqueteiros, mas quando os políticos se julgam mais capazes e acima das pessoas que dão forma à campanha. Candidato organizado é aquele que se municia com dados verdadeiros e não os esconde. Há várias situações em que o povo do marketing não teve acesso às pesquisas, pelo contrário, recebiam dados mentirosos, ou levantamentos que só enchiam o ego dos candidatos.
Deoclécio e a casa nova
Dizem que ele está igual pato na lagoa, feliz da vida e se entendendo bastante com o Aírton José. Bom, coisa difícil é o Airton se desentender; é algo raro em sua trajetória de comunicador e político, e, por outro lado, o Deoclécio também é sangue doce, devem estar pensando em como tirar leite de pedra, porque não terão facilidades pela frente.
Namoro
A mudança foi abrupta, Deoclécio e o Avante estavam muito “avançados” na campanha de Paulo e, a mudança é um reinício completo de relacionamento. Se fosse um namoro, ainda estariam só pegando a mão um do outro, sem beijos e carícias, como em geral fazem os políticos rumo às eleições, mas trocando beliscões escondidos. Motel então, nem pensar. Calma é só jargão.
Paulo e Kodama
Eles estão tão entrosados como o Darth Vader e seu jovem padawan. É de se imaginar as lições de sabre de luz entre eles, Mac Vader precisa cuidar para não decepar uma das mãos do novo discípulo. Mas o aprendiz respeita muito o mestre e não encontrará dificuldades, o “japa” é paciente.
Paulo e os japoneses
A história se refaz. Depois da amizade com o Harry Daijó seria impraticável imaginar uma aliança nipônica da parte do Paulo, porque a relação foi de certa forma perturbadora e durou anos a fio. Daijó foi como Pearl Harbor na carreira do Mac, mas aso final isso ajuda a ilsutrar que o Paulo, apesar do trauma, não é em nada xenofóbico.
O japa é esperto
Thiago Kodama, enfim, possui uma virtude profissional que Paulo precisava muito aprender: o ato de surfar livremente nas redes sociais, sem medo de tubarão. O vice é expert no assunto e isso pode ajudar bastante a dominar um terreno movediço. Mas o jovem possui muitos outros atributos e a lealdade é um deles. Paulo deve se sentir seguro.
Sâmis e Maraninchi
Dizem que na organização de campanha, o ex-prefeito deve apresentar um projeto inovador na área da mobilidade e para isso conta com a eficiência e experiência do vice. Ele esteve à frente não só do Foztrans como nas recentes mudanças no setor de transporte da cidade, onde os números são de certa forma impactantes. O pequeno detalhe é desvencilhar a imagem do Chico. O povo teme tanto essa ligação, que chega a pendurar alho no pescoço, pois a rejeição é como um vampirão medonho.
Emplacar simpatia
Dizem que para jogar sal na limonada do Sâmis e do General, ou por onde estão espalhados os ex companheiros de Chico Brasileiro, neste caso leia-se: por todos os lados, Kalito Stoeckl deve complicar o assunto do transporte público. Parece que uma bomba foi armada e está à base de tic-tac…
E o Piolla?
Ele pediu licença na Binacional e desembarcou na campanha de Paulo Mac. Permaneceu por lá até o curtíssimo prazo final para a realização das convenções, portanto sem o risco radioativo. Na terça-feira passada já estava de volta em Itaipu. Mesmo assim, dizem que leva consigo dois litros de leite do tipo integral e fica o dia todo bebericando direto da embalagem. Vai entender? Conferindo de perto um colaborador disse que o conteúdo não é leite e sim detox.
Resultados
Mudando de saco para mala, algumas pessoas enviam mensagens criticando – a maioria grosseiramente – o desempenho da delegação olímpica brasileira nos jogos de Paris. Falam em fiasco, em vergonha, em desperdício de dinheiro e comentam todos os tipos de situações negativas, culpando os atletas. Mas será que isso é certo? Ganhar e perder faz parte da vida e o que interessa é se esforçar em busca dos resultados. Embora a quantidade de medalhas, nunca o Brasil esteve em tantas finais, até mesmo em modalidades que nem sonávamos.
Joga ou não joga?
Você caro leitor, se fosse técnico da seleção feminina de futebol escalaria a Martha, ou a manteria no banco de reservas, na partida com os Estados Unidos? Taí uma decisão difícil. É provável que Arthur Elias deixe a craque no banco, pelo menos no início da partida. O elenco caminhou muito bem sem ela e desenvolveu uma nova dinâmica de meio-campo. Tudo bem, seria como não escalar o Pelé, mas se é para vencer, e, conquistar a medalha de outro, tudo tem o seu preço. Inté.
Rogério Bonato publica regularmente no Almanaque Futuro