Intenção é que a União ceda o espaço em comodato com o município
O secretário de Turismo e Projetos Estratégicos de Foz do Iguaçu, André Alliana, encaminhou sexta-feira (16) junto à Superintendência de Patrimônio da União (SPU) no Paraná, proposta para utilização turística da Ilha Acaray, na fronteira do Brasil com o Paraguai.
A área, também conhecida como Ilha das Cobras, possui 12 hectares de vegetação nativa da mata atlântica e está localizada no leito do rio Paraná, 250 metros acima da Ponte Internacional da Amizade. Também foi encaminhado o pedido de expansão da área turística do Marco das 3 Fronteiras.
A intenção de implantar um complexo turístico na Ilha Acaray ganhou impulso no final do mês de maio após um sobrevoo na área da ministra do Turismo e do diretor-superintendente da Embratur, Daniela Carneiro e Marcelo Freixo, respectivamente.
“A intenção é que a União ceda o espaço em comodato com o município para que, a exemplo do que fez no Marco das 3 Fronteiras, utilize a área para a implantação de mais um complexo turístico em Foz do Iguaçu”, explicou Alliana.
De acordo com o secretário, o pleito foi recebido pela superintendente substituta da SPU, Cleise Bittencourt e também por Luciano Sabatike, que faz parte dos quadros do órgão federal. A partir de agora, explicou ele, os técnicos da Prefeitura irão elaborar um projeto que vai indicar quais os atrativos poderão ser implantados na ilha.
“Importante é saber que estão se construindo as condições necessárias para a cessão do Governo Federal desta área para o município”, disse Alliana. Que ressaltou: “Com isto, teremos condições de criar mais um grande complexo que vai se somar aos vários atrativos turísticos de Foz do Iguaçu da região da Tríplice Fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina”.
Mistérios
A formação da ilha, que pode ser vista da passarela da Ponte da Amizade, para quem segue a pé no sentido Brasil-Paraguai, data de 20 milhões a 30 milhões de anos, como resultado de atividades vulcânicas. Ela seria uma bolha de vulcão que não explodiu, dando origem ao local em formato de cone, o que contribuiu para o surgimento de mais uma lenda acerca do local.
Além de supostamente abrigar serpentes diversas, muitos moradores acreditam que a mesma, devido ao formato de cone, tem em seu interior um vulcão que estaria inativo há milhões de anos. A curiosa história chamou a atenção da equipe de produção do Estúdio C da RPC, interessada em desvendar o mistério.
A âncora Daiane Fardin foi até o local acompanhada do biólogo Joaquim Buchaim e do geólogo Amaury Rainho Jr, que confirmaram a presença de cobras no local, devido aos indícios de roedores. “Porém não em quantidade suficiente para acabar com a população destes animais, que estão no alto da cadeia alimentar das serpentes, observou Buchaim.
Para o geólogo, após analisar as rochas disponíveis no terreno, é possível definir que a ilha de Acaray é resultado de atividade vulcânica. “É resultado de um derrame de lava vulcânica que se transformou em rocha basalto. É uma ilha de atividade vulcânica, não um vulcão”, ressaltou Rainho Jr.
Lendas
Assim como as Cataratas do Iguaçu, a Ilha Acaray também tem uma lenda indígena que conta que uma índia chamada Jupira e de uma beleza espetacular vivia no local e todos os homens eram apaixonados por ela. Para sua segurança, ficava na parte mais alta do cone e só era visitada pelos pais. Em função disto, Jupira nunca se apaixonou por ninguém e permanece no local até os dias atuais.
A ilha, muito ligada a atividade pesqueira, guarda também um buraco chamado de caverna do Surubu, identificado durante um estudo que foi feito para a construção da Ponte da Amizade, que une Foz do Iguaçu e Ciudad del Este. O nome Acaray é uma homenagem a tribo indígena Acarayense exterminada pelos espanhóis. A ilha pertence ao governo federal brasileiro por estar à margem esquerda, antes do canal do rio Paraná.
Gestores de Turismo e Abav
O secretário André Alliana cumpriu uma extensa agenda de compromissos durante toda a manhã desta sexta em Curitiba. Logo nas primeiras horas, participou do Encontro Estadual de Gestores de Turismo, que teve Foz do Iguaçu como um dos destaques entre os debates. “Nosso município foi amplamente debatido pelas realizações na retomada das atividades e do turismo do período pré-pandemia e, em especial, pela liderança na seleção para se tornar um Destino Turístico Inteligente (DTI)”, disse.
Ele também visitou o estande de Foz do Iguaçu no Festival de Turismo do Paraná, promovido anualmente em Curitiba pela Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav). “No evento mantivemos muitos contatos importantes com lideranças para melhorar e ampliar a promoção e a divulgação do Destino Iguaçu em nível estadual e nacional”, completou Alliana.
