A Central de Tratamento de Resíduos atua com modernas tecnologias para garantir o ambiente e entorno
Impermeabilização do solo, drenagem e tratamento dos líquidos oriundos da operação; captação e tratamento do Biogás para o aproveitamento energético estão na lista das atividades
Especial Sustentabilidade/Redação Almanaque Futuro
Os aterros sanitários começaram a ser desenvolvidos na Europa no século XVIII, para tentar controlar os problemas de saúde pública. O descarte inadequado de resíduos gerava mau cheiro, proliferação de insetos e roedores, e contaminação do solo e da água.
Os alemães inovaram e elaboraram em Berlim, em 1797, o primeiro aterro sanitário moderno foi construído em Berlim, cobrindo o “lixo” com terra diariamente. Isso só foi acontecer no Brasil em 1917, na cidade de São Paulo e somente a partir da década de 1970, as áreas para o descarte foram regulamentadas por lei em muitos países, incluindo o Brasil, conforme a Lei Federal nº 12.305/2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. O país mantém cerca de 2.581 aterros sanitários ativos, segundo dados do Ministério do Meio Ambiente.
Em Foz do Iguaçu os “lixões” surgiram em meados do século passado. O maior deles ficava no setor sul, próximo ao Aeroporto. Lá tudo era disposto, sem qualquer critério de engenharia e nenhum tipo de impermeabilização. Não existia drenagem do chorume o que resultava na contaminação do solo, do lençol freático e dos cursos de água no entorno.
O despejo de resíduos domésticos, comerciais, industriais, eletrônicos e até mesmo o hospitalar, ocorria sem medidas protetivas aos trabalhadores, com sérios riscos de contraírem doenças. Não havia tampouco preocupações com o meio ambiente. Hoje o conceito é outro, a cidade possui uma Central de Tratamento de Resíduos – CTR´s; uma operação realizada pela Vital Engenharia. A empresa opera unidades similares em outras regiões brasileiras, em áreas são dotadas das mais modernas tecnologias para impermeabilização do solo, drenagem e tratamento dos líquidos oriundos da operação, além da captação e tratamento do Biogás para o aproveitamento energético.
A CTR´s em Foz é localizada na região norte da cidade, ocupando uma área de aproximadamente 21 hectares, com mais de 82 mil metros quadrados em operação. Cerca de 143.000 m² são considerados “encerrados”. A capacidade média de recebimento dos resíduos supera 86 mil toneladas ao ano, com uma previsão de vida útil é até 2039. Se houver o aumento da geração de resíduos o prazo pode diminuir.
Na Central de Tratamento, os resíduos são dispostos em células compactadas e cobertos com camadas de solo diariamente. O aterro é impermeabilizado com geomembrana de PEAD e camada de solo compactado, contando com sistemas de drenagem de chorume e gases resultantes dos processos de decomposição. A tecnologia de osmose reversa utiliza membranas de última geração, que filtram o percolado e produzem um efluente não poluidor, de altíssima qualidade, reaproveitado nas dependências do aterro sanitário, na lavagem dos veículos e equipamentos, no controle de partículas volantes, dentre outras providências.
Há uma “cortina verde” de eucaliptos em toda a extensão do aterro, bem como existe o monitoramento regular da qualidade das águas de nascentes e subterrâneas do entorno. Estão sendo realizados estudos avançados para o reaproveitamento energético do biogás.