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Com mais de 600 mil visitantes ao ano e um modelo de visitação que integra engenharia, natureza e educação ambiental, Itaipu consolida um turismo exemplar, capaz de ensinar, inspirar e revelar que grandes obras podem caminhar ao lado da conservação.
Redação Almanaque Futuro
O turismo em Itaipu nunca foi apenas uma visita guiada às entranhas de uma das maiores usinas hidrelétricas do planeta. Ele se transformou, ao longo das últimas décadas, em um dos projetos mais consistentes de educação ambiental e interpretação territorial da América Latina. O que antes era curiosidade sobre turbinas e concreto hoje se converteu em um sistema organizado, eficiente e multifacetado, que recebe mais de 600 mil visitantes por ano e posiciona Itaipu como um dos atrativos mais procurados do país.
Esse crescimento expressivo é fruto da atenção estratégica que a Binacional dedica ao setor. O Centro de Recepção de Visitantes (CRV) opera como um eixo logístico e educacional, organizado para atender ao grande fluxo com segurança, conforto e interpretação técnica precisa. Não se trata apenas de mostrar números de geração ou a imponência da barragem: o turismo ali é encarado como diálogo público, prestação de contas e demonstração de compromisso ambiental.
O conjunto de roteiros oferecidos é amplo e diversificado. O passeio Panorâmico revela a escala monumental da barragem e apresenta o reservatório como elemento estruturante da paisagem. O Circuito Especial leva o visitante ao coração da operação, com acesso a áreas internas, como o Canal da Turbina e o Centro de Controle, permitindo compreender a engenharia que move duas nações. O Ecomuseu resgata a história e o impacto sociocultural da construção, enquanto o Polo Astronômico expande o olhar para além da represa, conectando ciência, território e cosmos. Fechando esse mosaico, o Refúgio Biológico Bela Vista — referência continental — mostra, na prática, o compromisso com a fauna e a flora e se tornou o principal símbolo da restauração ambiental promovida pela Usina.
A grande lição de Itaipu ao visitante está justamente nesse legado ambiental. Antes da criação do reservatório, a região era marcada pela devastação da Mata Atlântica, impulsionada por décadas de expansão agrícola sem controle. Ao planejar o enchimento do lago, a Usina executou o maior projeto de reflorestamento da história regional, formando a Faixa de Proteção e contribuindo diretamente para o Corredor de Biodiversidade que hoje permite a circulação de espécies-chave — como a onça-pintada — entre áreas de conservação no Brasil e no Paraguai. No RBV, o visitante encontra animais resgatados, pesquisas de reprodução e programas de manejo que reforçam o papel de Itaipu como guardiã de um patrimônio natural antes ameaçado.
Outro diferencial estruturante é a adoção de práticas sustentáveis dentro da própria operação turística. Os veículos utilizados nos passeios — muitos deles elétricos — reduzem ruídos e emissões, reforçando a educação por meio do exemplo. A logística interna se integra a uma visão de mobilidade limpa que dialoga com o compromisso da empresa com energia renovável e soluções de baixo impacto.
O Centro de Visitação, por sua vez, é mais do que um ponto de partida. É uma sala de aula ampliada. Os conteúdos apresentados, a qualificação dos guias e o material educativo abordam temas como o ciclo da água, o papel das matas ciliares, o monitoramento da fauna e a importância da cooperação binacional para a segurança energética. O visitante sai não apenas mais informado, mas conectado a valores de responsabilidade socioambiental.
Ao estruturar seu turismo como ferramenta educativa, Itaipu demonstra que grandes obras podem — e devem — devolver à natureza mais do que tomaram. E ao fazer da visitação uma plataforma de conhecimento, reforça seu papel como centro irradiador de boas práticas para o mundo, mostrando que energia limpa só é plenamente sustentável quando dialoga com a ciência, a comunidade e o meio ambiente. Em Foz do Iguaçu, Itaipu é mais que potência: é lição, inspiração e um dos grandes orgulhos do país.

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