Um ano em movimento: o Mercado Barrageiro como palco da vida iguaçuense

Entre música, feiras, lançamentos, formações e celebrações, o primeiro ano do Mercado Público Barrageiro consolidou o espaço como ponto de encontro, cultura e cidadania em Foz do Iguaçu.

Redação Alamanaque Futuro (Imagens de duvulgação Mercado Público Barrageiro)

Depois de inaugurado, o Mercado Público Barrageiro passou por aquele período natural de observação: a população, curiosa e exigente, queria saber se o novo espaço corresponderia, de fato, ao antigo desejo por um mercado público vivo e significativo. Aos poucos, o que poderia ter sido apenas um centro de compras revelou outra vocação. O Mercado transformou-se num lugar de convivência, moldado por uma estratégia clara: apostar na cultura, na gastronomia e na experiência comunitária como motores de aproximação.

Ao longo de 2025, o Mercado ganhou ritmo próprio. Cinema, teatro, apresentações musicais, feiras de arte e artesanato, rodas de conversa, encontros de associações e lançamentos de livros passaram a fazer parte de um calendário contínuo. Com boa vontade e escuta ativa, Itaipu Binacional e Itaipu Parquetec acolheram propostas de diferentes setores, ajudando a consolidar a percepção de que o Mercado não é apenas um espaço da usina, mas um território social da cidade.

Um dos marcos do ano foi o credenciamento de artistas para o Circuito Cultural. O edital abriu oportunidades para músicos, grupos teatrais, dançarinos e outras expressões artísticas, com programação regular de quinta a domingo e remuneração adequada. A iniciativa fortaleceu a economia criativa, valorizou talentos regionais e deu ao Mercado uma identidade dinâmica, plural e acessível.

As ações culturais se multiplicaram em diferentes linguagens. Festividades temáticas, eventos sazonais e encontros comunitários movimentaram o espaço. O Luau Especial de Dia das Mães, por exemplo, reuniu famílias em uma celebração cheia de afeto, com apresentações ao ar livre, gastronomia e um tributo ao universo da música que se tornou um dos momentos afetivos do ano.

O Circuito Cultural foi tomando forma própria: quintas-feiras com forró, sextas dedicadas ao sertanejo, sábados embalados por samba ou pagode e domingos com ritmos variados. Esse arranjo transformou a ida ao Mercado em experiência emocional, não apenas utilitária. Caminhar pelos corredores, ouvir música, encontrar amigos, provar novos sabores — tudo isso moldou uma atmosfera que rapidamente caiu no gosto da comunidade. Nesse contexto, os cerca de 450 empregos diretos e indiretos ganham dimensão ampliada: não se trata apenas de trabalho, mas de construir um novo polo de vida urbana.

O Mercado também recebeu eventos de grande carga simbólica. O lançamento do livro Juvêncio — O Último Preso Político da Ditadura Brasileira deu ao espaço uma dimensão de reflexão histórica, aproximando gerações em torno de temas caros à redemocratização do país. Já o aniversário de um ano, celebrado com bolo coletivo e clima de festa, marcou um novo ciclo ao inaugurar espaços adicionais — como a academia externa, varanda temática, cozinha escola, biblioteca, áreas para oficinas e o Armazém do Campo — reforçando a vocação multifuncional do Mercado. No mesmo período, mas por coincidência histórica, foi lançado também o Museu da Imprensa de Foz do Iguaçu, ampliando o universo cultural da cidade.

A educação encontrou igualmente seu lugar no Mercado. O programa Empreendendo Futuro, voltado à formação de estudantes da rede pública, utilizou o espaço como cenário para debates sobre inovação, empreendedorismo, cultura maker e desenvolvimento sustentável. Professores, gestores e jovens circularam pelo antigo prédio da Cobal com um simbolismo evidente: onde antes se distribuíam refeições aos operários de Itaipu, hoje circulam ideias, oportunidades e perspectivas de futuro.

Ao completar seu primeiro aniversário, o Mercado Público Barrageiro confirmou aquilo que a cidade intuía desde o início. Ele se tornou mais que um atrativo turístico: tornou-se um ponto de encontro entre moradores e visitantes, entre passado e presente, entre trabalho, cultura e lazer. Um lugar onde Foz do Iguaçu, em todas as suas camadas, aprendeu a se reconhecer — e a se celebrar.

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