O fazer manual em Foz do Iguaçu: saberes, expressão e economia criativa

O artesanato ocupa posição central na economia criativa de Foz do Iguaçu, reunindo trabalho manual, preservação cultural e geração de renda. Produzido em grande parte por mulheres, muitas delas chefes de família, o setor reflete diversidade, identidade e pertencimento comunitário. Em 2025, diferentes iniciativas públicas e privadas ampliaram a visibilidade do artesanato, garantindo espaços de comercialização, formação e circulação em várias regiões da cidade.

Um dos principais polos permanentes do setor é o Mercado Público Barrageiro, que consolidou-se como ponto de encontro cultural e comercial. Ali ocorrem feiras temáticas, como a Sabores do Campo, reunindo empreendimentos familiares com produtos coloniais e artesanais. O espaço abriga exposições, lojas especializadas e um circuito regular que integra gastronomia, turismo e economia criativa.

No mesmo local funciona a Associação Artes Sem Fronteiras (AASF), com loja permanente e variedade de produtos, de cerâmicas e mosaicos a biojoias e peças religiosas. A atuação das artesãs do Clube de Mães, também presente no mercado, reafirma o protagonismo feminino e amplia oportunidades de renda e visibilidade.

A UNILA manteve seu papel como espaço de circulação cultural, promovendo feiras e mostras que aproximam o artesanato do ambiente acadêmico. As ações incluem oficinas e exposições que fortalecem o caráter educativo do setor e ampliam a formação artística de estudantes e visitantes.

Feiras tradicionais e eventos de grande circulação contribuíram para diversificar os pontos de venda. A Feirinha da JK, realizada aos domingos no início da Avenida Juscelino Kubitschek, segue como um dos espaços mais conhecidos da cidade, reunindo artesanato, gastronomia e apresentações culturais. Feiras de bairro, realizadas no Porto Meira, Vila A, Morumbi, Vila Yolanda e Vila C, ampliam a presença dos artesãos em diferentes territórios, sempre com organização comunitária e fluxo regular de visitantes.

Entre os eventos itinerantes, a Feira Armazém do Artesão ocupou shoppings e espaços comerciais ao longo do ano, reunindo dezenas de expositores com produtos feitos à mão, além de ações sociais e incentivo ao consumo consciente. A FEART, organizada pela Assemib da Vila A, consolidou-se como atividade permanente no calendário local, com edições temáticas em datas como Dia das Mães e Natal.

Ações institucionais fortaleceram o empreendedorismo feminino. O evento Ativa Elas, promovido pela Secretaria da Mulher, reuniu artesãs de gastronomia e artesanato, fortalecendo redes de apoio e ampliando a visibilidade do trabalho manual. Paralelamente, o programa Foz Fazendo Arte promoveu mostras com trabalhos produzidos em oficinas culturais realizadas em escolas, CRAS e entidades comunitárias, evidenciando o papel formativo do artesanato.

O setor também se expandiu em pontos permanentes de comercialização, como a Loja de Souvenirs da Paróquia São João Batista, que reúne peças artesanais e artigos religiosos produzidos localmente, diversificando o acesso do público ao trabalho dos artistas.

Mais do que um produto econômico, o artesanato representa autonomia, bem-estar e construção de perspectivas. Para muitas artesãs, o fazer manual contribui para a organização financeira familiar, fortalece a autoestima e se torna espaço de troca e convivência. A prática estimula concentração, reduz tensões e transforma oficinas e feiras em ambientes de acolhimento e vínculo comunitário.

As iniciativas realizadas ao longo de 2025 mostram que o artesanato em Foz do Iguaçu vai além da comercialização. Ele integra cultura, desenvolvimento social e economia criativa, preserva saberes tradicionais, amplia oportunidades de renda e reforça a importância do trabalho manual na construção da identidade local.

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