Foz do Iguaçu amplia seu eixo de consumo: lojas francas fortalecem o turismo e o varejo de fronteira

Foz do Iguaçu amplia seu eixo de consumo: lojas francas fortalecem o turismo e o varejo de fronteira

Redação Almanaque Futuro

A implantação do regime de lojas francas em cidades gêmeas de fronteira terrestre inaugurou, no Brasil, uma nova etapa na organização do varejo em regiões de fronteira. Autorizadas por legislação federal específica, essas operações permitem a venda de produtos nacionais e importados com isenção ou suspensão de tributos federais a viajantes que cruzaram a fronteira, dentro de cotas definidas pela Receita Federal. Em Foz do Iguaçu, o modelo encontrou um ambiente favorável, com grande fluxo turístico, estrutura hoteleira consolidada e histórico de compras nos países vizinhos.

Atualmente, a cota individual de compras nas lojas francas terrestres é de US$ 500, valor que vem sendo amplamente utilizado pelos consumidores e considerado um dos fatores de sucesso do modelo. Diante da consolidação do segmento e da elevada aceitação do público, empresários do setor, em articulação com entidades locais, autoridades municipais e parlamentares da região, defendem a ampliação dessa cota para US$ 1.000. A proposta é vista como estratégica para estimular ainda mais o consumo, ampliar a competitividade do varejo brasileiro de fronteira, incentivar novos investimentos e impulsionar a geração de empregos formais, em um setor intensivo em mão de obra.

A estratégia de instalação de free shops no eixo turístico brasileiro tem como objetivo reter parte dos gastos que antes ocorriam quase exclusivamente em Ciudad del Este e Puerto Iguazú. Ao oferecer produtos com tributação diferenciada em território nacional, os empreendimentos ampliam a competitividade do comércio local, fortalecem cadeias logísticas e diversificam a oferta de serviços ligada ao turismo de compras. Nesse contexto, a atuação de operadores como a Cellshop Duty Free e outros grupos especializados passou a integrar a vitrine econômica da cidade.

No Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu, a parceria entre a CCR Aeroportos e a Cellshop resultou na instalação de uma loja duty free em área de embarque, concebida como mais uma conveniência ao passageiro que encerra sua estada na região. A operação agrega produtos de segmentos como perfumaria, bebidas, eletrônicos, alimentos e acessórios, permitindo que o visitante utilize sua cota em um ambiente controlado, sem necessidade de novo deslocamento à fronteira terrestre. A presença dessa operação reforça a imagem de Foz como destino turístico completo, alinhado aos padrões de aeroportos internacionais.

No corredor turístico da Avenida das Cataratas, o Shopping Catuaí Palladium consolidou-se como um polo de lojas francas em ambiente de shopping center. Com três operações em funcionamento — entre elas a Cellshop Duty Free, de grande fluxo — o empreendimento concentra uma área dedicada a esse tipo de varejo, reunindo milhares de itens de marcas nacionais e internacionais. A proximidade com hotéis, resorts e atrativos turísticos faz com que as lojas francas se integrem naturalmente à experiência do visitante.

Levantamentos recentes indicam que Foz do Iguaçu figura entre os principais destinos brasileiros em volume de vendas em free shops terrestres, respondendo por parcela relevante do faturamento nacional do segmento. A avaliação positiva dos consumidores, aliada ao desempenho comercial, reforça o entendimento de que o modelo se consolidou e possui margem para expansão regulatória e operacional.

Para o visitante, o conjunto formado pelas operações de Ciudad del Este e pelas lojas francas em Foz do Iguaçu cria um circuito de compras diversificado e complementar. Para a economia local, a combinação entre turismo de natureza, turismo de eventos e turismo de compras amplia oportunidades de negócios, estimula a qualificação profissional e reforça a necessidade de planejamento urbano voltado à mobilidade, segurança e serviços no eixo turístico. Nesse cenário, a atuação de grupos presentes em ambos os lados da fronteira ilustra como o varejo passou a ocupar papel estruturante na dinâmica econômica da Tríplice Fronteira.

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