Do legado de Estocolmo à COP30: Itaipu e a prova definitiva de que desenvolvimento e preservação caminham juntos

Com a COP30 encerrada, Itaipu consolida seu papel global ao apresentar resultados concretos em inovação, infraestrutura e sustentabilidade, reforçando uma trajetória que une energia, território e preservação ambiental.

Redação Almanaque Futuro com fotos de Itaipu Binacional

Cinco décadas depois de ser mencionada nas discussões da Conferência de Estocolmo, em 1972, Itaipu retornou ao cenário internacional da política ambiental na COP30 não como promessa, mas como realidade consolidada. A usina, que nasceu sob escrutínio global, apresentou em Belém resultados tangíveis de uma trajetória em que conservação, tecnologia e responsabilidade social caminharam no mesmo compasso. A conferência, já finalizada, selou internacionalmente o reconhecimento de que Itaipu devolveu mais ao ambiente do que dele retirou.

Esse reconhecimento não veio apenas por discursos — veio por obras. Por meio de convênios com o Governo do Pará e a Prefeitura de Belém, Itaipu investiu cerca de R$ 1,3 bilhão em infraestrutura estruturante: redes de esgoto superiores a 50 quilômetros, pavimentação de vias, áreas verdes de convivência e a modernização portuária para recepção de navios de cruzeiro. Soma-se a isso o apoio à gestão de resíduos e à educação ambiental, que permanecerão como legado permanente da conferência.

No campo tecnológico, Itaipu apresentou soluções já em operação ou em estágio avançado. Entre elas, o primeiro barco latino-americano movido a hidrogênio verde e, sobretudo, a primeira amostra brasileira de bio-syncrude — base de combustíveis sintéticos como SAF e diesel verde — produzida pela síntese de hidrogênio verde e biogás. O processo, que envolve reforma a seco e a rota Fischer-Tropsch, é fruto de quase duas décadas de pesquisa do CIBiogás e de parceiros científicos. O avanço sinaliza aplicações reais na aviação e no transporte pesado, demonstrando que a descarbonização depende de inovação aplicada.

Encerrada a conferência, Itaipu emergiu fortalecida em duas frentes estratégicas. A primeira é a modernização tecnológica: um plano de US$ 670 milhões, iniciado em 2022, que substitui sistemas de proteção, comando e supervisão das 20 unidades geradoras e renova a subestação. O objetivo é assegurar eficiência, confiabilidade e longevidade aos ativos eletromecânicos.

A segunda agenda é institucional e decorre do momento pós-dívida. A quitação do financiamento de construção, em 2023, inaugurou uma nova fase, marcada pela renegociação do Anexo C e pela consolidação de um modelo tarifário que prioriza previsibilidade e modicidade. Para 2025–2026, cerca de US$ 709 milhões serão destinados à contenção tarifária, neutralizando narrativas que associam Itaipu ao encarecimento da energia.

Com a COP30 encerrada, o que permanece são os fatos: Itaipu entregou ciência, infraestrutura, tecnologia e política ambiental com resultados verificáveis. Reafirmou que desenvolvimento e preservação não são caminhos opostos, mas partes de uma identidade construída ao longo de meio século. E demonstrou que seu futuro — já em curso — é ancorado na modernização, na inovação de base científica e na cooperação internacional que sempre definiu o projeto binacional.

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