Como olhar para o futuro quando ele já faz parte do nosso nome?

Encerrar um ano e começar outro sempre exige algum grau de coragem. Exige revisitar memórias, fazer balanços, reconhecer fragilidades e redescobrir forças. No nosso caso, talvez a ironia seja ainda maior: falar de futuro quando ele está cravado até na marca que carregamos — Almanaque Futuro — e na forma como escolhemos existir.

Este editorial é escrito a quatro mãos e por duas cabeças que raramente descansam. Somos tomados por inquietações permanentes, por ideias que se multiplicam, por universos que se sobrepõem. E, sobretudo, por dois corações que insistem em pulsar com entusiasmo pelas coisas boas do mundo — porque elas existem, e sempre aparecerão para quem estiver disposto a procurá-las.
2025 não foi simples. Para nós, autores deste texto — Rogério Romano Bonato e Eliane Luiza Schaefer — foi um ano de sacudidas profundas, pessoais e profissionais, daquelas que reorganizam trajetórias e obrigam a repensar ritmos e prioridades.

Separar brevemente os caminhos ajuda a explicar o reencontro.

Para Eliane, 2025 começou com a necessidade de uma escolha difícil: uma colectomia para corrigir um problema congênito que se arrastava havia muitos anos. Vieram estudos, exames, semanas desafiadoras e a consciência de que a vida mudaria. Mudou — e para melhor. A recuperação é lenta, previsível, mas os resultados já aparecem com clareza: saúde reencontrada, novas perspectivas e, sobretudo, paz.

Para Rogério, a transformação veio de outro lado. No ano em que completaria meio século de jornalismo, viu-se obrigado a afastar-se do território que sempre foi o seu chão: o jornal impresso. Foram meses amargos até assimilar a ruptura. Mas nenhuma mudança dura para sempre quando se decide atravessá-la. A reinvenção venceu a nostalgia.

E é aqui que os caminhos se encontram outra vez: nas inquietações criativas, na insistência em fazer, no impulso de não aceitar o óbvio.

Do desconforto nasceu um novo Almanaque Futuro — multiplataforma, orgânico, vivo, com texto, áudio e vídeo. Um projeto que cresceu mais do que previmos, que encontrou público em fusos diferentes, que madruga conosco e com pessoas do outro lado do mundo pesquisando Foz do Iguaçu enquanto enviam mensagens inesperadas. Nada simboliza mais a razão deste trabalho.
2025 nos deu sustos, mas deu também asas. Com ele aprendemos, mais uma vez, que o que parece obstáculo vira detalhe; o que parece fim é página virada; o que parece perda abre espaço para um universo inteiro de possibilidades.

E 2026 já acena com novas travessias: a construção de uma casa, novas frentes de trabalho, projetos que se abrem como janelas e, quem sabe, algo que há anos adiamos — tempo. Tempo para respirar, viajar, conhecer mais, viver mais.

Nada disso é impossível. Apenas exige a mesma teimosia que sempre nos guiou.

O Almanaque Futuro segue adiante. Crescendo, se reconstruindo, aprendendo, dialogando, se permitindo mudar — como qualquer organismo vivo. E fazemos isso agradecendo imensamente aos leitores, amigos, anunciantes e parceiros que estiveram conosco, que acreditaram no caminho e que caminham ao nosso lado.

O futuro não espera. E nós também não. Vamos em frente. Venham conosco.

 

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