Números do Comércio mostram potencial e os rumos para superar a crise
Foz é uma das cidades mais importantes quando o assunto é geração de riquezas, tanto na faixa de fronteira como em todo o interior do Brasil.
A Avenida Brasil, desde a colonização, foi sempre o ponto de referência comercial de Foz do Iguaçu. A área de maior movimento compreende nove quarteirões, com menos de 1,5 km de extensão. O terreno acentuado, com subidas e descidas é normalmente percorrido pelos que fazem compras e frequentam a variedade de estabelecimentos locais, também espalhados nas vias paralelas e travessas.
No espaço de três décadas, e, com o desenvolvimento em várias direções, surgiram outros espaços, com um importante papel no abastecimento e comercialização de produtos. Hoje, localidades como Vila Portes, Jardim São Paulo, Morumbi, Vila A e Porto Meira, assumem dimensões de cidades, maiores que muitos municípios brasileiros. No relacionamento além das fronteiras, o movimento atrai argentinos e paraguaios, ou levam os brasileiros para o outro lado dos rios Iguaçu e Paraná. A flutuação cambial sempre foi causadora de fenômenos comerciais, com ênfase em muitos produtos.
Mas o fato é que Foz do Iguaçu, juntamente com outras oito cidades paranaenses, já frequentou a lista dos 100 maiores PIBs do Brasil. Foz do Iguaçu chegou a ocupar a 66ª posição, à frente de Ponta Grossa (79ª) e Cascavel (96ª). Hoje ocupa o 98º lugar, segundo dados do IBGE, com uma renda per capita (2018) avaliada em R$ 56.702,71. O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) (2010) é de 0,751. O total de receitas realizadas (2017) foi de R$ 1.031.540.530,00. Os números mudaram com a pandemia, mesmo assim muitos novos negócios foram implantados.
Apesar da vocação turística, é o setor de comércio o maior impulsionador da economia de Foz. Segundo dados do IBGE, Foz possui uma população estimada (2020) em 258.248 pessoas, uma densidade demográfica (2010) de 414,58 hab/km². O total de receitas, em 2017 foi R$ 1.031.540.530,00 diante de um número de 10.334 empresas atuantes.
Os números da ACIFI, Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu, principal órgão que congraça a economia, dão uma dimensão do potencial do setor. A entidade, sempre no debate em favor do desenvolvimento, representa mais de 1.600 empresas associadas, em torno de 15,50% das empresas em atividade na cidade em todos os segmentos. Juntas, esses negócios faturam em média 07 Bilhões de Reais ao ano e sustentam quase 18.000 postos de trabalho, o que corresponde a 27,50% de todos os trabalhadores assalariados da cidade. Isso perfaz uma massa salarial estimada de aproximadamente 700 milhões de Reais, equivalente a 35% dos salários pagos na cidade.
Parâmetros assim, falam alto quando a cidade inicia um projeto de recuperação econômica, envolvendo todos os segmentos, com vistas ao restabelecimento dos postos de trabalho e mais geração de empregos.
O momento é crucial para a tomada de decisões, sobretudo com a aproximação de um final de ano, possivelmente sem o arrocho das medidas sanitárias impostas pela covid-19.
Se a pandemia causou uma quase devastação nos negócios, também serviu para unir os setores produtivos, e da mesma forma, os centros comerciais mais destacados que hoje conversam mais uns com os outros.
Foz está se desenvolvendo no segmento de shopping centers, com projetos de expansão nos dois complexos da cidade, o que reflete a aprovação da população. Isso causou a necessidade de rever alguns conceitos, como é o caso da Avenida Brasil, que começa a discutir um projeto completo de revitalização. Em recente iniciativa, foi criado junto à ACIFI o Núcleo Territorial da Avenida Brasil, que tem realizado um trabalho de pesquisa de percepção dos empresários que possuem seus estabelecimentos no local. O questionário fez uma colheita de informações com a finalidade de promover a revitalização do local, que pode se transformar num exemplar shopping à céu aberto, o sonho de muitas cidades. Somaram-se à iniciativa a Câmara Municipal, Centro Universitário Dinâmica das Cataratas – UDC; Conselho Municipal do Turismo – COMTUR; Núcleo da Avenida Brasil, Parque Tecnológico de Itaipu – PTI, e, o Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa – SEBRAE. O resultado aponta uma série de medidas iniciais para os primeiros passos de demanda que envolve muitas empresas e empregos.
Na colheita de dados, 94% dos entrevistados considera que a revitalização da Avenida Brasil poderá aumentar o número de pessoas e consequentemente gerar mais negócios; da mesma forma, se tornar um potencial atrativo turístico. 97% acredita que isso gerará mais desenvolvimento e consequentemente empregos.
Foz do Iguaçu é uma das cidades contempladas na instalação de Lojas Francas, com várias experiências em curso. Os negócios implantados em expansão, agregando valor aos shopping centers onde funcionam.
O certo é imaginar que Foz mantém um poderio comercial preparado para o futuro, somando e suprindo a população em todas as áreas, com seus pilares sempre fortalecidos no interesse do desenvolvimento, geração e distribuição de renda, empregos e arrecadação de impostos.
Cooperativismo
Com uma forte organização no setor comercial e possível congraçamento de objetivos no futuro, os polos comerciais contam com o apoio das cooperativas financeiras; uma evidência disso é a quantidade de novas agências, principalmente em todos os polos comerciais emergentes. O Sicoob, por exemplo, teve como berço a ACIFI, por meio de 25 empresários que compõem a entidade e que fundaram a cooperativa há 20 anos. Atualmente a Cooperativa está em franca expansão, apoiando negócios de todos os segmentos, atuando em toda a região do extremo oeste do Paraná e também na região metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, levando para outras localidades a filosofia do cooperativismo.
Centro Integrado de Desenvolvimento Regional abriga ideias e práticas para o futuro
Com a inauguração da nova sede da ACIFI e do Centro Integrado de Desenvolvimento Regional, em outubro de 2019, Foz do Iguaçu começou a escrever mais um importante capítulo na história da região, do Paraná e das Três Fronteiras. Trata-se de um ciclo promissor do associativismo empresarial e da sociedade civil organizada para impulsionar a economia e colaborar com o progresso do município, do estado e do país.
O Centro Integrado de Desenvolvimento Regional abriga, atualmente, 18 entidades da sociedade civil organizada de vários segmentos (comércio, indústria, turismo, desenvolvimento, empreendedorismo, capacitação, financeiro, crédito, inovação, emprego, controle social, clube de serviços e órgãos públicos de vários setores).
Além de acolher órgãos da iniciativa privada e do poder público, o complexo conta com um amplo espaço compartilhado e preparado para receber atividades e eventos de múltiplos setores da economia e da sociedade. É a ferramenta à altura de Foz para debater e avançar em todos os temas de interesse da cidade e da região.
Redação
Foto de Roger Merireles/Assessoria/Divulgação