Prefeitura contrata com novos hospitais e amplia oferta de cirurgias
Pacientes que aguardavam pelos procedimentos já estão realizando exames pré-operatórios e sendo encaminhados para os hospitais
A contratação de novas instituições hospitalares no início de outubro está possibilitando que pelo menos mais duas mil pessoas que aguardam por cirurgias eletivas possam realizar os procedimentos antes do final deste ano. A Prefeitura de Foz do Iguaçu fechou contrato com o Hospital Madre de Dios (São Miguel do Iguaçu) e Nossa Senhora de Fátima (Missal) para ampliar a oferta, principalmente das especialidades de ginecologia e dos procedimentos de alta complexidade.
Essas novas contratações irão reduzir a lista de espera e acrescentar aos numeros registrados entre 2023 e 2024, período em que foram realizadas, aproximadamente, oito mil cirurgias. Os centros cirúrgicos do Hospital Municipal Padre Germano Lauck; do Centro Integrado de Saúde (CIS), instalado no Poliambulatório; da Bosco Clínica e Hospital Oftalmológico, e do Centro de Cirurgia Laser, juntamente com os pacientes encaminhados via TFD (Tratamento Fora do Município), foram responsáveis por mais de 700 procedimentos a cada 30 dias.
Conforme explicou o prefeito Chico Brasileiro, que tem cobrado resolutividade da equipe, para atender a alta demanda a lista de espera é trabalhada em dois eixos: realização das cirurgias e qualificação dos usuários. O primeiro é resultado dos esforços na busca de mais recursos para habilitar novas instituições hospitalares e conta, também, com o programa do governo estadual “Opera Paraná”.
A qualificação dos usuários consiste na checagem de nomes, com cruzamento de dados para identificar pacientes que não residem mais no município, realizaram o procedimento, faleceram ou perderam o interesse por outros motivos. O protocolo é uma medida estabelecida na operacionalização das filas dentro da Atenção Especializada, desde o final de 2023.
O secretário de Saúde, Ulisses Figueiredo, acrescenta que aos poucos Foz está deixando a herança da pandemia no passado. “Ficamos dois anos parados e isso agravou nossos problemas. Mas trabalhamos para ter resolutividade na saúde municipal”, disse, lembrando os investimentos em equipamentos para o Hospital Municipal Padre Germano Lauck durante a pandemia. “Temos uma estrutura robusta, mas que não consegue absorver a fila gerada pela população de Foz e de mais oito municípios lindeiros, além dos brasiguaios e estudantes oriundos de todo o País”.
Investimentos
Para auxiliar a estancar os números crescentes da saúde pública, o governo de Foz do Iguaçu recebeu suporte do governo estadual com os programas Opera Paraná, emendas parlamentares e, no final de 2023, veio o aporte da Itaipu Binacional (R$13.719.994,37) que tem permitido a contratação de novos centros cirúrgicos. Apesar do edital estar aberto desde novembro passado e dos valores atraentes – duas vezes a tabela aplicada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) – há pouca oportunidade de contratações.
Na outra ponta, desde 2017, foram injetados R$597 milhões na Atenção Primária, sendo R$ 418,5 milhões provenientes dos cofres municipais (recursos próprios). Somados aos recursos de emendas parlamentares e dos governos estadual e federal, foi possível reformular, construir e capacitar toda a estrutura básica para acompanhamento e prevenção de doenças que formam os gargalos das especialidades e, ao longo da vida, colocam o cidadão na mesa de cirurgia.
Resultados
Entre filtros utilizados para a qualificação da fila, investimentos e medidas incisivas da gestão, o saldo é positivo, conforme avalia a diretora da Atenção Especializada, Jassiara Morais. “Em pouco tempo, temos bons resultados, mas terá um reflexo maior no futuro da saúde pública da cidade”, explicou. “Trabalhamos para que todo usuário que precisa de uma cirurgia seja atendido com qualidade e razoabilidade de prazo”, disse.
A diretora afirmou que as listas de espera da saúde são dinâmicas. Segundo dados no Registro de Pacientes (RP), cerca de 1.250 pessoas são inseridas mensalmente no sistema. “Por isso, a importância dos investimentos na Atenção Primária. Somente com a prevenção vamos mudar esse cenário no futuro”, finalizou.
Fonte: AMN