Outubro Rosa: Um convite à prevenção e ao autocuidado

Postura ativa de cuidado com o próprio corpo

O mês de outubro marca uma campanha de extrema importância: o Outubro Rosa, um movimento internacional de conscientização sobre o câncer de mama. O psicoterapeuta Luti Christóforo comenta, “como psicólogo clínico, acredito que a saúde física e emocional caminham lado a lado, e a prevenção é um ato de autocuidado que vai além do diagnóstico precoce. Trata-se de olhar para si com atenção e carinho, valorizando cada aspecto da vida”.

O câncer de mama, embora tenha altas taxas de cura quando detectado em estágios iniciais, ainda é uma doença cercada de medos, tabus e desconhecimento. Muitas mulheres negligenciam os exames de rotina por receio do resultado, o que reforça a necessidade de um trabalho de conscientização que vá além do discurso técnico. “Precisamos falar sobre o medo, a ansiedade e o impacto emocional que essa doença traz, tanto para quem enfrenta o diagnóstico quanto para seus familiares e amigos”, explica Luti.

Psicoterapeuta Luti Christóforo/ Arquivo Pessoal

Para identificar precocemente o câncer de mama, as mulheres devem adotar uma postura ativa de cuidado com o próprio corpo. O autoexame é uma ferramenta simples e essencial: deve ser feito mensalmente, de preferência entre o 3º e o 5º dia após o término da menstruação. A mulher deve observar se há alterações visíveis nos seios, como mudanças no formato, tamanho ou cor, além de inchaços, retrações na pele ou no mamilo e secreções. Durante o toque, é importante verificar se há presença de nódulos ou áreas endurecidas. No entanto, o autoexame não substitui a mamografia, que deve ser realizada anualmente por mulheres acima dos 40 anos, ou conforme orientação médica, para detectar quaisquer alterações que não sejam perceptíveis ao toque. A combinação desses cuidados é fundamental para a detecção precoce e um tratamento mais eficaz.

Lidar com o diagnóstico de câncer de mama envolve uma série de dificuldades emocionais e psicológicas. O medo da morte, da perda da autoestima, e o impacto na imagem corporal estão entre os principais desafios. A mulher enfrenta uma reavaliação de sua feminilidade e, muitas vezes, sente-se fragilizada diante das mudanças físicas provocadas pelo tratamento, como a mastectomia e a queda de cabelo. “Além disso, há o impacto na vida social e familiar, já que muitas vezes o tratamento implica uma mudança drástica na rotina, o que pode gerar sentimentos de culpa, isolamento e até depressão. A incerteza sobre o futuro e o medo de uma recorrência da doença também são fardos pesados que muitas mulheres carregam durante e após o tratamento”, ressalta o psicológo.

A psicoterapia tem um papel crucial neste processo. Ao lidar com o câncer de mama, muitas mulheres experimentam uma montanha-russa emocional: medo, tristeza, revolta e, em alguns casos, uma profunda sensação de desamparo. O suporte emocional, oferecido pela psicoterapia, pode ajudar essas mulheres a atravessar essa jornada com mais leveza e resiliência. O acolhimento e a escuta são fundamentais para que cada uma encontre dentro de si a força necessária para enfrentar o tratamento e todas as mudanças que ele traz.

Além disso, é importante lembrar que o autocuidado não se limita ao aspecto físico. Cuidar da saúde mental é um ato de amor-próprio que fortalece a capacidade de enfrentar desafios. O Outubro Rosa nos convida a refletir sobre a importância de estarmos atentos às nossas emoções, aprendendo a lidar com o medo e com a vulnerabilidade que surgem diante de uma doença grave.

Por isso, aproveito este mês de conscientização para reforçar a importância de não apenas realizar os exames de prevenção, mas também de buscar um olhar integral sobre a saúde, cuidando da mente e do corpo com a mesma dedicação. Que o Outubro Rosa nos inspire a adotar uma postura preventiva e amorosa em relação à nossa saúde, lembrando que o bem-estar emocional é uma peça fundamental na luta contra o câncer de mama.

Assessoria