Foz do Iguaçu dá início à liberação de mosquitos que combatem a dengue

Os chamados “Wolbitos” serão soltos uma vez por semana em regiões selecionadas da cidade

Nesta segunda-feira, 26, ocorreu a liberação dos mosquitos Aedes aegypti com Wolbachia, os denominados “Wolbitos”. Agentes do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), acompanhados por técnicos do World Mosquito Program (WMP), realizaram a soltura inicial no Jardim Panorama. A partir de agora, serão liberados semanalmente 1.300.000 Wolbitos em Foz do Iguaçu, como parte de uma estratégia para combater a dengue, Zika e chikungunya.

De acordo com o Líder de Operações do WMP Brasil, Gabriel Sylvestre, “a ideia é que até o final deste ano seja realizada a liberação total dos mosquitos em Foz do Iguaçu. O objetivo é que em cerca de dois anos nós tenhamos um resultado mais expressivo, para que haja a demonstração com todos os dados sobre a redução de dengue no município”.

Atualmente, o Método Wolbachia está presente em 14 países ao redor do mundo. Foz do Iguaçu encontra-se entre os seis municípios selecionados nesta próxima etapa do Método em território nacional. Londrina (Paraná), Uberlândia (Minas Gerais), Presidente Prudente (São Paulo), Natal (Rio Grande do Norte) e Joinville (Santa Catarina) também fazem parte do projeto.

Fotos de Flávio Carvalho – WMP Brasil/Fiocruz

 

A iniciativa do World Mosquito Program (WMP) é conduzida no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), com financiamento do Ministério da Saúde e em parceria com a Prefeitura Municipal, Governo do Estado do Paraná e Itaipu Binacional.

A parte operacional do projeto será conduzida pelo CCZ, onde os agentes serão responsáveis tanto pela produção dos mosquitos na Biofábrica quanto pela liberação dos Wolbitos. A WMP, por sua vez, é encarregada da gestão do processo de implementação da nova metodologia. Esta parceria incluiu a definição das áreas de risco, utilizando os dados dos mapas de calor fornecidos pelo CCZ em colaboração com a equipe de epidemiologia.

Para a seleção dos municípios para a implantação do Método Wolbachia, foram considerados fatores como a população, a incidência de arboviroses urbanas, o clima da região e a infraestrutura disponível para a recepção dos Wolbitos. De acordo com a supervisora técnica do CCZ, Renata Defante Lopes, um estudo de risco inicial foi realizado em Foz do Iguaçu. “Analisamos os históricos de casos de dengue dos últimos 10 anos e identificamos as áreas com maior concentração de casos. Assim, 50% do território de Foz, onde houve mais ocorrências de dengue, receberá a liberação desses mosquitos”, explicou.

Nesta semana, os bairros Morumbi, Jardim São Paulo e Vila C serão os próximos a receber a liberação dos Wolbitos.

Atenção
Os mosquitos Aedes aegypti com Wolbachia não sofrem modificações genéticas. É importante evitar o termo “Aedes do Bem” ou “mosquitos do bem”, pois essa expressão é uma marca registrada associada a uma técnica distinta, diferente do Método Wolbachia.