O mês inicia com um novo foco: a campanha Fevereiro Laranja, que visa conscientizar sobre a leucemia e sua identificação precoce. As leucemias são cânceres raros e, de acordo com o INCA (Instituto Nacional do Câncer), está na 10ª colocação de incidência no Brasil.
A médica hematologista do CEONC Hospital do Câncer, doutora Sara Rigo, orienta sobre os sintomas que podem sugerir leucemia, que são: fraqueza, indisposição, manchas roxas pelo corpo, dor óssea difusa, febre na ausência de infecção, suor a noite na ausência de calor, emagrecimento, aumento do volume abdominal e aumento de linfonodos.
“Infelizmente, não existem exames ou cuidados para prevenir a leucemia, por tal motivo é importante que se conheçam os sintomas da doença para o seu diagnóstico e tratamento precoces”, reforça Sara.
A especialista explica que as leucemias estão divididas em 4 grupos: leucemia mielóide aguda, leucemia mielóide crônica, leucemia linfoblástica aguda e leucemia linfocítica crônica.
Segundo ela, as leucemias agudas são mais agressivas e com rápida progressão, sendo necessário um tratamento mais intenso, muitas vezes se faz necessário o transplante de medula óssea. Já as leucemias crônicas têm um curso menos agressivo, com tratamentos que podem variar de quimioterapias endovenosas ou somente quimioterapia via oral em comprimidos.
“Nas leucemias crônicas, apesar de serem menos agressivas, não há cura, há somente a remissão da doença, já nas leucemias agudas a cura varia de acordo com a resposta aos tratamentos, mutações genéticas da doença e a disponibilidade do transplante de medula óssea”, complementa.
Sobre a incidência das leucemias, ela explica que as crônicas têm seu risco aumentado com a idade.
“A leucemia linfocítica crônica não é encontrada em crianças e jovens, enquanto que a leucemia linfoblástica aguda tem seu pico de incidência na infância e volta a aumentar com o avanço da idade. A leucemia mielóide crônica tem incidência aumentada em idosos, mas pode ocorrer em todas as idades”.
A médica esclarece que os fatores de risco não são tão bem estabelecidos quanto aos outros tipos de cânceres. No entanto, a exposição a produtos químicos, como o benzeno e agrotóxicos, exposição à radiação, tabagismo, tratamentos de outros tipos de cânceres com quimioterapia ou radioterapia, síndromes genéticas como a síndrome de Down e histórico familiar, são alguns dos fatores que merecem atenção.
Sara reforça que não existem formas efetivas de prevenção, a não ser evitar a exposição aos fatores de risco citados. “O conselho é de que quanto mais cedo uma leucemia é descoberta, melhores são as condições de tratamento e menores os riscos de complicações”, completa a médica.
Doação de Medula Óssea
Além da premissa de conscientização, a campanha Fevereiro Laranja também tem o objetivo de informar sobre o cadastro do registro de doadores de medula óssea no Brasil, pois o transplante é fundamental para a cura de alguns subtipos de leucemia.
Para se tornar um doador voluntário de medula óssea, é preciso ter entre 18 e 35 anos, e procurar um Hemocentro próximo para realizar o cadastro e coletar uma amostra de sangue. Em Cascavel o Hemocentro está localizado na Rua Avaetés 370, o telefone é o (45) 3226-4549. Em Francisco Beltrão, o endereço é Rua Marília 1327, telefone (46) 3524-2434.
Assessoria