Ratinho Jr. joga para ganhar em Foz de qualquer maneira; Sâmis retorna ao cenário

A situação vai afunilando para três candidaturas e com o advernto do segundo turno, tudo pode acontecer.

  • Mais uma Coluna do Bonato – 

Moro fica?

Se depender do relator sim. Segundo uma informação o placar pode surpreender. Depende das conversas ocorridas nesta terça-feira, 02/04. As manifestações de hoje (quarta-feira) oferecerão mais clareza. Muita gente anda empurrando o ovo de volta na galinha. E no mais, o senador poderá recorrer em caso de situação desfavorável.

 

As mudanças partidárias

O assunto dos últimos dias tem sido a saída do General Silva e Luna do Republicanos e o provável ingresso no PL, do ex-presidente Bolsonaro. Há, no entanto, duas expectativas: a nova empreitada do General e a lamuriosa assinatura do Paulo Mac Donald na ficha do PP, se é que ele já não mudou de ideia. E assim, com essas e outras, eles vão protagonizando e desenhando a disputa eleitoral.

 

Quem manda na política de Foz?

Pelo visto não são os iguaçuenses. No caso do General Silva e Luna houve a intervenção do governador Ratinho Jr, Valdemar da Costa Neto, Jair Bolsonaro e Fernando Giacobo, que está mais para Cascavel do que Foz, para variar. E na questão do Paulo, aparece novamente o governador, Ricardo Barros, a filhota Maria Victoria, como peças chaves, uma vez que o jogo envolveu alguns segredos. Dizerem que não sabiam da manobra para levar o General para o PL é conto-da-carochinha. Então vamos olhar o horizonte e entender que Ratinho joga para ganhar em Foz de qualquer maneira, não importa a estratégia e o chapéu que possa aplicar em aliados.

 

Comando

Se o governador comanda a dança dos políticos famosos em Foz, quer dizer que ele está bem alinhado com todos os partidos que entrarão em confronto, no caso o PP e o PL, e é aí que surge a pergunta: “qual a razão de não trabalhar o ingresso dos figurões em seu partido, o PSD? Isso tem lá as suas explicações. Com Paulo no PP ele faz uma ponte com Itaipu e por sua vez, com o PT, e, com o General no PL, mantém a ligação com Bolsonaro, o que pode lhe ser útil em 2026. Mas há outra variante: o dono do fogão é que regula a chama e a metáfora quer dizer que Ratinho pode pender para um e outro, dependendo o desenrolar da campanha.

 

Terra de ninguém

Muita gente se queixa das interferências em Foz do Iguaçu com razão e elas são evidentes. Passam estradas e fazem o que bem entendem, separam bairros e populações como fosse coisa normal; a cidade é cercada de órgãos federais e estaduais, com os chefes nomeados por Brasília e Curitiba; todas as decisões são “canetadas” distantes, da cota de compras à homologação da pista do aeroporto, e assim as coisas seguem. Logo, no setor político não seria diferente e a tal sociedade civil organizada se contenta com o pirulito. Ou será que é assim? Tomara, os escolhidos e amparados pelos “estrangeiros” saibam depois cobrar dividendos em favor da população e não simplesmente baixarem a cabeça.

 

Do outro mundo

Um sério problema da humanidade é a pressão dos dominadores. Civilizações desapareceram em razão disso. É importante Foz encontrar a sua personalidade e brigar por ela, conjugando os interesses, sem se entregar tão facilmente. Então quer dizer que se um disco voador aterrissar, vamos crer que os ETs estão completamente certos? Oras, pelo menos devemos conversar antes de acreditar. É a nossa essência, pelo tudo que sofremos e resistimos.

 

O rabisco

O desenho eleitoral era para ser outro; mas por bem ou mal, as ideias foram atropeladas. Levar o General para o PL lhe rendeu uma musculatura e tanto, e isso causou um calombo que pode se converter em fratura exposta entre os deputados Giacobo e Vermelho, é uma queda de braço que vai parar, enfim, no terreno eleitoral. Matheus não deve contrariar o pai, mas o deputado estadual, a cada dia, vem ganhando luz própria e pode causar surpresas.

 

Ouviu o Giacobo e não o Vermelho

Bolsonaro parece estar um pouco perdido nas questões municipais. Claro, ele preferiu dar ouvidos ao governador Ratinho e quem chegou junto com ele, no caso Fernando Giacobo. Vamos relembrar, Giacobo, do PL, foi reeleito com bem mais votos que Vermelho, mas fez 7.370 em Foz. Vermelho fez mais que o dobro, 18.525 votos na cidade. O caso é que o Luciano Alves, do PSD, conseguiu 18.639 votos. E já que o assunto é a encrenca na bancada de Foz, muita gente quer saber em qual canoa Luciano embarcará, se na do General ou do Paulo, porque isso pode ajudar a fazer a diferença.

 

Não se pode ignorar… mas…

Outro aspecto importante é o fato de jamais subestimarem o peso do Ratinho Jr. Ele possui muita influência em todo o Paraná, sobretudo na região Oeste. Se meter o dedo na campanha, em Foz, pode exercer muita pressão na decisão, mas isso não quer dizer que os eleitores engolirão. A cidade pode não aceitar a intromissão e ontem mesmo havia um ruído bem grande de contrariedade e vai que essa onda quebra? É bom saber que há um pouco de bairrismo na cidade.

 

Observatório

A estas alturas o povo da política conta os partidos no dedo, os aptos e os em via de oficialização se é que vai dar tempo. Há muitas legendas com a asa quebrada pela falta de diretório e representatividade. Alguns ainda permanecem no compasso de espera para compor lista de candidatos e decidir qual lado aderir. O General se intitula sem medo, como alguém de direita, mas sabe que precisará abraçar partidos de centro se a ideia é reforçar as paredes do forte. Paulo, no PP, surge no centro direita e deve flertar com os partidos de esquerda, leia-se PT, PV e PCdoB.

 

Os rebeldes

Há quem não acredite nos extremos e diante disso, fomente candidaturas. Há fervência do caldo no PT e PV, agora com a vereadora Yasmin Hachen. Por outro lado, Nilton Bobato não está parado; ele tem participado de muitas conversas e com gente de várias frentes e tem recebido apoio da ala do PT que faz parte do governo municipal. Dizem que a queda de braço acontecerá até os últimos segundos da janela eleitoral.

 

Sâmis feliz

O remanescente da família Silva, o Baby Sauro, não está fora de combate. Ele luta na Justiça e no fim, ainda tem chances de participar da disputa. Ontem circulava uma liminar em seu favor, mas como era 1º de abril, muita gente não acreditou. É verdade Terta, Sâmis pode ser candidato, o agravo de instrumento lhe foi favorável! Com as perspectivas anteriores Sâmis entrou na sombra, mas com o ingresso do General no PL, abriu-se uma avenida para o ex-prefeito, de onde consegue vislumbrar uma sonora divisão de votos.

 

Fissuras

Caso o Sâmis consiga participar, no mínimo causará uma grande esculhambação. Se a situação já se tornou nebulosa, ficará escabrosa, sem chances de preverem resultado. É a democracia exercendo o seu papel. Os candidatos que não fiquem chateados com o emprego do jargão, mas a eleição será uma briga de cachorro grande!

 

Sem o faro

Se os políticos fossem como os cachorros não haveria tantos segredos, bastaria cheirar a bunda um do outro. O caso é que não há faro canino nessa encrenca. Não vai demorar para as peças se acomodarem. Logo a janela se fechará e saberemos o destino de muitos políticos e, a intenção de cada um. Mas como diz o Paulo Mac, as decisões podem se prolongar até agosto ou setembro.

 

Culpa no Cartório

Circula a informação que um dos argumentos sustentados pelo PL, em convidar o General Silva e Luna, foi a publicação de uma matéria onde Paulo Mac disse que não demonstrava interesse em compor com o partido. O assunto foi parar no rol de documentos que nortearam a conversa em Brasília. É culpa dos jornalistas, onde se inclui o Corvo? Não é! O culpado é o Paulo e o seu bocão. Nesse jogo ele não pode se comportar como pato, que solta uma bostinha à cada passo. Precisa se segurar.

 

Vamos lembrar

Se o Paulo Mac ficasse calado e negociasse soturnamente o PL em suas pretensões, conversando como Vermelho, Giacobo, direita e até esquerda, enfim, usando de habilidade, política e diplomacia, laçaria o Bolsonaro, que a esta altura deve possuir informações do campo minado eleitoral fronteiriço. No entanto, considerou que poderia se antecipar e expor o flanco. Deu no que deu. Terá que lidar com as consequências. Mas nem tudo está perdido, muita água passará embaixo das três pontes.

 

A chalana segue o rio

Enquanto isso as frentes partidárias vão se acomodando e com elas, uma porção de nomes para compor chapas de vereadores e vices prefeitos. Não há segurança em expor essas amarrações, mas é provável que o General se acerte com o PSD. É aí que as águas se dividirão e teremos noção mais transparente do jogo. O que há pelo momento é segredo de todos os lados. Os recentes acontecimentos passaram corrente e cadeado na articulação. A boca de siri passou a vigorar no terreiro da política.  Um bom dia a todos!

Rogério Bonato escreve regularmente ao Almanaque Futuro.