As grandes obras estruturantes beneficiarão a população, mas os atrasos atrapalham

Apesar das demandas serem federais e estaduais, a prefeitura precisa lidar com as queixas dos moradores nas localidades afetadas, principalmente no setor Sul da cidade. Os atrasos no cronograma prejudicam os bairros nos entornos

Redação Almanaque Futuro com informações oficiais

 

Os munícipes esperam que as atividades públicas sejam entregues no prazo, independentemente de serem federais, estaduais ou municipais. Algumas demandas esperadas por décadas estão atrasadas ou sendo discutidas entre empreiteiros e contratantes. Em paralelo, o crescimento urbano acaba prejudicado.

Um dos casos é a Perimetral Leste, e, mesmo que financiadas por Itaipu e, executadas pelo Governo do Estado, é a prefeitura precisa lidar com as questões sensíveis, uma vez que os bairros e localidades ao longo do trajeto acabam afetados. Além do mais a população quer respostas, se haverá marginais, retornos, duplicação de pistas, semáforos, alças de acessos, bem como informações difíceis de serem interpretadas por leigos.

Ao mesmo tempo, a população também espera por outras demandas como pavimentação, manutenção asfáltica, galerias pluviais e medidas contra alagamentos em toda a área territorial da cidade: a população também cobra a elaboração de planos diretores, zoneamento e regulamentações.

A Perimetral, como exemplo, corta áreas populosas como o Porto Meira e segue ligando os setores Sul-Leste, onde há densidade populacional. A obra compreende vários viadutos nos cruzamentos com importantes vias e, foi necessário realizar encontros com lideranças de bairros e audiências públicas para explicar como serão os acessos.

No primeiro trecho a ser entregue, que compreende a Ponte da Integração até o trevo com a BR 469, surgiram dúvidas em questões comerciais em um dos bairros mais populoso da cidade, o Porto Meira. Uma das preocupações é o fechamento da pista por meio de barreiras de concreto, o que impedirá, por exemplo, a travessia dos moradores entre a localidade conhecida como Residencial Cataratas à Avenida Morenitas, local muito movimentado inclusive por visitantes e compradores argentinos. Os comerciantes temem que com a separação aconteça como no Jardim Jupira, que praticamente morreu quando foi apartado da Vila Portes, em razão das muretas colocadas na BR 277.

A prefeitura com a atuação de suas secretarias, tenta reivindicar soluções, mas tudo esbarra em alterações no projeto. Segundo informações do DER, a solução será utilizar o trevo em construção, que une a Avenida Mercosul, Avenida das Cataratas e BR 469, para realizar essa interligação. Com relação ao comércio, o órgão informa que haverá várias opções permitindo o acesso aos bairros.

Mais adiante, em direção à BR 277, os acessos com as Avenidas Felipe Wandscheer e República Argentina serão providos por viadutos.

A prefeitura, enfim, precisa lidar com essas questões de interação com as comunidades e não deve ser uma tarefa fácil, uma vez que a cidade é cercada por barreiras federais; ao Norte por Itaipu, no Sul pelo Parque Nacional; no sentido Oeste e Sudoeste há o Paraguai e Argentina e por fim, no setor Leste, está a BR 277.

Se o Município não intervir, pedindo soluções, enfrentará sérios problemas urbanos no futuro.

 

Obras de pavimentação chegam próximo de cobrir 100% da cidade

O programa de obras de pavimentação compreende manutenção, revitalização de vias e a pavimentação em quase todos os bairros e até mesmo em localidades distantes.

Avenidas e ruas receberam providências na área do calçamento e para isso, foi preciso implementar uma operação avantajada antes de despejar o asfalto, realizando obras de drenagem, galerias e uma readequação quase que completa em mais de 140 bairros; é segundo a prefeitura, o maior programa de pavimentação de toda a história da cidade.

As obras de pavimentação foram iniciadas em 2018 pela Secretaria de Obras, por meio da Diretoria de Pavimentação. Ao passar dos meses a tarefa foi afetada pelas adversidades causadas pelo período de pandemia e depois, pelas mudanças climáticas e, mesmo com o atraso no cronograma, cerca de 70% das ruas com pavimentos poliédricos foram cobertas pelo asfalto. Isso corresponde a 584 km de asfalto nas áreas urbanas e rurais.

Em 2018, os serviços atenderam 15 bairros, com 96 ruas e sete estradas rurais, com ênfase na Avenida Andradina com 2.363,00 m. Também foi atendido o Jardim São Luiz com 1.957,60 m. As áreas receberam 5.039,88 ml em galerias de águas pluviais, mais 28.174,90 m² em calçadas e 7.340,15 m² de ciclovias.

No ano de 2019, os serviços de pavimentação foram expandidos para 22 bairros, com 115 ruas atendidas, além de 14 estradas rurais. Em 2020, o atendimento aumentou para 64 bairros, com 360 ruas pavimentadas. Já em 2021, 2022 e em 2023, outras 55 áreas foram atendidas, totalizando 417 ruas pavimentadas. Vale destacar que esse atendimento inclui a instalação de galerias pluviais, calçadas, ciclovias e outras medidas necessárias. No setor rural, 33 estradas foram atendidas no período.

A prefeitura utiliza materiais como Concreto Betuminoso Usinado à Quente (CBUQ), Pré-Misturado à Frio (PMF) e Tratamento Superficial Triplo (TST) em suas obras de pavimentação. A Secretaria Municipal de Obras atua com duas frentes de trabalho na pavimentação: uma equipe utiliza o CBUQ produzido na Usina Municipal de Asfalto, inaugurada em junho de 2018, enquanto a outra equipe utiliza o PMF, mistura que é executada em temperatura ambiente, composta de agregado mineral e ligante asfáltico, espalhada e compactada a frio.

De acordo com a Secretaria de Obras, o serviço requer um tempo de cura dos materiais para garantir maior qualidade e durabilidade da pavimentação. As equipes mantêm contato com os moradores e orientam sobre a importância de respeitar as sinalizações de trânsito durante as obras. Em geral, o programa de pavimentação é prejudicado pelas condições climáticas, o que pode atrasar o cronograma.

Em resumo, segundo dados fornecidos pela Secretaria de Obras, foram implementados 27.063,08 m² de asfalto; recapeados 2.870,97 m² de pavimento em CBUQ urbano e 624.754,85 m² de pavimento urbano do tipo PMF. As áreas rurais receberam 52.973,00 m² de pavimento em CBUQ e 176.088,66 m² em PMF, totalizando 3.751,856,56 m² de pavimentação em CBUQ e PMF, o que equivale a 536 km.

Além disso, foram realizados 163.154,60 m² de recapeamento em TST no setor rural e construídos 40.874,27 m² de pavimento poliédrico. Na área urbana, a prefeitura construiu ainda 18.727,35 m² de pavimento poliédrico. Também foram construídos 31.834,73 m de galerias para águas pluviais, 612,60 m de galerias celulares, 59.627,35 m² de calçadas, 389,70 m² de aduelas e 47.215,43 m² de ciclovias.

Em 2023, segundo informações, somaram-se mais 11,20 km de asfalto, 432 km em recape urbano (CBUQ), 7,7 km na área rural (CBUQ) e 25,15 km (PMF); 9,6 km em pavimento poliédrico; cerca de 150 km de calçadas com 1,50 de largura; 23,37 km em ciclovias e mais 31,17 km em galerias de águas pluviais.

A Secretaria Municipal de Obras conta com uma equipe de 76 servidores em seu quadro funcional, incluindo o secretário de Obras, seis diretores, um servidor responsável pelos serviços financeiros, seis engenheiros no setor de fiscalização e outros cinco funcionários na área administrativa.

Embora o quadro funcional possa ser considerado pequeno, a secretaria tem a responsabilidade de realizar trabalhos importantes, como pavimentação asfáltica, operações de tapa-buracos, construção e manutenção de galerias de águas pluviais, recomposição e execução de caixas de boca de lobo, fiscalização de obras e construções civis, entre outras atividades. Além disso, a secretaria também lida com a licitação de serviços, com a necessidade de manter uma relação de trabalho entre os servidores e as empreiteiras e fiscalizar os contratos, que são pagos mediante medições. Essas medições são certificadas pelos setores administrativo e financeiro, em acordo com as ordens de serviços.

Segundo os responsáveis pelo setor de Obras, a administração municipal está empenhada em trabalhar com metas para aprimorar o padrão de serviços. O investimento nas frentes de trabalho ultrapassa R$ 190 milhões.