Redação Almanaque Futuro (Fotos e informações de assessoria)
Os primeiros movimentos do tabuleiro eleitoral de 2026 já deixaram claro que a próxima disputa será diferente. A polarização que fragmentou a opinião pública desde 2018 gerou um efeito inesperado — e, de certo modo, saudável: o eleitor está mais atento, mais analítico e menos disposto a abraçar nomes sem examinar trajetórias, coerência e capacidade real de representação. A maturidade política, que outrora parecia distante, começa a se consolidar como um ativo regional.
Nesse cenário permeável, em que cada gesto pode influenciar o tom das convenções partidárias, alguns nomes começam a calcificar seu espaço natural na corrida. Entre eles, desponta o empresário Deoclecio Duarte, que já figura entre os mais fortes pré-candidatos a deputado estadual. Seu retorno ao PL, oficializado durante ato de refiliação na última sexta-feira (21), movimentou o ambiente político da fronteira. O encontro reuniu cerca de 300 lideranças de diversos segmentos, sob comando do presidente estadual da legenda, deputado federal Fernando Giacobo.
Deoclecio tem longa história com o PL — mais de duas décadas, desde os tempos em que o partido ainda era o PR. Sua saída, no ano passado, ocorreu quando Silva e Luna ingressou na sigla para a disputa municipal e assumiu o diretório local. Deoclecio buscou novas rotas, concorreu como vice pelo Avante em 2024 e saiu das urnas com mais de 16 mil votos. Agora, retorna ao PL com aval da executiva estadual para formar uma ampla dobrada com Giacobo em dezenas de cidades do Paraná, ampliando sua capilaridade em regiões onde já mantém base consolidada.
O cálculo é estratégico: o PL projeta eleger deputado estadual com cerca de 25 mil votos. A meta colocada sobre a mesa é clara — metade vinda de Foz do Iguaçu, a outra metade captada no Oeste e no Sudoeste. Para muitos analistas, o movimento coloca Duarte entre os nomes mais competitivos da coligação.
Durante o ato de filiação, Deoclecio reforçou uma visão macro da cidade e de seu papel na região. “Temos que pensar Foz como uma cidade de um conglomerado de 1 milhão de habitantes, e não apenas pelos 300 mil registrados. Nosso SUS é universal e atende toda a região e a fronteira”, destacou, numa leitura que ecoa um sentimento crescente: o de que Foz do Iguaçu ultrapassa, há anos, sua própria moldura demográfica.
Ele também chamou atenção para o desequilíbrio de representatividade. “Cascavel tem quatro deputados estaduais. Somados, quanto conseguem levar em emendas e recursos? Foz também precisa ampliar sua força política. “Duarte frisou que sua pretensão não é subtrair espaço, mas somar: “Se eu for escolhido em 2026, será para reforçar a força da nossa região e trazer mais investimentos.”
Deoclecio retorna ao PL, ao lado do velho amigo e de novo correligionário, Fernando Giacobo, deputado federal.
O presidente estadual do PL, Fernando Giacobo, destacou a importância do retorno. “Foz do Iguaçu já decolou há muito tempo. Tenho certeza de que será um verdadeiro canteiro de obras. Para isso acontecer, e sem travas, precisamos de mais representatividade. Deoclecio, seja bem-vindo de volta.”
Também participaram do ato a Secretária-Geral do PL no Paraná, Patrícia Foster; o presidente local da sigla, General Silva e Luna; além dos vereadores Paulo de Brito, presidente da Câmara, e Cabo Cassol.
Seja como ensaio do que está por vir ou como sinal de reorganização partidária, uma coisa é evidente: os últimos dias de 2025 e os primeiros meses de 2026 serão determinantes para moldar o tecido eleitoral. E quem souber ocupar esse espaço com antecedência — dialogando com a nova postura crítica do eleitor — tende a largar na frente quando o jogo realmente começar.
