Parque das Aves realiza ação educativa para sensibilizar sobre a conservação de uma das aves mais raras do mundo
Educadores vão engajar os visitantes em campanha de conscientização sobre a conservação da saíra-apunhalada, espécie ameaçada da Mata Atlântica
O Parque das Aves promoverá uma ação educativa voltada para a conservação da saíra-apunhalada (Nemosia rourei), espécie endêmica da Mata Atlântica em estado crítico de extinção. A atividade acontecerá no dia 18 de outubro de 2024, das 9h às 16h, e faz parte da Campanha Somos Todos Saíra-Apunhalada, uma iniciativa coletiva que reúne diversas instituições brasileiras com o objetivo de aumentar a conscientização sobre a importância da conservação da espécie.
“Essa é uma oportunidade única de envolver o público em nossa missão de conservação. Ao sensibilizar os visitantes sobre a saíra-apunhalada, queremos mostrar o impacto que cada um pode ter na preservação da biodiversidade da Mata Atlântica”, destaca Gabriela Possato, supervisora pedagógica da área de Educação para Conservação do Parque das Aves.
Os educadores estarão no espaço Como Salvamos Espécies, dentro do Parque das Aves, em Foz do Iguaçu, conversando com os visitantes sobre o estado atual de conservação da saíra-apunhalada, compartilhando sua história e os esforços dedicados à proteção dessa espécie no Espírito Santo, região onde a espécie ocorre. A abordagem inclui um painel interativo com uma linha do tempo, destacando eventos importantes na trajetória da ave, além de uma exposição chamada “Conheça minha família e quem sou eu”, que apresenta os passeriformes (a ordem dos pássaros ou aves canoras) e outras espécies de saíras.
“A saíra-apunhalada simboliza a urgência da conservação ambiental, e acreditamos que ações como esta, que conectam as pessoas com a natureza, são essenciais para criar uma sociedade mais consciente e ativa na proteção de animais que correm risco de extinção. Queremos que os visitantes saiam daqui não apenas com conhecimento, mas com a vontade de fazer parte da solução”, comenta Gabriela.
Espécie com apenas 20 indivíduos conhecidos
A saíra-apunhalada é uma pequena ave rara e endêmica da Mata Atlântica, considerada uma das mais ameaçadas do mundo. Ela se encontra Criticamente em Perigo (CR), segundo classificação da União Internacional para a Conservação da Natureza – UICN. Atualmente, existem apenas 20 indivíduos conhecidos, localizados exclusivamente na região serrana do estado do Espírito Santo, nos municípios de Castelo, Vargem Alta e Santa Teresa. Devido ao número crítico de indivíduos e à restrição de habitat, é necessário um grande esforço coletivo para promover ações urgentes que impeçam sua extinção. Desde 2020, o Instituto Marcos Daniel (IMD) desenvolve o Programa de Conservação da Saíra-apunhalada (PCSA) para realizar pesquisas, monitoramento e mobilização social em prol da conservação da espécie e do seu ambiente natural.
Em 2021, diversos especialistas em conservação se reuniram para desenvolver o Plano de Ação e Estratégias de Manejo Integrado voltado à preservação da saíra-apunhalada. Esse planejamento colaborativo definiu seis principais objetivos com metas claras, abrangendo desde o monitoramento até estratégias de comunicação. Desde sua criação, o plano tem guiado todas as atividades do programa, reforçando a necessidade de alinhamento com o PAN Aves da Mata Atlântica para garantir uma conservação eficaz da espécie. O crescimento da população de saíra-apunhalada é apenas um dos resultados positivos desse esforço conjunto.
A Campanha Somos Todos Saíra-apunhalada
A Campanha Somos Todos Saíra-apunhalada foi construída coletivamente, com ações digitais por meio de postagens coordenadas nas redes sociais das instituições parceiras, com o objetivo de mostrar a importância dessa espécie para a Mata Atlântica. Além disso, as instituições também criarão ações presenciais para envolver a comunidade dos locais onde atuam.
A campanha é fruto da colaboração entre diversas entidades públicas, privadas e ONGs parceiras que trabalham voltadas para a conservação de aves no Brasil, incluindo o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres – CEMAVE, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio, o Parque das Aves, a Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil – AZAB, o Instituto Nacional da Mata Atlântica – INMA, o Centro de Sobrevivência de Espécies Brasil – CSE Brasil, a Reserva Águia Branca, a Sociedade para a Conservação das Aves do Brasil – SAVE Brasil, a WikiAves – A Enciclopédia das Aves do Brasil, a companhia Alupar e o Instituto Marcos Daniel, proprietário da Reserva Kaetés e responsável pela execução do Programa de Conservação da Saíra-Apunhalada – PCSA.
Sobre o Parque das Aves
O Parque das Aves, um centro de resgate, abrigo e conservação de aves da Mata Atlântica e o atrativo mais visitado de Foz do Iguaçu depois das Cataratas, completa 30 anos de atuação em 2024. Como é uma instituição privada, os visitantes promovem a continuidade do trabalho do atrativo através da visita ao Parque, consumo nos restaurantes do Complexo Gastronômico e compras na Loja de souvenirs.
Fonte: Assessoria