Coleta Seletiva: um programa de sucesso e que atende 100% da malha urbana

Cerca de 7.000 toneladas de resíduos deixaram de ser enviados ao aterro sanitário, proporcionando renda aos catadores de materiais recicláveis

 

Especial Meio Ambiente

 

O processo de “coleta seletiva ganhou” muita atenção na Europa, em meados dos anos 70, quando as cidades começaram a dar importância ao acúmulo de embalagens e plásticos descartados; paralelamente iniciaram-se demandas com a reciclagem desses materiais. No Brasil, isso começou com a coleta de papel por volta de 1985, e, logo depois, outros resíduos sólidos foram incorporados, como plástico, metal e vidro. Isso desencadeou as primeiras noções de separação do lixo doméstico.

As coletas se espalharam pelo país e cada região foi se adaptando aos hábitos dos moradores e assim formaram os primeiros grupos de “catadores”. Isso aconteceu nos anos 90

Com os avanços tecnológicos e o aumento no consumo, a quantidade de resíduos passou a produzir números impressionantes. Consequentemente o aumento na quantidade de matéria prima para produção de bens e materiais e o impacto ambiental para suprir tais demandas. Com isso, a reciclagem passou a ser valorizada e necessária, por exemplo, são necessárias 11 árvores para produzir uma tonelada de papel e cerca de 100.000 litros de água por tonelada, ao passo que nos processos de reciclagem, para a produção da mesma quantidade de papel, além de se poupar arvores e áreas de cultivo, ainda se economiza cerca de 98.000 litros de água.

A mesma economia foi observada em outros materiais, logo, reciclar, tornou-se uma ordem mundial.

E o qual o sentido da “coleta seletiva”, afinal? É quando os materiais passíveis de reciclagem são recolhidos de forma separada; uma lista que foi aumentando periodicamente. Por si, a separação dos resíduos na fonte geradora ajuda a evitar a contaminação dos materiais, aumentando a quantidade de reciclagem, o valor agregado, e, diminuindo os custos em todo o processo. No fim da linha, isso agrega valor na renda de muitas famílias, bem como melhora a qualidade ambiental das cidades.

A coleta seletiva e a reciclagem de resíduos são soluções inovadoras, por permitirem a redução do volume de lixo, possibilitando novas atividades de trabalho, gerando milhares de empregos; além do mais, reciclar, contribui para a redução da poluição do solo, da água e do ar, melhora qualidade de vida da população e contribui para manter a cidade limpa, aumentando a vida útil dos aterros sanitários.

Foz do Iguaçu possui um histórico de experiências, com incrementos públicos dos mais variados. Ao longo das últimas quatro décadas, viu-se um pouco de tudo, das carrocinhas em formato de gaiolas, recolhendo materiais recicláveis, à uma infestação de veículos puxados por animais, o que causou um movimento de revolta entre os moradores.

O tempo venceu os obstáculos e é correto escrever, que hoje, o programa Municipal de Coleta Seletiva de Recicláveis é avançado, com o serviço “porta a porta” domiciliar implantado em junho de 2018, inicialmente na região da Vila C. Houve uma expansão gradativa e, em dezembro de 2019, chegou-se a 100% de atendimento dos domicílios da área urbana residencial. Em fevereiro de 2020, iniciou o atendimento na área rural.

Estima-se que desde o início das atividades do Programa, mais de7.000 toneladas de resíduos recicláveis deixaram de ser enviados ao aterro sanitário, o que além de aumentar sua vida útil, promoveu geração de renda para mais de 120 famílias, pessoas que ajudaram a retornar uma lista ímpar de materiais para a cadeia produtiva.

Em 2021, com o objetivo de agregar e incluir o maior número de organizações formalmente constituídas por catadores de materiais recicláveis, a Prefeitura publicou edital para credenciamento; cinco cooperativas se inscreveram no processo, das quais, quatro são organizações novas. Elas são contratadas para a prestação de serviço, com pagamento por tonelada de resíduos coletados e destinados corretamente.

Atualmente há 06 Unidades de Valorização de Recicláveis (UVR) aptas para o recebimento e triagem dos resíduos, em operação, devidamente equipadas para recebimento e triagem dos materiais, inclusive com caminhões, atendendo áreas geográficas definidas, coletando os recicláveis no sistema porta a porta, uma vez por semana em cada rua da cidade. O fato é que a população começou a se organizar, de olho no calendário e atenta ao jingle dos autofalantes dos caminhões, avisando que a coleta está chegando.

Neste mês de junho, o Programa iniciou entrega de uma sacola de ráfia com informativo do tipo imã de geladeira, em todas as casas, reforçando o convite à população para a separação correra e destinação dos resíduos no dia da coleta, conforme o conteúdo do informativo.

Os moradores podem conferir o serviço por meio de um mapa virtual e interativo, disponível na página da prefeitura e acessado pela leitura de QrCode que há imã; todas as informações estão disponíveis e são atualizadas constantemente no site. O programa conta com apoio do Governo do Estado do Paraná e da Itaipu Binacional, por meio de convênios que possibilitam a estruturação e aquisição de equipamentos, bem como de obras físicas nas estruturas das UVR’s.

Foto AMN