Vencendo a pandemia Foz poderá se tornar um centro de referência em Saúde

Apesar da tensão e das perdas irreparáveis, a cidade comungou muitos aprendizados por meio da união. E está preparada para o que virá

Por muito tempo, as pessoas diziam que a solução mais rápida para se resolver os problemas com a Saúde em Foz, era: “pegar um avião da Varig”. A expressão torpe e além de incômoda, mexia muito com os profissionais do setor, que se esforçavam para confortar a população.

O endereço hospitalar dos iguaçuenses era a Santa Casa Monsenhor Guilherme, além de poucas estruturas particulares. Com a instalação de Itaipu, as unidades de atendimento aos funcionários foram aos poucos recebendo a população de Foz. As administrações municipais, por sua vez, trabalharam a área com mais atenção, fazendo surgir novos postos de Saúde, mais tarde o Hospital Municipal Padre Germano Lauck, os UPAs, com melhor atendimento laboratorial e em especialidades.

Surgiram os Planos de Saúde, clínicas especializadas, mesmo assim tudo parecia muito distante do que ocorria em cidades como Cascavel, na vanguarda, quando se discutia a necessidade de desenvolver um polo de um atendimento médico hospitalar.

O segmento, como em muitos locais, sempre foi conflituoso, mas Foz avançou e a cidade, hoje, se prepara para ser reconhecida como um centro de referências e isso, tem como base, a organização e visão de futuro, a começar pelo dimensionamento imposto pelo Hospital Costa Cavalcanti, notadamente um complexo de atendimento de altíssima qualidade.

Todos os projetos para o setor de Saúde pública e privada em Foz, apontavam para o desenvolvimento, muitas iniciativas estavam sendo preparadas para 2020, mas o mundo foi atropelado pela pandemia. Em Foz, o que se viu foi uma união de esforços para enfrentar o drama e uma noção muito lúcida de superação, com ensinamentos e base para se melhorar o futuro. A cidade utilizou estratégias eficientes, investindo em testes e logística; não construiu hospitais de campanha, mas ampliou leitos, adquiriu equipamentos, soube usar a força motora de Itaipu para planejar o pós pandemia. O saldo foi triste, mais de mil famílias sentiram a dor da perda e cerca de 45 mil pessoas foram afetadas pela doença. Mas a cidade conseguiu lutar, mesmo próxima do colapso, atendendo pacientes de outras localidades.

Com os hospitais equipados, ampliados, sem a necessidade de desmobilização de equipamentos, há um legado positivo no atendimento à população, com mais vagas de UTIs, enfermarias dimensionadas e profissionais mais preparados. Foz é uma cidade que pode ter superado a “era dos corredores hospitalares”, onde se acumulam doentes e necessitados, esperando um atendimento digno.

E como vencer as metas, e, ao mesmo tempo prover um atendimento de qualidade, em meio a uma situação tão grave e sem precedentes?

O Hospital Municipal Padre Germano Lauk é um dos mais bem estruturados no Estado. Na pandemia, foram ampliados em mais de 50% o número de leitos e adquiridos equipamentos permanentes para atender a população. Houve a aquisição de equipamentos, construção de novas alas, da contratação e capacitação das equipes de enfermagem e médicos.

Por meio de parcerias com a Itaipu Binacional, Justiça Federal, SESA, Ministério da Saúde e Justiça Estadual que, somados aos recursos próprios, foi garantido um atendimento de qualidade e que ficará como patrimônio para o povo de Foz do Iguaçu. Foram construídos mais de 4 mil m², além de reformas e adequações, aquisição de um tomógrafo de última geração, camas elétricas, aparelhos de Raio X; modernização do laboratório com tecnologia de ponta. A população conta com mais 60 leitos, um pronto socorro respiratório com quatro salas de emergência, duas unidades de cuidados especiais e uma unidade de terapia de doenças infecciosas.

O Laboratório Municipal agregou maior capacidade analítica e fidedignidade conclusiva. O HMPGL conta ainda com 50 monitores multiparamétricos, 180 respiradores pulmonares, três ambulâncias, 08 eletrocardiógrafos, 114 camas elétricas, poltronas, Raio-X portátil, câmara de conservação de medicamentos, ultrassom, aspiradores cirúrgicos e esterilizadores.

O Hospital Ministro Costa Cavalcanti, como exemplo nacional, conseguiu desenvolver uma capacidade de atender o paciente em tudo, sem que ele ou sua família, necessitem buscar tratamentos em outras cidades; dispondo de profissionais médicos em todas as especialidades; inovando o centro cirúrgico e clínico, com tecnologia de ponta.

A unidade hospitalar, conta com a Itaipu Binacional, como a principal figura mantenedora, e, passa por um grande projeto de expansão com reestruturação dos serviços, mais a ampliação da área física, se somando à região, por meio dos serviços e infraestrutura que há nos mais modernos centros médicos do país. O hospital completou 42 anos em julho, e atende mais de 40 planos de saúde, pacientes particulares, e, desde 1996 recebe os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).

Neste mês de outubro, a Fundação Itaiguapy, administradora do hospital, comemora 27 anos. Com o Plano de Negócios e o Plano Diretor da Fundação de Saúde Itaiguapy o complexo caminha para a ampliação de mais 58 leitos, passando dos atuais 202 para 260 e alcançará, em uma próxima etapa, 280 leitos.

O plano de expansão deverá ser colocado em prática até 2023, com a reestruturação de mais de 20.800 metros quadrados do complexo, dos quais 12.315 metros quadrados de ampliação e outros 8.503 metros quadrados de reforma. Atualmente, a área total é de 25 mil metros quadrados.

A expansão deve gerar mais de 200 postos de trabalho, além de novos empregos indiretos. O serviço de Endoscopia foi reestruturado com 114 metros quadrados e haverá a ampliação da Oncologia e do Centro Clínico com novo Laboratório de Análises Clínicas. Ainda em 2021, há a expectativa de iniciar a nova Unidade Materno-infantil, com 8 mil metros quadrados. O centro cirúrgico, o serviço de imagem, a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e o Serviço de Urgência e Emergência, também passarão por ampliação até 2023.

O Hospital Ministro Costa Cavalcanti está entre os poucos hospitais brasileiros (apenas 3,5%) que atingiram o nível 3 de acreditação, nada menos que uma certificação da qualidade para serviços hospitalares. É o primeiro Hospital do interior do Paraná a conquistar e manter o mais alto nível da acreditação brasileira. Outro selo a destacar, é que o HMCC foi considerado o melhor hospital do Paraná e o 3º melhor do Sul do Brasil, por meio da avaliação da revista americana Newsweek, feita em parceria com o “World’s Best Hospitals 2021”. Pelo segundo ano consecutivo, o HMCC figura entre os melhores do País, na mesma lista em que estão hospitais de referência internacional, como o Israelita Albert Einstein (SP), Moinhos de Vento (RS) e Sírio-Libanês (SP), que figuram respectivamente em 1º, 2º e 3º lugar do Brasil.

 

O “Hub” de saúde

Foz se tornará um hub mundial de turismo de saúde, com estrutura viabilizada pela Itaipu e HMCC. Um dos focos do futuro centro especializado e diversificado de serviços de saúde são as cirurgias plásticas, que devem atrair e aumentar o tempo de permanência de turistas na fronteira em até 15 dias.

A partir de 2023, quando a pandemia de covid-19 estiver finalmente controlada, Foz do Iguaçu deverá contar com o Hub de Saúde das Américas – um espaço especializado e diversificado de serviços médicos, que terá como um dos focos as cirurgias de pequena e média complexidade, como as intervenções plásticas, dermatológicas, oftalmológicas e otorrinolaringológicas. Este nicho de mercado, para atender os chamados “turistas de saúde”, pode aumentar o tempo de permanência de visitantes do mundo todo na cidade em até 15 dias.

O espaço é produto de uma parceria entre o Hospital Ministro Costa Cavalcanti (HMCC), mantido pela margem brasileira da usina de Itaipu, com o Day Medical Center. Os recursos são da Itaipu e do HMCC. O Day Medical Center funcionará num prédio de dez pavimentos na Rua Benjamin Constant, nas imediações da atual sede da Prefeitura de Foz do Iguaçu. A construção já começou e a previsão de conclusão é junho de 2023. O centro oferecerá tratamento personalizado para pacientes particulares e conveniados.

No total, o espaço terá aproximadamente 26 mil metros quadrados e contará com uma filial do HMCC de quase 7 mil metros quadrados, que será voltada a atendimentos de pequena e média complexidade, com um conceito premium.

O Hub de Saúde das Américas deverá integrar um dos novos eixos do programa Acelera Foz, que é parte de um plano de retomada econômica de Foz do Iguaçu e tem a coordenação estratégica do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social de Foz do Iguaçu (Codefoz). Fazem parte do Acelera Foz a Itaipu Binacional, Parque Tecnológico Itaipu (PTI), Prefeitura de Foz, Sebrae, Programa Oeste em Desenvolvimento, Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu (Acifi) e Conselho Municipal de Turismo (Comtur).

 

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Foto Divulgação HMCC