Novo Estarfi de Foz será operado por aplicativo de celular

Uso da tecnologia vai dispensar os parquímetros, agilizar o pagamento e reduzir custos aos usuários

O estacionamento regulamentado de Foz do Iguaçu (Estarfi) será operado por aplicativo de celular e terá apoio de estabelecimentos comerciais das vias onde funcionam as vagas rotativas. O novo modelo em estudo pelos técnicos do Instituto de Transporte e Trânsito (Foztrans) vai dispensar os parquímetros, agilizar os pagamentos e reduzir os cursos aos usuários.

O atual contrato do Estarfi vence em meados de dezembro deste ano, informa o diretor-superintendente do Foztrans, Licério Santos. O novo sistema teve início há alguns meses, com a formação de uma comissão de estudo técnico. “A comissão de licitação está preparando o termo de referência do novo modelo, com base nas necessidades de serviço, na economicidade, pensando na população e no usuário do serviço”, disse.

Os parquímetros utilizados atualmente são alugados e tornam o sistema oneroso ao Município. O novo sistema prevê, com opção ao uso de aplicativo, pontos de venda de crédito aos usuários do serviço. Os condutores poderão fazer a compra utilizando moedas e cédulas, além de cartão de crédito ou débito ou mesmo por pix, explicou Licério.

Os comerciantes credenciados como “ponto de venda” vão receber um valor mensal pelo serviço (o montante ainda será definido através da licitação). “Eles terão mais movimento no comércio porque a pessoa que entrar para comprar créditos, acabará conhecendo a loja e muitas vezes acaba fazendo uma compra”, disse o superintendente.

Avanços

Novas tecnologias darão lugar aos parquímetros usados nas últimas três décadas. “Hoje, temos sistemas que são mais eficientes e demandam menos manutenção”, ressaltou Licério. Além disso, os parquímetros são frequentemente alvos de vândalos, o que também traz prejuízo para o poder público.

De acordo com ele, é importante destacar que os veículos, com o sistema de fiscalização embarcada (OCR), ajudarão no controle do estacionamento regulamentado, mas não emitirão multas. “Não será aplicado a multa de trânsito diretamente, pois continuará sendo emitido primeiramente o aviso de irregularidade para pagamento dentro de sete dias, como é feito hoje”, frisou.

No caso dos turistas, o diretor do Foztrans disse que os aplicativos não representarão dificuldades, uma vez que a maioria compra passagens, hospedagens e outros serviços com uso da internet.

Inovação

O serviço estará conectado com o sistema dos órgãos de segurança, que vão identificar as placas de veículos que tenham sido denunciados como furtados. A maioria dos grandes centros urbanos do país já não utiliza mais os parquímetros, reforçou Licério Santos. “Na medida que tiramos este custo de dentro da operação do Estarfi, garantimos uma economia de fato”.

“Isso é importante para o usuário, que vai conseguir fazer a validação só do tempo que utilizar a vaga”, disse. Os recursos economizados com os atuais parquímetros vão permitir ao Foztrans encaminhar melhorias de outros serviços, como pintar faixas e sinalização de trânsito, instalação de semáforos, entre outros.

O novo sistema vai garantir uma maior taxa de respeito à rotatividade nas vagas de trânsito regulamentado, que hoje é de aproximadamente 35%. “Isto significa que mais de 60% das pessoas que estacionam, deixam o tempo que querem e vão embora, uma vez que não temos capacidade de fiscalização”.

O novo Estarfi já foi apresentado em reunião com empresários e comerciantes da Associação dos Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu (Acifi), Vila Portes e Vila A. “Houve uma ótima aceitação por parte deles, que entenderam que o sistema será benéfico para a retomada econômica, tanto pela rotatividade das vagas, como pela possibilidade da venda dos créditos”, comentou Licério.

Controle eficiente

Nas cidades onde é feita a validação e fiscalização embarcada com OCR, a taxa de respeito, segundo os estudos, é acima de 80%. Entre os exemplos de municípios analisados em busca de subsídios para pensar melhor a nova modalidade para Foz do Iguaçu estão Ponta Grossa, Maringá, Londrina e Curitiba.

“Em Ponta Grossa, chegaram a 95% de efetividade”, disse Licério. As mudanças já foram discutidas com os núcleos de comerciantes da Avenida Brasil, Vila Portes, Vila A, Porto Meira e na Acifi (associação empresarial e comercial) e sindicato dos lojistas (Sindilojas).

Outro item levado em consideração é o número reduzido de Orientadoras de Estacionamento Rotativo– menos de 40 para a cidade toda. “Quando você tem férias, licença e etc, esse número cai. Tem uma parte que faz serviço administrativo. Então elas não conseguem dar cobertura total da cidade”, disse.

Na medida que entrar o monitoramento embarcado por OCR, será possível dar mais efetividade, uma vez que as monitoras não precisarão mais fazer o atendimento direto com o usuário. “Elas terão mais tempo para fazer a orientação aos usuários, que é a função verdadeira delas”, disse. Todas serão capacitadas para se adaptar ao novo sistema.

AMN