Philomena Rafagnin é cidadã honorária do Paraná

Matriarca da família Rafagnin, de Foz do Iguaçu, recebeu o título na noite desta terça-feira (6) em sessão solene no plenário da Assembleia Legislativa do estado

Autoridades, empresários, representantes do setor do turismo, personalidades e pelo menos três gerações da família Rafagnin, participaram na noite desta terça-feira (6), da sessão solene no plenário da Assembleia Legislativa do Paraná em que foi outorgado o título de Cidadã Honorária do estado à Philomena Maria Morello Rafagnin, matriarca da família Rafagnin que chegou a Foz do Iguaçu (PR) em 1961, e tornou-se referência feminina do empreendedorismo no setor do turismo no estado.
Emoção e entusiasmo marcaram a solenidade de entrega da honraria que foi aprovada por unanimidade pela Assembleia Legislativa do Paraná, em junho de 2022.

Justificativa
Autor da proposição, o deputado Soldado Fruet (PROS) destacou em seu discurso a satisfação em conceder o título à Philomena Rafagnin que, no dia 6 de janeiro, completa 94 anos.
“Hoje o estado do Paraná faz justiça a uma pessoa especial: dona Philomena Rafagnin, idealizadora de grandes projetos que beneficiaram e alavancaram o turismo de Foz do Iguaçu, município que hoje, é o segundo destino turístico do país, mas que não o seria, caso não possuísse uma boa estrutura para bem receber o turista. E foi nesse sentido que entrou a atuação da dona Philomena e seu falecido esposo, Olímpio, donos de uma visão de mercado ímpar e de uma coragem e fé inabalável”.
O deputado prosseguiu lembrando que “o casal empreendeu e construiu não só hotel e restaurantes, mas também uma cultura de investimento local seguida por pequenos, médios e grandes empresários que, após eles, também investiram em Foz do Iguaçu e garantiram que a cidade se desenvolvesse”.

 

Admiração e carinho

O presidente da ABAV Paraná, João Alceu Rigon Filho comentou após a solenidade que vem acompanhando a trajetória da família Rafagnin desde o ano de 1980. “Eles são empresários de muita garra e determinados. Sempre foram reconhecidos por receber e atender muito bem ao visitante. Achei muito importante esse reconhecimento por tudo que a dona Philomena fez, proporcionou à cidade. Ela teve, desde cedo, essa visão de empresária e marqueteira. É muito bonita e inspiradora a história dessa família”, enalteceu.
Sobrinha de Philomena, Ivone Morello e o marido, Claudio, viajaram 480 quilômetros até Curitiba para prestigiar a tia. Cancelaram um compromisso e enfrentaram um trânsito de 7 km na chegada à capital paranaense. “Desde criança eu ia passar uns dias com essa tia maravilhosa que sempre fez parte da minha vida. Acompanhei o início, quando ela ainda vendia a comida pela janela e trabalhava bastante. Muito generosa ela sempre foi disposta a ajudar a pessoas. Além da grande admiração temos muita gratidão por ela”, pontuou.
Presidente do Visit Iguassu, Felipe Gonzales também foi outro que não mediu esforços para estar presente em um momento tão significativo para os integrantes do grupo Rafain. “Pela profunda amizade e admiração que tenho pela família, pela dona Philomena e e ainda na condição de presidente do Visit Iguassu, um agrupamento empresarial do turismo representativo de Foz do Iguaçu, eu não poderia deixar de vir prestar um tributo, uma homenagem a esta que é, talvez, a maior representante da indústria do turismo, da gastronomia e do entretenimento na cidade”, destacou.

O alpinista brasileiro Valdemar Niclevicz nasceu em Foz do Iguaçu em 1966. Em 1978 mudou-se para Curitiba. Começou a escalar e acabou chegando no alto do Everst, em 1995. Foi o primeiro brasileiro a conseguir esse feito. E de acordo com ele, nunca perdeu o elo com a sua cidade natal. Amigo de longos anos da família Rafagnin, fez questão de prestigiar o momento. “ Vi esse título como um grande presente para a cidade de Foz do Iguaçu. Esse reconhecimento, com o título de cidadã honorária para dona Philomena é também é um reconhecimento do esforço de toda a família Rafagnin para levar o desenvolvimento para Foz, para o nosso Paraná, já que eles, a dona Philó, não eram paranaenses e mostraram essa vontade da família em se estabelecer em Foz e com tanta dedicação trazer tantos benefícios, tantos empregos, tanto desenvolvimento para a cidade. Eu não poderia deixar de estar presente e passar o meu carinho a ela e toda a família”, atestou.Luiz Carlos Oliveira, que atuou como delegado em Foz do Iguaçu, nos anos 1990 e atualmente é chefe da DEMAF -Delegacia Móvel de Futebol e Eventos, em Curitiba também expressou seu carinho pela homenageada: “Estou muito feliz em ver a dona Philó aqui, recebendo esse título. Eu acho que uma homenagem tem que ser concedida em vida, não adianta fazer pós morte. Ela recebeu isso e a família e vários amigos vieram presenciar. Hoje Foz vive do turismo, ela e o Olímpio que infelizmente eu não conheci, acreditaram nisso, investiram e ficaram lá. Passaram por dificuldades e venceram. Eles foram os precursores disso. Ela, como primeira dama da família, foi a razão de tudo. Sem ela, Olímpio não teria feito tudo isso”, considerou.

O anúncio da aprovação da outorga do título surpreendeu Nivaldo, um dos filhos de Philomena. “Inicialmente não entendi muito bem, depois sim, percebi que a minha mãe, depois de 93 anos trabalhando em projetos em Foz do Iguaçu, contribuindo para alavancar a cidade e o turismo e investindo em iniciativas na área cultural, ela cujos filhos sempre estiveram voltados para a integração e uma boa relação com a comunidade local e com as três fronteiras, sim, merece essa distinção. Eu creio que todos os filhos têm projetos bons que irão dar sequência ao que ela plantou. Acredito que se a família se unir pra temas mais amplos, juntar foças com as comunidades municipal e estadual, podermos ter uma cidade ainda mais atraente, com equipamentos e atividades culturais de que tanto os turistas como os cidadãos da região trinacional poderão desfrutar. Tem muita coisa a ser feita. Nossa família pode ser uma ponta de lança para que haja uma conexão maior entre a capital, Foz do Iguaçu e as Cataratas”, refletiu.

Já o neto, Giovani Bueno Rafagnin, grande admirador da avó, falou de sua influência nas decisões que ele próprio vem tomando na vida. “ Nossa família é o que é, graças ao fruto do trabalho de dona Philomena, por muitos anos. Com a falta do meu avô ela teve que assumir as rédeas da família e ir literalmente ao trabalho, na cozinha no direcionamento dos filhos. É por ela, graças a ela que estou podendo atuar naquilo que venho aprendendo ao longo da vida que é a área de gestão. Á frente do Rafain Palace, estou ali para dar continuidade ao legado, desempenhando o trabalho de trazer as pessoas e fazer com que elas se sintam em casa, dentro do hotel. Manter a paixão em poder servir, receber, atender e acolher bem, este é o meu desafio para os próximos anos e espero poder fazer isso a contento, junto com todos os netos”, ressaltou.

Gaúcha-paranaense
Nascida em Sananduva, Rio Grande do Sul, dona Philó, como é carinhosamente chamada, chegou ao Paraná em companhia do esposo, Olímpio Rafagnin e filhos, em 1955. Em 1961, a matriarca de uma família que hoje conta oito filhos biológicos, dois de criação,18 netos, 11 bisnetos e um tataraneto a caminho, chegou à fronteira com a Argentina e o Paraguai. O marido tornou-se sócio de uma churrascaria e a convenceu a mudar-se e comandar a cozinha.

Nasce o grupo Rafain- Embora Olímpio tenha diversificado as atividades chegando a investir no setor do transporte coletivo urbano, foi o sonho de Philomena em ter um negócio próprio, na gastronomia, o que falou mais alto. Em 1967 a família inaugurava a Churrascaria Rafain, cujo nome é uma grafia simplificada do sobrenome Rafagnin. Surgia a marca Rafain, atualmente Grupo Rafain. Na década seguinte, nascia o Restaurante Rafain e a Churrascaria Rafain Campestre. Já em 1981 foi inaugurado o Rafain Palace Hotel, hoje Rafain Palace Hotel & Convention Center, na BR-277, uma ideia de Olímpio que ao lado dos filhos ela decidiu concretizar. Quase que, simultaneamente, abriram as portas da Churrascaria Cataratas – a Rafain Churrascaria Show, que em 2016 foi certificada pelo Guinness Book em reconhecimento ao maior número de danças folclóricas da América do Sul apresentadas em um jantar com show.

O grupo Rafain tornou-se um referencial turístico na região marcando presença nas áreas de hotelaria , gastronomia e entretenimento, destacando-se pelo bom gosto e pela qualidade dos serviços.

Redação de Edilma Duarte