Parque das Aves investe em ações para diminuir pegada ecológica

Segundo pesquisa recente, aumentar a proporção de alimentos de origem vegetal na dieta reduz emissões de gases de efeito estufa e outros impactos

 

Há tempos cogita-se que a saúde humana está ligada à saúde dos ecossistemas e de outras espécies. Nos últimos anos, essa ideia ficou conhecida como “saúde única”. E como os seres humanos transformam o planeta ao usar a terra para produzir alimentos à medida que os impactos sobre a natureza se acumulam, repensar a alimentação pode ajudar a estabelecer uma relação mais harmoniosa com o meio ambiente.

Agora, um estudo da Universidade de Oxford, no Reino Unido, publicado na revista científica Nature Food de julho, fornece a análise mais detalhada até o momento sobre o impacto ambiental da alimentação humana. O estudo confirma que dietas mais ricas em alimentos de origem vegetal e com menores quantidades de produtos de origem animal tiveram impactos menores em termos de gases de efeito estufa, uso da terra, poluição da água e perda de biodiversidade. O estudo baseia-se em dietas reais de 55 mil pessoas no Reino Unido, usando dados de 38 mil fazendas, em 119 países, para levar em conta as diferenças no impacto de determinados alimentos que são produzidos de maneiras e em locais diferentes.

Segundo a pesquisa, se os maiores consumidores de carne no Reino Unido diminuíssem a quantidade de proteína animal que comem, isso seria o equivalente a retirar 8 milhões de carros de circulação. E ainda mais interessante, segundo o professor que liderou a pesquisa, é que não seria necessário erradicar a carne da dieta, mas sim diminuir a quantidade consumida.

“É um estudo impressionante,” comenta Ben Phalan, chefe de conservação do Parque das Aves. “Mostra que dietas com mais plantas e menos carne e laticínios – não precisam ser totalmente veganas – são melhores em várias dimensões ecológicas. Sabemos, por meio de outras pesquisas, que essas dietas também costumam ser melhores para a nossa própria saúde, já que o consumo excessivo de carne está associado a doenças cardiovasculares. O que achei especialmente interessante foi o fato de que as dietas veganas ou vegetarianas poderiam reduzir os impactos sobre a biodiversidade em mais de 50% – essa é uma grande diferença.”

Ações no Parque das Aves
Já faz algum tempo que o Parque das Aves está em processo de oferecer mais opções de alimentos feitos principalmente de plantas, consistente com a missão da empresa de proteger espécies e ecossistemas. E as ações impactam colaboradores e visitantes.

“Grande parte do nosso cardápio ainda é composto por produtos com carne e laticínios, mas já inserimos muitos produtos vegetarianos e veganos, que têm tido a aprovação de nossos visitantes, mesmo que eles não tenham esses hábitos alimentares. Além das deliciosas e coloridas saladas, com hortaliças produzidas na nossa horta ou por produtores locais, temos também hambúrgueres de arroz negro e de cogumelos, espaguete ao pomodoro e ao pesto de ora-pro-nóbis, além de dadinhos de tapioca, coxinha de carne de jaca e tantas outras oportunidades de diversificar as nossas dietas”, comenta Sandra Grego, gerente do Complexo Gastronômico do Parque das Aves.

Salada e torta servidas no refeitório do Parque, preparada pela equipe da cozinha com PANCs plantadas no Parque

Internamente, a instituição trabalha com a “Segunda-feira sem carne”, campanha lançada no Brasil em 2009 com o objetivo de sensibilizar as pessoas quanto aos impactos gerados pela utilização de alimentos de origem animal.

“Já faz muitos anos que optamos por trocar a carne do cardápio dos colaboradores por itens de origem vegetal todas as segundas-feiras. Nesse dia, trazemos para nossas refeições outras fontes proteicas, como o grão-de-bico, a ora-pro-nóbis, as lentilhas, os ovos e outros itens que substituem a carne. E o bom disso é que todos provamos novos sabores e nos inspiramos para adquirir novos hábitos enquanto protegemos a nossa Mata Atlântica”, comenta Sandra.

Além dessas ações, o Parque ainda conta com placas informativas ao longo do passeio, lembrando aos visitantes que estamos todos conectados como partes de um ecossistema maior e que eles também podem ajudar a reduzir seus impactos ambientais escolhendo mais alimentos à base de plantas.

“Estamos compreendendo cada vez mais as diferentes maneiras pelas quais a produção de alimentos afeta os ecossistemas e as espécies selvagens, inclusive as aves ameaçadas. Estamos todos conectados. Esse novo estudo confirma que aumentar a proporção de nossas dietas provenientes de plantas é uma das formas mais eficazes de reduzir nossa pegada ambiental. Por meio das escolhas que fazemos todos os dias, cada um de nós pode ajudar a fazer a diferença”, afirma Ben.

Link do estudo: https://www.nature.com/articles/s43016-023-00795-w
Link para o cardápio do Restaurante Sabores da Floresta, do Parque das Aves: https://www.parquedasaves.com.br/cardapio/

Assessoria