Itaipu terá a menor tarifa do Brasil em relação à média dos leilões da CCEE
Para 2024, Aneel reduziu em 12,69% valor de repasse da potência contratada
A hidrelétrica de Itaipu terá a menor tarifa de energia do país em 2024, se comparada à média dos leilões realizados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). O valor será de US$ 17,66/kW.mês (quilowatt-mês), uma redução de 12,69% em relação ao ano de 2023. A decisão foi divulgada na terça-feira (19) pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Com a diminuição, o custo da energia em MWh (megawatt-hora) será de R$ 205,00, o menor do país em comparação com as demais tarifas negociadas no mercado nos leilões realizados pela CCEE, que inclui hidrelétricas e demais fontes, como a energia eólica, por exemplo.
Segundo o diretor-geral de Itaipu, Enio Verri, isso mostra a sustentabilidade da Binacional, que consegue entregar energia a um valor muito competitivo em relação ao mercado, mas mantendo sua capacidade de investimentos e ações socioambientais. “Somos uma empresa que é gerida para produzir uma energia barata, de boa qualidade e que não deixe de lado seu compromisso com a sociedade dos dois países sócios (Brasil e Paraguai).”
A tarifa de Itaipu para a venda às concessionárias de energia no país é definida a partir de uma soma entre o Custo Unitário dos Serviços de Eletricidade (Cuse) e outros três itens: Custo da Energia cedida ao Brasil; Saldo da Conta de Comercialização; e Parcela devido a retirada do fator de reajuste (que é basicamente a dívida da construção da usina). Em 2023 a soma de todos estes itens foi de US$ 20,23, valor que cairá para US$ 17,66 no próximo ano.
De acordo com o diretor financeiro da Itaipu, André Pepitone, vários fatores têm contribuído para a redução da tarifa da Binacional. A baixa deve-se, principalmente, à quitação da dívida para a construção da usina (menos US$ 2,17 na conta) e ao custo da energia cedida ao Brasil, que teve redução de 29,2% (de US$ 1,34 para US$ 0,95), devido ao aumento de consumo de energia do Paraguai. Outro fator que tem impacto é o Cuse, que em 2023 teve uma diminuição de 26% (na comparação com 2021) e atingiu seu menor patamar em 20 anos. Se mantido esse valor, que é o objetivo do governo brasileiro, ele assegurará que a tarifa siga nos valores definidos pela Nota Técnica divulgada pela Aneel.
“Temos focado na modicidade tarifária e conseguimos um excelente resultado com negociações com nosso sócio e com a estabilização da moeda do mercado. O MWh de Itaipu entra na tarifa de energia abaixo do custo médio das distribuidoras. Essa é uma nova realidade da Usina”, comenta Pepitone.
Em 2022, Itaipu foi responsável pelo abastecimento de 8,6% da eletricidade do Brasil, nas regiões Sul, Sudeste e Centro Oeste, principalmente nos estados de São Paulo, Paraná e Minas Gerais. E respondeu também por 86,3% do suprimento fornecido ao Paraguai. Pelo Tratado de Itaipu, ambos os países têm direito a 50% do total de energia produzida pela empresa, ficando o Paraguai obrigado a ceder seu excedente ao Brasil por um valor acordado anualmente entre os dois países.