Itaipu investirá em monitoramento com câmeras e radares em toda a extensão do reservatório
Tecnologia faz parte dos quase R$ 170 milhões em investimentos da Binacional em inteligência para segurança da fronteira
A Itaipu Binacional está finalizando um projeto para monitorar eletronicamente, por meio de câmeras e radares, toda a extensão do seu reservatório. O sistema, que na primeira fase contará com quatro pontos estratégicos em Foz do Iguaçu, Santa Terezinha, Santa Helena e Guaíra, terá um custo inicial aproximado de R$ 30 milhões e servirá para controlar as áreas da faixa de proteção do Rio Paraná, com alertas sobre queimadas e demais ameaças no entorno do lago.
O monitoramento será operado em parceria com a Polícia Federal e as imagens e dados de embarcações serão compartilhados com outras instituições que atuam no reservatório, aumentando a segurança na fronteira. A expectativa é que a licitação seja lançada ainda este ano e o sistema já possa entrar em operação no segundo semestre de 2026.
Este investimento da Itaipu integra uma série de outras ações que somam aproximadamente R$ 170 milhões em equipamentos, serviços, pesquisas e inteligência para a segurança pública na região. “A Itaipu colabora de longa data com as forças de segurança na fronteira. Investe em equipamentos e inteligência para cuidar da sua área de interesse e contribuir com a segurança dos cidadãos. Assim, cumprimos o papel que é dado pelo presidente Lula na ajuda ao combate de ilícitos e diminuição da criminalidade no entorno do reservatório”, destaca o diretor-geral brasileiro da Itaipu, Enio Verri.

Parcerias
A Binacional mantém acordos de cooperação com os principais órgãos de segurança federais e estaduais que atuam na região. A parceria garante suporte logístico, abastecimento e manutenção de veículos e embarcações usados em ações de fiscalização, policiamento e patrulhamento do reservatório e faixa de fronteira.
Segundo Marcos Antonio Farias, chefe da Assessoria de Informações da empresa, um marco nessa relação com forças de segurança foi o apoio da Itaipu na estruturação dos Núcleos de Polícia Marítima (Nepom) da Polícia Federal em Foz do Iguaçu (2003) e Guaíra (2008). Por meio deles, a PF consegue intensificar e atuar de modo dinâmico no perímetro do reservatório e nos 1.400 km de margens, entre Guaíra e Foz do Iguaçu. “Os núcleos mudaram a realidade das cidades fronteiriças do Paraná e do sul do Mato Grosso do Sul como um todo porque executam um trabalho de repressão efetivo na apreensão de drogas, armas e contrabando”, explica.

Em 2023, a Itaipu, a PF e o Itaipu Parquetec intensificaram essa estratégia de combate ao crime em mais um projeto, o Áspide Tecnológico, que conta com câmeras, drones aéreos e subaquáticos, gerenciamento de frota e sistemas inteligentes para monitoramento. “Os investimentos em tecnologia e equipamentos de ponta possibilitaram uma atuação mais assertiva das equipes no combate ao crime organizado, gerando um maior número de apreensões, prisões e coleta de informações de inteligência”, explica o delegado Ronaldo de Góes Carrer, coordenador de Projetos Estratégicos da Polícia Federal no Paraná. De acordo com ele, esses dados coletados subsidiam as investigações da polícia judiciária, que tem como foco a descapitalização das organizações criminosas transnacionais.
Além da Polícia Federal, a Itaipu investiu e segue investindo em outros programas e projetos na região. Um exemplo é a Muralha Inteligente, desenvolvido com a Receita Federal, na qual a usina repassou câmeras de leituras de placas de veículos e reconhecimento facial, drones e equipamentos avançados de inteligência e monitoramento que estão ajudando no combate ao tráfico de drogas, armas e descaminho.
A Marinha é outra força de segurança com apoio da Binacional, principalmente com viaturas e suprimentos para fiscalização e operações no lago. De acordo com o capitão dos Portos do Rio Paraná, o capitão de fragata Uanderson Simonin Lauriano da Silva, o apoio da Itaipu permite aumentar o alcance de atuação nos municípios lindeiros ao reservatório, ampliando a área de fiscalização e controle. “Com isso a segurança, não só da nossa população como também das nossas águas navegáveis, fica cada vez mais qualificada para que possamos dar ao nosso país a sua soberania no dia a dia”, afirma.

Outra parceria que apresenta um resultado bastante positivo é com a Polícia Militar, por meio do Batalhão de Polícia de Fronteira (BPFron). Em 2024, a Binacional construiu uma nova sede em Guaíra e entregou duas embarcações blindadas, um investimento de R$ 26,7 milhões na unidade. “O lago representa um ambiente que é considerado sensível e de interesse das forças policiais. Portanto, os investimentos em recursos voltados à segurança são muito bem-vindos, pois eles contribuem significativamente com a melhoria da qualidade do serviço prestado pelas instituições que atuam na prevenção ao crime e, inclusive, gera um resultado eficiente”, afirma o major Éldison Martins do Prado, comandante do BPFron.
Segundo o superintendente de Segurança Empresarial da Itaipu, Washington Alves da Rosa, por meio dessa integração com as instituições é possível zelar pelas áreas de proteção da usina e, ao mesmo tempo, intensificar o combate aos crimes transfronteiriços que ocorrem com frequência na região, especialmente aqueles que utilizam o reservatório como rota para atividades ilícitas. “A sinergia entre Itaipu e as forças de segurança permite o compartilhamento de informações, o aprimoramento tecnológico e o desenvolvimento de operações conjuntas, elevando significativamente os níveis de segurança e vigilância na faixa de fronteira”, completa.

Investimentos
Alguns dos investimentos da Itaipu nas forças de segurança nos últimos anos somam quase R$ 150 milhões e devem ultrapassar os R$ 170 milhões em 2026. Confira no quadro em anexo.

