Itaipu apresenta na COP trabalho com valorização de resíduos sólidos na sua área de influência

Empresa custeia até 80% do valor das instalações e equipamentos de Unidades de Valorização de Recicláveis (UVRs) e dá apoio técnico às cooperativas. Já são 55 municípios atendidos e 68 unidades instaladas

A Itaipu Binacional levou para a COP 28, em Dubai, na manhã desta quarta-feira (dia 6, hora local), o trabalho com resíduos sólidos desenvolvido pela empresa em sua área de influência. A apresentação foi feita pela empregada da Diretoria de Coordenação da Itaipu Fabiana Stamm. Atualmente, 55 municípios do Oeste do Paraná contam com 68 Unidades de Valorização de Recicláveis (UVRs) implantadas com parte do custeio da Binacional e assessoramento técnico e econômico prestado pelo Parque Tecnológico de Itaipu (PTI).

O painel, com o tema “Aliança Internacional da Reciclagem: o acordo global de redução da poluição por plástico e o papel dos catadores de material reciclado na economia circular”, foi mediado por Adalberto Maluf, secretário nacional de Meio Ambiente Urbano e Qualidade Ambiental, e contou também com a participação de Aline Sousa, diretora da Central de Cooperativas de Materiais Recicláveis do DF e Entorno (Centcoop-DF) e membra do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR); de Severino Junior, da Aliança Internacional de Catadores; além da deputada estadual de São Paulo Marina Helou.

Fabiana Stamm apresentou o histórico da atuação da empresa dentro do tema nas últimas duas décadas, desde que foi criada a primeira associação de recicladores da região Oeste do Paraná, em 2003. Hoje já são 65 grupos formalizados, com 1.092 empregos diretos e em torno de 2,4 mil toneladas de material reciclado mensalmente no território de influência da empresa. As UVRs instaladas contam com maquinário para operação, como caminhão de coleta, esteiras e empilhadeiras, além de infraestruturas adequadas ao bem-estar dos trabalhadores, com vestiários e refeitório.

O apoio de Itaipu, em parceria com as prefeituras, tem ajudado os grupos também a formalizarem cooperativas, gerando emprego e aumentando a renda média dos catadores, que na região é de aproximadamente R$ 1,7 mil mensais. Além disso, o trabalho com o PTI ajuda na catalogação dos resíduos para criação de bancos de dados do material coletado. Esses números deram origem ao “reciclômetro”, uma ferramenta que permite orientar a criação de políticas públicas por parte do estado em logística reversa, responsabilidade sobre resíduos, além de tomadas de decisões econômicas para as cooperativas.

“É um trabalho feito por muitas mãos. Itaipu coordena a implantação, custeia até 80% do valor das estruturas e por meio do PTI fornece capacitação e assistência técnica, mas é uma parceria com os municípios e com as associações de catadores”, destacou Stamm.

Para Aline Sousa, ex-catadora, filha e neta de catadores, a atuação da hidrelétrica é um exemplo para o País, principalmente pela dignidade e reconhecimento da importância dos trabalhadores no processo. “Itaipu tem uma participação histórica com catadores, os empreendimentos coordenados por ela são nossa visão de futuro. Nosso objetivo é um dia conseguir replicar em todas as associações a remuneração dos catadores da região em que ela atua”, disse.

Na opinião de Adalberto Maluf, a questão dos resíduos sólidos é bastante complicada e precisa de muitas forças operando em conjunto para avançar no Brasil. Ele elogiou a postura da Binacional ao assumir a responsabilidade de coordenar o trabalho na sua área de atuação. “Itaipu pegou para si essa agenda, ampliou para sua área de abrangência e criou o programa mais bem sucedido no país com catadores”, frisou.

Para a chefe do escritório da Itaipu em Brasília, Ligia Soares, é importante que a Binacional possa levar a sua experiência para eventos como a COP, servindo de exemplo para que mais parcerias neste modelo aconteçam, ajudando nas soluções de problemas ambientais nas quais a empresa já atua com eficiência. “O painel desta quarta-feira foi ótimo porque conseguiu reunir o Governo Federal, o Legislativo e representantes de entidades civis para discutir um tema essencial e de responsabilidade de toda a sociedade”, disse. De acordo com ela, isso foi possível porque o Pavilhão Brasil na COP reuniu em um mesmo espaço sociedade civil e governamental, permitindo o diálogo de diferentes atores, conforme as diretrizes do Governo Federal.