Instabilidade climática preocupa autoridades e sensação térmica pode chegar a 70 graus nos próximos dias
Segundo as previsões, a onda de calor atingirá um nível máximo que o corpo humano pode suportar; o calor vem acompanhado de chuvas esparsas e vendavais.
Da redação Almanaque Futuro
Não é exagero relatar que os próximos dias serão “insuportáveis” para muitas pessoas, especialmente os mais afetados pela humidade, com a sensação térmica causando muito desconforto. A “sensação térmica” se manifesta, quando o corpo humano assimila não apenas a temperatura real, a do ar, mas também por meio de outros fatores, como a velocidade do vento e a umidade relativa. Esses elementos influenciam o calor ou o frio e são sentidos pela “epiderme”, a camada exposta do maior órgão que os humanos possuem, a pele e que além de revestir, está em constantes mudanças.
No frio o vento aumenta a sensação porque remove a camada de ar quente que fica próxima à pele, acelerando a perda de calor. Isso é conhecido como “efeito resfriamento do vento”. Já no calor, a umidade alta reduz a eficiência da evaporação do suor, dificultando o resfriamento do corpo e aumentando a sensação de aquecimento. É o que deve acontecer nos próximos dias, além de outros efeitos climáticos que passaram a incomodar muito Foz do Iguaçu. Os dias amanhecem firmes, ensolarados e com as temperaturas acima dos 22 graus e, à tarde, as nuvens surgem e despencam, com vendavais atemorizantes.
A previsão deve seguir com essa instabilidade até os dias 21 ou 23 de fevereiro e afetará principalmente as regiões Sudeste, Sul, Centro-Oeste e o Nordeste brasileiro. O fenômeno pode produzir sensações térmicas de até 70 °C no período. O alerta surge das tabelas do Núcleo de Climatologia Aplicada da Universidade de São Paulo (USP).

A ciência explica que quanto maior é a umidade do ar e a temperatura, no mesmo período, mais quente a sensação térmica. As temperaturas devem oscilar entre 35 e 39 °C, e, com a umidade do ar na casa 95%, muitas cidades, como é o caso de Foz do Iguaçu, podem alcançar essa sensação altíssima, beirando e até superando os 70 °C.
Segundo o gráfico, a onda de calor ultrapassa as já registradas pelos termômetros; em 2024, algumas cidades brasileiras superaram as marcas de sensação térmica de 60 °C no mês de março. Alguns locais, mais que outros. Foz do Iguaçu possui uma elevação de apenas 192 metros e por isso, a cidade é muito quente em quase todos os períodos.
A previsão da meteorologia preocupa as autoridades, pois a sensação térmica pode causar índices superiores aos que o corpo humano possui a capacidade de suportar e é possível que uma câmara da população sinta pelo menos mal-estar.
Em entrevista, o professor de biometeorologia da Universidade de São Paulo (USP) Fábio Gonçalves, um dos maiores especialistas do país em conforto térmico, explicou que a tolerância ao calor varia de um indivíduo para outro, mas há um consenso que independentemente da idade e da boa saúde, qualquer pessoa começa a passar mal quando a temperatura do corpo ultrapassa 36,5 graus. Isso acontece porque quando a temperatura da cidade está acima da temperatura interna do corpo, o organismo precisa trabalhar mais para se manter em equilíbrio. Com a temperatura igual ou superior a 37 graus com mais de 70% de umidade do ar, qualquer pessoa pode ter problemas de saúde.
A sensação térmica alta pode afetar diferentes grupos de pessoas de maneiras distintas, mas alguns são mais vulneráveis, como os idosos, com maior dificuldade em regular a temperatura corporal. As crianças formam um grupo que inspira cuidados, uma vez que o sistema de regulação térmica ainda está em desenvolvimento.
Pessoas com doenças crônicas como cardiopatias, diabéticos e quem seja acometido por problemas respiratórios podem ter os sintomas agravados. Trabalhadores ao ar livre, atletas, pessoas com mobilidade reduzida e a população de rua são afetados e estão expostos ao risco de desidratação e insolação.
Os animais
Como os humanos os animais também sofrem com a sensação térmica alta. Os Pet’s, por exemplo, possuem mecanismos de regulação de temperatura diferentes dos nossos. Cães e Gatos não transpiram como os humanos e a regulação térmica se dá pela ofegação e patas. Em dias muito quentes e úmidos, isso pode não ser suficiente para mantê-los frescos, o que pode levar a hipertermia ou o aumento excessivo da temperatura corporal. As raças “braquicefálicas”, de focinho curto, são as mais suscetíveis ao calor porque têm mais dificuldade para respirar e se refrescar.
Os tutores precisam manter atenção aos sinais de superaquecimento como ofegação excessiva, salivação, fraqueza, vômitos, diarreia, gengivas vermelhas ou azuladas, e até desmaios. Notando os sintomas, é crucial resfriar o animal gradualmente e procurar um veterinário imediatamente. Como os humanos, os pets devem ser mantidos em ambientes frescos e bem ventilados, sempre com água fresca ao alcance e é recomendável evitar passeios e exercícios intensos nos horários mais quentes do dia. É importante não deixar animais dentro de carros estacionados, mesmo que por pouco tempo.
Os roedores, aves e répteis também podem sofrer com o calor, por isso é importante garantir que seus habitats estejam em locais frescos e que tenham acesso a água e sombra.
Em resumo, os pets podem sim sofrer com a sensação térmica alta, e é responsabilidade dos tutores tomar medidas para garantir o bem-estar deles durante os dias mais quentes.
Como suportar condições assim?
A sensação térmica elevada é preocupante e desafiadora, mas existem estratégias que podem ajudar a aliviar o desconforto e evitar problemas de saúde relacionados ao calor.
Hidratação
Beba muita água, mantenha-se hidratado, mesmo que não sinta sede. A desidratação pode agravar a sensação de calor. Evite bebidas alcoólicas e com cafeína: Elas podem desidratar o corpo.
Vestuário adequado
Use roupas leves e soltas: opte por tecidos respiráveis, como algodão, e cores claras que refletem a luz solar; proteja a cabeça usando chapéus ou bonés para evitar a exposição direta ao sol.
Ambiente fresco
Mantenha-se em locais com temperaturas mais agradáveis; se possível, em ambientes com ar-condicionado ou ventiladores. Feche cortinas e persianas, porque uma medida assim ajuda a bloquear o calor do sol. Os ventiladores ajudar a circular o ar e proporcionar alívio.
Alimentação
Coma refeições leves, evitando comidas pesadas e gordurosas, que podem aumentar a sensação de calor. O consumo de frutas e vegetais é apropriado; esses alimentos possuem alto teor de água e ajudam na hidratação.
Atividades físicas
Evite exercícios intensos no período, especialmente durante os horários mais quentes do dia. Exercite-se em horários mais frescos como o início da manhã ou o final da tarde.
Resfriamento do corpo
Tome banhos frios ou utilize compressas de água fria; elas ajudam a baixar a temperatura corporal. Coloque toalhas úmidas na testa, pescoço e pulsos para refrescar.
Cuidados com a pele
Use protetor solar: proteja a pele dos raios UV, que podem aumentar a sensação de calor e causar queimaduras. Evite, a todo o custo a exposição prolongada ao sol. Procure sempre as sombras em caso de caminhadas.
Monitoramento da saúde
Fique atento a sinais de exaustão por calor: sintomas como tontura, náusea, dor de cabeça e fraqueza podem indicar problemas sérios. Procure ajuda médica se necessário: em casos de insolação ou desidratação severa, busque atendimento médico imediatamente.
Adaptação gradual
Acostume-se ao calor, se possível, permita que seu corpo se adapte gradualmente ao aumento da temperatura, especialmente se você não está acostumado a climas quentes. Seguindo essas dicas, você pode minimizar o desconforto causado pela sensação térmica elevada e proteger sua saúde durante os próximos dias.
O setor que atende a venda e manutenção de aparelhos de ar condicionado está em franca atividade e quem deixou os reparos para a última hora enfrenta dificuldades. Em outra análise, muitos se desesperam pelo fato dos aparelhos não resfriarem, aumentando a humidade e causando a inversão térmica, chegando a escorrer água no piso e paredes. Os aparelhos de ar condicionado são projetados para resfriar o ar em um ambiente, mas as as altas temperaturas em muitos casos causam insuficiência na capacidade, sem que consigam resfriar adequadamente o espaço sem proporcionar a climatização, especialmente se a diferença entre a temperatura externa e a interna for muito grande.
Foz e os temporais
A Defesa Civil tem trabalhado intensamente nos últimos dias, sobretudo registrou-se quedas de árvores e galhos em quase todas as regiões. As tempestades, que em geral ocorrem no finas das tardes geram rajadas de ventos entre 35 a 60 km/h no município. Com uma precipitação média foi entre 13 a 18 mm. Os eventos causaram ainda danos na rede elétrica, telefonia e enxurrada, espalhando detritos pelas ruas e avenidas. Todas as ocorrências registradas até o momento foram prontamente atendidas. Segundo informe, as secretarias de Meio Ambiente e Obras realizam a remoção das árvores e a desobstrução das vias; a Copel atua no restabelecimento da energia. Segundo os dados não houve vítimas ou desabrigados até o momento. “A Defesa Civil segue de plantão e, em casos de novas ocorrências, pode ser acionada pelos telefones 153 ou 199. Falta de energia e situações de risco podem ser comunicadas à Copel pelo número 0800 52 00 116”, informa o boletim da Secretaria de Comunicação Social.
Na manhã deste domingo (16/02), o prefeito de Foz do Iguaçu, General Silva e Luna informou que está adotando medidas preventivas.
Redação Almanaque Futuro com informações da USP-SP, CNN e Secretaria de Comunicação Social de Foz do Iguaçi.