Três morcegos infectados foram encontrados em um Clube na área Sul da cidade o que colocou o CCZ em alerta. Região é conhecida como ponto de abandono de animais.
Da Redação
O setor Sul de Foz do Iguaçu está em franco desenvolvimento. A região recebe grandes obras estruturantes e também muitos investimentos no segmento do Turismo. Uma evidência desse sucesso todo, é a formação de novos bairros, construção de condomínios de todos os padrões e a elevação do valor do metro quadrado no setor imobiliário. Tudo isso, vizinho do Parque Nacional do Iguaçu, com acessos direto para as áreas rurais, fronteira com Argentina e Paraguai, Marco das Fronteiras, Ponte da Integração e populosos bairros, a exemplo do Porto Meira, maior em extensão e população do que muitas cidades paranaenses.
Mas essa vocação desenvolvimentista, turística e ambiental, convive com um problema grave: não bastassem os recentes problemas com a segurança, localidades como Carimã, Buenos Aires, Mata Verde de Novo Horizonte sofrem diariamente com atrocidades no mundo animal, como o abandono de animais e o lamentável despejo de carcaças cães e gatos em terrenos baldios e áreas verdes.
O que mais assusta os moradores é a recente notícia de que foram encontrados morcegos infectados com o Lyssavirus, da família Rabhdoviridae, em outras palavras, o temido “vírus da raiva”, que causa 100% de letalidade em animais em caso de contágio. Trata-se de uma doença infecciosa viral aguda, que acomete os mamíferos de todos os portes e também o homem, e caracteriza-se como uma encefalite progressiva e aguda.
Recentemente três espécimes de morcegos não hematófagos, ou seja, que não se alimentam de sangue, foram encontrados mortos nas dependências do Clube Hípico de Foz do Iguaçu e, encaminhados ao CCZ, onde constaram a contaminação. A evidência foi suficiente para o órgão mobilizar os agentes na área de endemias, que realizaram uma atividade de intensa orientação aos moradores da região, a começar pelas residências no entorno do clube.
Segundo a opinião de um biólogo (ele pediu para não ter o nome revelado), a situação pode ser bem mais crítica e merece atenção redobrada das autoridades. Para ele, o crescimento da região e construção de centenas de moradias, onde antes era o habitat natural dos morcegos, pode tê-los empurrado para as áreas verdes que restaram, sendo que uma delas faz parte do complexo onde está o clube, repleto de cocheiras e, animais confinados, um local propício para a espécie se aninhar.
Acontece que apesar da aparência e lendas urbanas, os morcegos são importantíssimos para o equilíbrio ambiental pois, além de realizarem o reflorestamento natural também se alimentam de grandes variedades de insetos. Não há motivo para pânico e menos ainda as pessoas maltratarem os animais, caçando-os por meio de redes e veneno. Morcegos são mamíferos silvestres protegidos por lei, sua captura e extermínio é crime
Com a notícia, a população está buscando maneiras de vacinar os animais domésticos que é a melhor forma de prevenção de casos de raiva na cidade, que já vem controlada desde 2005, quando foi registrado o último caso de raiva em um cão.
A orientação repassada pelo CCZ para prevenção desta doença é vacinar os animais domésticos todos os anos, os tutores devem também procurar uma clínica veterinária de sua confiança para manter as vacinas em dia.
Em caso de encontrar um morcego morto, é importante cobri-lo com algum recipiente, como um balde por exemplo e avisar imediatamente o CCZ. Nunca, em caso algum tocar o animal
Os sintomas
Os donos e cuidadores de animais devem ficar atentos. Os sintomas variam entre cães, gatos e animais de grande porte, como cavalos. Nas primeiras manifestações os animais fazem um auto isolamento, demonstram a perda de apetite e isso evolui muito rapidamente, além dos sinais neurológicos como salivação intensa, tremores musculares, andar cambaleante e isso em geral culmina em morte.
O que fazer
Com relação aos sinais clínicos em cães e gatos, o primeiro passo é isolar, avisar o CCZ e ao mesmo tempo chamar um veterinário, tentando não compartilhar o ambiente como um automóvel, por exemplo, o que facilitaria a contaminação. O mesmo pode ocorrer em clínicas veterinárias. A vacinação é a melhor maneira de evitar a raiva. O procedimento deve ser realizado de maneiras que se garanta a imunização. A aplicação é subcutânea e na maioria dos casos, os bichos nem sentem a picada. Muitas pessoas deixam de vacinar os pets, com medo que eles sofram desconfortos, o que é pura ignorância. Animais devem ser vacinados e em casos de relapso, os donos podem responder na Justiça.
Em Foz, segundo informações, houve a ocorrência de 22 casos de animais infectados em 2022, mas a média anual oscila entre 20 e 40 casos. O fato de encontrarem três morcegos em um mesmo lugar inspira preocupações, porém, o estágio e de redobrar os cuidados.