Espetáculo “Autobiografia Autorizada”, de Paulo Betti, emociona público iguaçuense

Peça gratuita estreou nova temporada nesta terça-feira (11) e segue para outras 14 cidades, como parte das comemorações dos 50 anos de Itaipu

Quem não se emociona ao lembrar das histórias de infância, as manias da avó, o carinho dos pais, a relação com os irmãos? A vida de Paulo Betti, cuidadosamente anotada pelo próprio ator em um cadernão entre 1982 e 1992, é o enredo da peça “Autobiografia Autorizada”, que teve a estreia da nova temporada nessa terça-feira (11), em Foz do Iguaçu.

A peça vai passar por outras 14 cidades paranaenses, de forma gratuita para a população, como parte das comemorações dos 50 anos da Itaipu Binacional. Nesta quarta-feira (12), a apresentação será em Medianeira. A temporada terminará em Londrina, no dia 30 de junho (confira a programação abaixo). Para assistir gratuitamente, basta pegar o ingresso na plataforma Sympla (www.sympla.com.br).

Ao longo de pouco mais de uma hora de espetáculo, o artista de 71 anos relembra passagens de sua infância, numa pequena casa na zona rural de Rafard, interior do estado de São Paulo, e posteriormente em Sorocaba. Com uma fala leve e divertida, o ator faz um monólogo cativante, interagindo com objetos da época e se apoiando em fotos projetadas em um grande telão.

“Eu gostei muito de escrever essa peça porque ela valoriza a história da vida pessoal. Valoriza a história dos ancestrais, ou seja, valoriza a vida de todo mundo. Todo mundo tem uma vida que merece virar uma peça”, explicou o autor ao final do espetáculo. “Fico feliz pela oportunidade de viajar e oferecer este espetáculo de graça à população.”

“Autobiografia Autorizada” foi escrita pelo próprio Paulo Betti, com base em suas anotações e no interesse por sua infância e adolescência vivendo em um lugar “encantado, inóspito e poético”, segundo própria descrição. Ele dedica o show aos pais Ernesto e Adelaide, aos avós João e Celeste e aos irmãos Antonio, Ana, Maria, Aparecida e José. O espetáculo foi lançado em 2015 e é dirigido por Juliana Betti e Rafael Ponzi.

Em sua passagem por Foz do Iguaçu, Paulo Betti visitou a usina hidrelétrica de Itaipu, onde plantou uma jabuticabeira no Bosque dos Visitantes. “Já conhecia Foz do Iguaçu, mas é a primeira vez que visito a usina. Estou adorando. Plantar uma árvore, deixar uma marca aqui na usina, foi uma coisa que me deixou muito comovido”, disse Betti, na ocasião.

Próximos espetáculos

– Medianeira – 12/6
-Francisco Beltrão – 13/6
-General Carneiro – 14/6
-Guarapuava – 15/6
-Jardim Alegre – 16/6
– Campo Mourão – 17/6
-Umuarama – 18/6
– Paranavaí – 19/6
-Matinhos- 25/6
-Lapa- 26/6
-Castro – 27/6
-Imbaú – 28/6
-Santa Cecília – 29/6
-Londrina – 30/6

O que o público achou?

O teatro da Universidade Uniamérica Descomplica ficou lotado na noite de terça-feira (11).

O jornalista Welyton Manoel, 26 anos, acompanhou a peça com a namorada, a também jornalista Liege Reis, 23. “A peça foi maravilhosa, é uma oportunidade incrível para nós em Foz. Nós não temos um teatro, não temos algum local específico para esse tipo de peça, então ver um artista como esse, contar a história de vida, ficar mais perto da história dele, da contribuição cultural dele para o Brasil é sensacional. É uma experiência incrível”, disse Welyton.

O músico Gabriel Sampaio Rezende, 42 anos, concorda sobre a falta de um espaço para grandes espetáculos em Foz do Iguaçu, especialmente por ser uma região de fronteira. Ele agradece a Itaipu pela oportunidade de ver uma peça de Paulo Betti. “É uma peça muito legal. Ele consegue manter a coisa vibrante, em uma hora e meia de monólogo. Consegue envolver as pessoas numa atmosfera próxima, de intimidade”, resumiu.

A advogada Clarissa Menezes, 42 anos, mora há apenas três anos em Foz do Iguaçu, mas em várias oportunidades precisou viajar para outros centros para acompanhar eventos culturais. “É a primeira peça desse porte que assisto na cidade e eu fico feliz de ter essa oportunidade”, disse. E comentou: “achei interessante porque ele contou uma história comum, ordinária, mas conseguiu transformar a própria história de vida num enredo de uma forma cômica, leve, extraordinária, com muita riqueza de detalhes”.