Câmara entrega título a José Caetano e transforma manhã de sexta em celebração à memória institucional de Foz

Com plenário lotado, discursos emocionados e reconhecimento unânime, ex-promotor é elevado a Cidadão Honorário por sua trajetória decisiva na vida pública e comunitária do município.

Redação Almanaque Futuro com informações do Legislativo Municipal e fotos de Christian Rizzi

A manhã desta sexta-feira (14) entrou para o calendário afetivo de Foz do Iguaçu. Com o plenário da Câmara Municipal completamente tomado por autoridades, familiares, representantes de entidades e cidadãos, o ex-promotor de Justiça José Caetano Ferreira Neto recebeu o Título de Cidadão Honorário, em uma cerimônia que misturou solenidade, emoção e o reconhecimento público a uma vida dedicada ao serviço coletivo.

A homenagem — proposta pelo vereador Adriano Rorato (PL) e oficializada pelo Decreto Legislativo nº 10/2025 — foi aberta pelo presidente da Casa, vereador Paulo Debrito (PL), e conduzida pelo 2º vice-presidente, parlamentar Beni Rodrigues (PP). A vereadora Marcia Bachixte (MDB), 1ª secretária do Legislativo, fez a leitura do pergaminho oficial, seguida da apresentação do Coral Cisne Branco, que deu tom cerimonial ao início da sessão. Também participaram os vereadores Balbinot (PSDB) e Anice Gazzaoui (PP), representando a diversidade política que se uniu em torno do reconhecimento.

José Caetano, cuja carreira no Ministério Público iniciou em 1966 e atravessou diversas comarcas do Paraná antes de chegar a Foz em 1974, foi descrito pelos presentes como um homem de firmeza ética, grande poder de diálogo e sensibilidade no trato com as demandas sociais. Em Foz do Iguaçu, assumiu a titularidade da Promotoria de Justiça em um momento de profundas transformações urbanas e institucionais, tornando-se uma das vozes mais atuantes na construção da modernidade local. Seu legado extrapolou as fronteiras jurídicas: entre 1989 e 1992, comandou a Secretaria Municipal de Indústria, Comércio e Turismo, fortalecendo a economia e ampliando o protagonismo de Foz no mapa nacional.

Para o proponente da honraria, vereador Adriano Rorato, o homenageado sempre carregou uma virtude rara na vida pública: “um homem de bom relacionamento, de bom diálogo, capaz de tornar qualquer ambiente mais leve”. Segundo ele, o título é “o reconhecimento de uma cidade inteira pelas amizades construídas e pelas contribuições concretas ao progresso de Foz”.

A sessão também reuniu vozes históricas da esfera jurídica. Hélio Airton Lewin, cidadão honorário e representante da Associação Paranaense do Ministério Público, sublinhou a grandeza da trajetória do ex-promotor:
“A história de vida do Dr. José Caetano se confunde com a própria história moderna de Foz do Iguaçu. Sua inteligência e capacidade acompanharam o desenvolvimento da cidade e deixaram marcas profundas em nossas instituições.”

O juiz Edson Alves, representante do Fórum da Comarca, destacou o valor simbólico do exemplo público:
“Vivemos tempos conturbados, em que a cidadania parece se diluir. O currículo do homenageado mostra que é possível lutar por ideais, crescer, servir e continuar trabalhando pelos outros. É um exemplo que inspira.”

Em nome do Executivo, o procurador-geral do Município, Rafael Arguello, reforçou a dimensão histórica da homenagem:
“Estamos diante de alguém que dedicou mais de cinco décadas ao serviço público. Este título celebra uma vida inteira voltada ao interesse coletivo. O legado do Dr. José Caetano engrandece a cidade.”

Em sua fala, profundamente emocionado, José Caetano Ferreira Neto agradeceu à comunidade que o acolheu há mais de meio século:
“Foz do Iguaçu, esta pujante cidade onde fixamos morada, construiu conosco amizades, histórias e caminhos. Servi à população com o apoio de todos, e receber esta honraria me comove profundamente. Levo comigo a gratidão e a responsabilidade de ser, a partir de hoje, também cidadão honorário desta terra que tanto amo.”

A cerimônia — definida por muitos como uma das mais emblemáticas do ano — consolidou não apenas um reconhecimento formal, mas uma celebração afetiva da memória institucional de Foz do Iguaçu. Um encontro em que justiça, história e comunidade caminharam lado a lado para homenagear alguém que fez do serviço público um ato contínuo de cidadania.