Discutir demandas do setor de cultura tais como: maior investimento, mais trabalhadores para área e elaboração do plano municipal. Esses foram assuntos debatidos na Câmara de Foz nesta sexta-feira (04) em audiência pública que tratou do Plano Municipal de Cultura, lei de Incentivo à Cultura de âmbito municipal e estações/equipamentos culturais. O presidente deu início ao trabalho da audiência, que posteriormente foi conduzida pelo autor: vereador Kalito (PSD). Ao final, o proponente do debate chamou a todos para um levantamento para revisão do marco geral e todas as legislações relativas ao setor da cultura já nas próximas semanas.
Estiveram presentes os vereadores: Edivaldo Alcântara (PSD), Adnan El Sayed (PSD) e a vereadora Anice Gazzaoui (PL). Também marcaram presença: de forma virtual o Deputado Goura (PDT) e ainda se fez presente: Juca Rodrigues (Fundação Cultural), Gleisson e Brito (Reitor da Unila), Jorgelina Tallei (Pró-reitora de Assuntos Estudantis da Unila), Luciana Vedovatto (Unioeste), Sérgio Winkert (Presidente do conselho municipal de patrimônio cultural) e Maria Elza Mendes (Presidente do Conselho Municipal de Políticas Culturais e da Biblioteca comunitária da Vila C), mestre Ari (da capoeira), André Cheiran (das artes marciais), Diego Carvalho (movimento estudantil).
Juca Rodrigues, Diretor-presidente da Fundação Cultural, afirmou: “é importante para nós que o recurso também seja acessado pelo trabalhador que está aqui. Temos de ter em conta que estamos em território único e Foz também deve ser destino cultural. Estamos pensando no teatro sim, mas também pensamos nos espaços dos bairros”.
Willian Fragata, assistente técnico da Fundação Cultural, reforçou que “Por meio da lei 3.645 Foz pode se tornar signatária do sistema nacional de cultura, que é um modelo de gestão e promoção das políticas públicas de cultura. Alguns elementos importantes são: sistema de financiamento à cultura; Política de livro, leitura, biblioteca; criar diagnóstico sobre cultura no município; consulta e aprovação do plano, em forma de lei, passando pela Câmara. Fases que compõem elaboração do plano municipal de cultura”.
Sérgio Winkert, presidente do Conselho Municipal de Patrimônio Cultura, comentou que “Foz é um município diferenciado, temos memória e cultura própria, então é preciso exercer a escuta. O elemento norteador é o plano municipal de cultura. Os conselhos têm suas atribuições, mas não são executores”. Maria José El Saad, da secretaria de direitos humanos, “o ambiente de uma construção de audiência precisa de representatividade ampla, das dificuldades que seu espaço tem para fazer cultura”.
Integração com as universidades
Luciana Vedovatto (Unioeste) falou do tripé de ensino, pesquisa e extensão da universidade e colocou a instituição de ensino de forma aberta na área da cultura para desenvolvimento de projetos conjuntos. O Deputado Estadual Goura (PDT) destacou “no contexto da pandemia vimos como todos os trabalhadores da cultura foram impactados. Sem a mobilização, não teríamos tido a Lei Aldir Blanc”.
Gleisson de Brito, Reitor da Unila, pontuou: “nosso universo é de 6 mil alunos, em um ambiente trilíngue e no dia a dia vemos diversidade de práticas alimentares, de vestuário, culturais. A importância e papel da educação precisam estar presentes no plano de cultura. É preciso de sistema de indução, de financiamento robusto da área, porque sem isso não é possível acontecer”.
Plano de cultura que considere a tríplice fronteira
Jorgelina Tallei, da Unila, pontuou: “fundamental pensar um plano de cultura a partir do território. Pensando a fronteira como lugar de encontro. Se queremos ser cidadãos da fronteira, além de atravessar as pontes, precisamos saber conectá-las. E isso se faz como integração linguística, cultural”
Necessidade de aumento do orçamento para cultura
Maria Elza Mendes pontuou: “essas políticas são um desafio, principalmente para quem vive na periferia, de comunidades vítimas de remoção. Temos desafios de revisão da lei do fundo, do sistema. Nossa saúde mental se inicia na cultura, esporte, cidadania e lazer. Temos a dificuldade que é a intersetorialidade. Precisamos melhorar pelo menos em 30% o orçamento da cultura. É preciso de orçamento. Precisamos avançar na questão da política permanente e continuada. As diretrizes para o plano foram tratadas nas conferências”
Descentralização da cultura para os bairros
Giovani Fagundes, movimento cultural underground, “o movimento começou desde os anos 80 e nossas dificuldades são as mesmas, como a da aparelhagem, a de trazer jovens para o movimento e tirá-los das drogas. Nosso coletivo tem mais ou menos 30 bandas de Foz e atuamos na cidade com vários eventos. Uma das nossas necessidades é descentralização da cultura para os bairros”.
Tribuna livre
Willian de Castro, que trabalha no Centro de Convivência do Idoso, disse: “atualmente Foz está com quase 30 mil idosos, então precisamos nos articular para uma possível virada da pirâmide e também na área de cultura”.
Bianor Dias Júnior, do grupo Sioux Crew, pontuou: “a cultura pode começar no bairro, mas precisa se desenvolver como um ciclo, construir um caminho, para que o artista revelado em Foz tenha projeção fora”.
Assessoria