Coart lança o projeto “Voe” reunindo importante acervo de 18 artesãs iguaçuenses
Um dos espaços construídos para a Copa do Mundo de 2014, o CAT da Praça Getúlio Vargas, finalmente foi destinado aos artesãos.
No último sábado, 19 de outubro, foi realizada a apresentação e uma roda de conversa sobre o “Projeto Voe”, que tem como objetivo o desenvolvimento de uma nova frente na produção de novas peças artesanais. Artesãs da Coart participaram de treinamentos e workshops centrados na iconografia local, com ênfase em um tema fascinante: os pássaros da região. As participantes se mobilizam para compartilhar o conhecimento adquirido em quatro instituições da comunidade.
Um ponto importante do encontro foi a “roda de bate-papo com as artesãs, Dirceia Braga, Myrian Fernández de Cardoso, Lilia Mônica Almeida, Ilza Rahmeier Alliana, Elizangela Aparecida Corrascoza, Verginia Vieira, Rosa Osmarina Dal Toe, Rozilda Luísa dos Santos, Iolanda Izidio Silva, Clarissa L. Moreno, Lida Ezabeth Barreto, Neuza Cardoso dos Santos, Marlene Rosas Moreira e Simone Sozzeki Lotero expressaram uma vasto leque de visões ao realizarem um trabalho tão inovador, em moldar em suas peças o encanto dos pássaros, tão presentes em nossas vidas mas que muitas vezes passam despercebidos.
A renomada artista plástica e artesã Maria Cheung destacou a complexidade de participar de um projeto tão grandioso com um único foco. Além de ser um dos nomes mais importantes da arte iguaçuense, ela sempre empresta o conhecimento participando do grupo e aprendendo também com as demais artesãs.
A natureza é mesmo uma janela para a motivação, que atiça a criatividade e que ajuda na superação de medos e inseguranças, expressando felicidade e satisfação, sobretudo quando o grupo trabalha unido moldando com muita força a conexão profunda com a natureza.
A presidente da Coart, Nilse Mognol, destacou que as novas peças, que incluem aves, têm como objetivo valorizar a cultura local e proporcionar aos turistas que visitam a região um vislumbre da identidade cultural. Ela também destacou a importância de reconhecer que o trabalho artesanal vai além da confecção de objetos, englobando técnicas e conhecimentos que agregam valor ao patrimônio imaterial da sociedade. Apesar dos desafios, há um crescente reconhecimento da importância do trabalho artesanal na moda, com algumas marcas valorizando e incorporando tradições.
Silvana Gomes, gerente de Turismo Sustentável da Itaipu, mencionou como o “Projeto Voe” contribui para a valorização da história dos artesãos. Fabiana Priscila dos Santos Ferreira, assessora da Fundação Cultural, elogiou a criatividade das participantes e o encantamento pelo processo.
O projeto prevê exposições em 2025, além de rodas de vivências, relatos de experiências e encontros que dialoguem sobre a cultura, promovendo o intercâmbio entre as artesãs da região.
Por Eliane Luiza Schaefer – Assista a reportagem realizada especialmente para o Almanaque Futuro TV.