*Por Eliane Luiza Schaefer_
O artesanato é uma linguagem que preserva memórias, conta histórias e traduz a identidade de um povo. No Brasil, cada região desenvolveu formas próprias de criar, unindo tradição, materiais sustentáveis, cultura popular e inovação.
No Norte, a cerâmica marajoara e as biojoias de sementes amazônicas revelam a força da floresta e da cultura indígena. No Nordeste, o barro de Caruaru, as rendas de bilro e o couro de Juazeiro do Norte refletem a vida popular com cores e ritmos. No Centro-Oeste, a cerâmica de Corumbá, o couro pantaneiro e a madeira de Cuiabá traduzem a relação com a natureza. Já no Sudeste, o trabalho em pedra-sabão de Ouro Preto, a cerâmica de Paraty e as bonecas de pano de Minas comunicam-se com influências indígenas, africanas e europeias. No Sul, a herança dos imigrantes aparece em móveis coloniais, cerâmicas de estilo italiano e peças em couro de Pelotas.
Essa diversidade mostra que o artesanato se transforma conforme o ambiente, a história e a cultura de cada comunidade.
No Oeste paranaense, o artesanato ganha relevância ao unir sustentabilidade, turismo e identidade regional. Projetos apoiados por Sebrae, Itaipu Parquetec e Adetur incentivam a criação de peças que representam a região, conectando memória, criatividade e mercado.
Cidades como Guaíra e Toledo fortalecem esse movimento ao valorizar a produção local e incluí-la em roteiros culturais e históricos. Oficinas oferecidas pela Secretaria da Cultura em Toledo ensinam técnicas variadas e reforçam vínculos comunitários, inserindo o artesanato na economia criativa.
Cursos e workshops permitem que artesãos experimentem novos materiais como a madeira, fibras, tecidos e recicláveis, desenvolvendo produtos inovadores sem perder a ligação com a tradição. Esses espaços de aprendizado também aproximam o artesanato do design contemporâneo, ampliando as possibilidades de comercialização e reconhecimento da produção manual como expressão artística.
Investir no artesanato é investir em cultura, economia e pertencimento. No Oeste do Paraná, iniciativas coletivas e espaços de formação mostram que é possível preservar tradições. Apoiar os artesãos significa dar voz às histórias locais, gerar oportunidades e reforçar a diversidade que faz do Brasil um país único.