- Por Adilson Pasini
Vira e mexe as universidades levantam qualquer assunto para provocar alvoroço visando chamar a atenção da sociedade.
A maioria das universidades brasileiras só conseguem se manter vivas dentro de sua própria bolha.
Enquanto o bolor que decompõe o ambiente não for removido dessas instituições, as futuras gerações estarão a caminho da falência intelectual.
A presença dos chamados “grupos ilha” nas universidades remonta a resistência em manter um traço cultural antigo, ou seja, de persistir em segregar quem não compactua dos mesmos ideais.
Quem entra na universidade interessado apenas em estudar e se qualificar para disputar o afunilado mercado de trabalho, recebe em pouco tempo o carimbo da humilhação.
A “panelinha da doutrinação” nas universidades não poupa quem não aceita as ideias extremistas, e o acadêmico fica condenado ao isolamento, muitos dos quais sentem-se tão constrangidos que chegam a abandonar os bancos universitários.
A “galera das consoantes” só aceitam o ingresso do acadêmico ao movimento da dominação se o estudante admitir as orientações da cartilha galhofa, e quem não se ajoelha diante dos manuais frívolos acaba marginalizado.
Essa turma que se intitula humanista é um poço de malignidade, sem esquecer que alguns professores também são vítimas quando discordam dessas práticas repugnantes.
Quem fica nos corredores das universidades batendo palmas aos “papagaios do gueto” está garantindo uma boa vida acadêmica, mas quem só quer estudar para crescer na vida, resta o desacato.
Como a democracia pra essa turma é da boca pra fora, o peso da realidade é constatado após receber o diploma, quando inicia efetivamente a luta para sobrevivência, e é nesse novo momento da vida, que o recém formado sente que a rapadura não é mais doce como nos períodos das trivialidades acadêmicas.
E aí os melhores cérebros que não compactuam com esse carnaval ideológico são drasticamente descartados das oportunidades nos programas institucionais internos, gerando um enorme prejuízo intelectual ao Brasil.
Mesmo com os esperneios contumazes de algumas universidades, as reformas embora lentas já começaram, mas a remoção dos entulhos ainda vai demorar um pouco.
Adilson Pasini é professor universitário, auditor e escritor