Um cassino elevaria Foz ao topo do interesse em entretenimento

A cidade recebeu a notícia da aprovação do jogo na CCJ do Senado com etusiasmo, mas o caminho ainda é longo. Foz precisa se organizar e brigar pela concessão. Leia na coluna de Rogério Bonato.

Legalização do jogo

Taí um assunto de interesse para Foz do Iguaçu. A votação foi bastante apertada, 14 a 12, mas a Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou a legalização de cassinos, bingos e o popular jogo do bicho. Tudo isso pode sair da clandestinidade. Dependendo, brasileiros não precisarão mais frequentar transatlânticos e viajar para outros países para se divertir nas roletas. A oposição pega pesado, mas o projeto segue adiante.

 

Parada difícil

O texto sofreu adiamentos e com um nível considerável de discussões na CCJ. Alguns senadores da bancada evangélica radicalizaram o discurso, uma vez que o pastor Silas Malafaia não descolou um segundo da votação. Bom, seus apelos e orações não deram conta do recado, ao que parece. Ele precisa rever as combinações com o pessoal lá de cima.

 

O que falta?

O texto vai ao plenário, mas sem regime urgência, logo, é difícil saber quando entrará em nova votação. Imagina-se que a relatoria faça um pedido de urgência, dada a polêmica que sacode a casa. Na CCJ, o senador Sérgio Moro votou a favor, e, Oriovisto Guimarães, contra. Se houver a aprovação em plenário do Senado, o texto segue direto para sanção, sem passar pela Câmara dos Deputados mais uma vez.

 

O projeto

Relembrando, o projeto de Lei 2.234 de 2022 legaliza a exploração de jogos e apostas em cassinos, bingos e jogo do bicho, por meio da criação do Sistema Nacional de Jogos e Apostas (Sinaj) no Brasil. Com a informatização isso passou a ser uma tarefa relativamente fácil. O Ministério da Fazenda terá 90 regulamentar e fornecer a licença para operadores dos a partir da aprovação no Congresso e da sanção da lei. É o ministério quem vai estabelecer as regras para o licenciamento. Isso por si será outra grande discussão (leia adiante).

 

Como será?

A aprovação do projeto de legalização do jogo no Congresso Nacional é apenas uma parte de realizar um dos sonhos ambiciosos da cidade, de abrigar pelo menos um cassino. Os trâmites da Câmara e Senado seguem o curso, mas depois da aprovação, a cidade precisará brigar pela concessão o que não será uma tarefa fácil.

 

“Já tem cassino”

Alguém disse: dificilmente Foz conseguirá uma concessão, uma vez que há cassinos em Puerto Iguazú (AR) e Ciudad del Este (PY). Trata-se de um grande equívoco pensarem assim, porque não é justo ver as pessoas se hospedando na cidade e atravessando as pontes para deixar o dinheiro nos dois países. Um cassino em Foz ajudaria muito na geração de empregos e em outro nível de serviços de transporte e hotelaria. O que falta é a cidade abaixar a cabeça para o lobby dos vizinhos, que barbaridade!

 

Corrente

O trabalho mais difícil o deputado federal Vermelho já realizou, de brigar pela legalização, agora ele precisa do apoio dos setores econômicos, da hotelaria, de todos as ferramentas que movem o Turismo, porque o jogo é um diferencial importante. A área cultural seria muito beneficidada também. A cidade precisa se organizar e reivindicar um dos braços de lazer que complementará o seu desenvolvimento. Foz tem tudo para ingressar no Blue Guide, uma seleta lista de recantos paradisíacos que comportam o entretenimento, como Monte Carlo, Nice, Londres e outras cidades.

 

Onde será?

Cassino devem existir em grandes empreendimentos hoteleiros, como em Las Vegas e outros centros que abrigam a modalidade. Qualquer situação diferente disso, será convertida em “casa de jogos”, uma categoria bem abaixo das expectativas. Independentemente do hotel que abrigue um cassino, todo o trade lucrará imensamente, aumentando a ocupação e prosperando no setor de transfer’s, movimentando o comércio em Foz e no exterior.

 

Comparação

É simplesmente esdrúxulo esse pensamento de não aportar o jogo, em razão de existir nos países vizinhos. Um exemplo é o sucesso das Lojas Francas. Antes de existirem, havia o pensamento derrotista de que não iriam adiante por conta do centro comercial de CDE. Um brutal engano, tanto que há um estudo em andamento para a construção de um shopping para abrigar um grande duty free, com vários empreendimentos. O sucesso é tão consagrado, que o governo pode até aumentar a lista de itens comercializados.

 

Vantagem

Comportar cassinos, apesar do glamour e os bons presságios de desenvolvimento, requer logística e conhecimento no ramo e Foz está bem adiantada no segmento. Há muitos brasileiros trabalhando nas casas de jogo além fronteira e, os operadores, conhecidos como “atracadores”, atuam em nosso país. O Brasil também precisa decidir qual o nível de cassinos irá operar e regulamentar até mesmo as regras de jogo. Elas são internacionais e dividem as casas por categorias. Um exemplo, cassinos onde as roletas possuem apenas um “Zero”, são mais credíveis, porque oferecem mais oportunidades aos jogadores. Há locais onde as roletas possuem “doble zero” e até “000”, o que diminui e muito as chances do apostador. Os frequentadores estão atentos a esses detalhes.

 

Vermelho e o jogo

Relembrando, o deputado trabalhou duro na Câmara e ajudou bastante no apoio ao projeto, acompanhando a CCJ. Ele sabe a diferença que a instalação de cassinos pode causar em uma cidade como Foz. Além das vagas em hotéis que disputam as salas de jogos, haverá incremento no transporte, serviços, gastronomia, e arrecadação, diga-se; o jogo aumenta a circulação do dinheiro e com isto gera desenvolvimento. É uma das bandeiras do deputado federal desde o início do primeiro mandato.

 

Federação

Este colunista recebeu uma informação de cocheira que pode pausar e pautar os planos da esquerda. Uma recente reunião quer colocar em prova a viabilidade da Federação Brasil Esperança e fazê-la caminhar sozinha em algumas cidades; seria um experimento do tipo “laboratorial”. Se acontecer em Foz, PT, PV e PCdoB terão que se acertar e aí sim será algo interessante de acompanhar. Há quem acredite no impossível.

 

Distração

Mas há quem garanta que essa briguinha com o PSDB é só para distrair a torcida. O que há na verdade é um temor por parte de Sâmis da Silva em considerar a mala um tanto pesada, levando o povo da esquerda e gente que compunha o governo de Chico Brasileiro. Mas uma coisa é certa: da esquerda ou do centro, o Sâmis não despreza apoio.

 

Na política

Como anunciamos ao longo de semana, alguns partidos realizarão o lançamento de pré-candidaturas. É uma maneira de chamara a atenção da comunidade e, dependendo, atrair novos filiados e gente para ajudar na arrumação da casa para a eleição. A colheita de votos começa mais adiante e é por isso que os partidos pisam em ovos, pois qualquer interpretação de “propaganda antecipada” poderá até mesmo inviabilizar uma candidatura, se comprovado a transgressão das regras.

 

Tapetão

O que mais há neste período é gente na tarefa de “x 9”, ou seja, observando os erros dos adversários, tentando eliminá-los do jogo. Se antecipar às regras é um pecado capital e, complico os planos de muitos apressadinhos. Até mesmo o fato de “aparecer” além da conta pode ser um dor de cabeça.

 

E nas eleições

As regras são mais severas, cada candidato terá limitações em número de anúncios, tamanho da publicidade nas ruas; aumentará a vigília dos adversários e todo cuidado será pouco. A saia justa de campanha é que acaba fazendo com que muitos aproveitem o vácuo pré-eleitoral.

 

O PT, sábado

O diretório enviou convites aos filiados e pode ser, isso resulte em boa presença no evento de lançamento da dobradinha Vitorassi/Duso, mesmo com outras alas descontentes. Há uma informação bem séria de conversas dos dois, com várias frentes eleitorais, cada um vai para lado diferente, segundo disseram a este colunista, mas faz parte do jogo. E quando é que a política deixou de ser assim?

 

O UB, domingo

A presença do senador Sérgio Moro está confirmadíssima no evento de lançamento do empresário Zé Elias como pré-candidato a prefeito e do vereador João Morales na empreitada de reeleição ao Legislativo. Até onde se sabe, o União Brasil não pensa, pelo momento, em realizar compromisso com outras frentes; no máximo abre a vaga de vice e mesmo assim há regras muito ajustadas aos pretendentes.

 

Olho no lance

O fato é que muita gente estará de olho nos virtuais participantes desses eventos. Pré-candidatos de outros partidos costumar bater o cartão em lançamentos, sobretudo quando alguém importante aparece. Tanto o PT como o União Brasil estão trabalhando alianças em várias cidades. Em Foz, como sabemos, a situação pende mais para a direita, logo muita gente quer sair na foto ao lado de Sérgio Moro.

 

Bolsonaro na fronteira?

Espalhou-se um boato dando conta de uma visita surpresa do ex-presidente em Foz na semana que vem. Nada, em verdade, é confirmado. O que será Bolsonaro fará na fronteira? Vai ver apagará algum incêndio político, que ele mesmo causou.

 

Arraiá na paróquia

A festa na Matriz São João Batista é garantida e vai de hoje até domingo (23). É um dos eventos mais tradicionais da cidade, comemorando um século, sempre com comidas típicas, danças de quadrilha, exposições, ações entre amigos e a tradicional feijoada. O festerê terá quermesse e barracas com um pouco de tudo, no pátio da paróquia, enfeitada com bandeirolas exibindo a logomarca do centenário. A data do jubileu é segunda-feira, 24 de junho.

Rogério Bonato escreve correntemente ao Almanaque Futuro. 

 

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