Sobre as mentiras, as verdades e a preguiça…

Por Rogério Bonato –

Amigos e leitores de longos anos. De décadas. Quem atua neste ofício e durante muito tempo vive nele e dele, aprende que o melhor é tratar das coisas com verdade, logo, quem age assim, não se conforma com mentiras. E dá-lhe a mentirada de todos os lados, de fazer inveja ao Pinóquio; se mentir fosse um pecado capital e, as pessoas sabendo disso, desafiam tanto as escrituras, como na recente encrenca eleitoral, o capeta terá que ampliar as paredes do inferno, porque não haverá espaço suficiente para os condenados.

Na minha simplicidade de pensamento, acreditar na mentira é bem pior que o ato de simplesmente mentir. A pessoa que inventa algo que não existe, de cara concorre com uma dificuldade: encontrar quem leve o assunto à sério. O que os maledicentes não sabem, é que há um caminho inverso, relativa a gravidade das invencionices; quem se sente prejudicado vai fuçar, esmiuçar, e em algum momento identificar o autor e usará de todos os meios para desmascará-lo, com ou sem força de Lei.

Vamos combinar: dá uma preguiça danada passar raiva com essas bobagens, valorizando o que nada vale, porque beira o ridículo gastar tempo crendo em excrescências, obragens fétidas e sem sentido, que não levarão à absolutamente nada. A verdade é uma só e hoje há meios para desvendá-la. Olha só onde chegamos: “desvendar a verdade”! O que precisa ser desvendado é a mentira e os mentirosos. A verdade é fato e em muitos casos, apesar da crueldade, desencadeará consequências inevitáveis. Já, as consequências das mentiras são evitáveis e devem ser contornadas, do contrário se consumarão em injustiças. Não há nada mais triste que a injustiça causada pela irrealidade.

Há quem diga: “menti pelo bem”. Pensa? Imagina? Mentir só causa mal. O mentiroso é explicado até pela ciência, mas o dicionário é bem mais cruel: aquele que mente busca enganar outra pessoa se valendo de falsidade; é um traiçoeiro, farsante, desprovido de intenções sérias. Quem usa a internet para mentir, deveria pensar mais nesse “rótulo” em nada agradável, especialmente quando a falsidade é motivada pela inveja e ódio.

Partimos do pressuposto que há mais pessoas de bem, gente honesta e que sabe avaliar a realidade, do que os demais. E isso é uma realidade. Toda ação que cresce pela enganação, não se sustenta, ao contrário das construções éticas e honradas. O que é bom persiste, o que é ruim evapora igual vampiro no raio de Sol.

Lá no começo do texto mencionei a ampliação do inferno. É apenas uma ilustração, pois minha convicção é que os pecados são cobrados e pagos aqui, nesta vida, quando a consciência despertar e, passar a atormentar. Isso é o verdadeiro inferno, com labaredas torrando algo maior que a carne; é o fatídico churrasco da alma.

Todos os dias pessoas me perguntam: “até quando essa encrenca eleitoral vai persistir”. Eu respondo que depende: se for por meio da mentira, tudo se dissolverá e cada um vai procurar o seu rumo. Já, se houver verdade, poderá demorar. Há, no entanto, o lado prático da discussão, com prevalecimento daquilo que é verdadeiro pelo convencimento material, provas e documentos. Os mesmos elementos que concretam a história.

No sentido prático, as mentiras estão sendo banidas do processo e quando isso acontece, a Lei prevalece e se fortifica. Ao que entendemos, haverá a alternância de poder e tudo começará de novo em 2023. Nesse ritmo, veremos pessoas se articulando para fazer a máquina girar e outras para emperrar; tomara todos acreditem que seja pelo bem da população, pois é isso que vale. Não existe maioria e nem minoria, existe uma massa de brasileiros esperando as coisas melhorarem ou entrarem em acordo com aquilo que pensam e acreditam.

Eu acredito que o com tudo isso, o Brasil vai melhorar, com Lula e os lulistas, Bolsonaro e os bolsonaristas. Somos uma enorme tribo em busca do Tekoá e assim lutaremos até encontrar. O brasileiro entenderá que faz parte de uma Nação e os líderes precisam compreender e exercer o senso de estadismo.

 

Rogério Romano Bonato é jornalista, escritor e artista plástico