Por um novo olhar para a juventude

  • Por Luiz Henrique Dias –

Foz do Iguaçu já foi uma terra sem esperança e a cidade que mais matava jovens no Brasil, mas hoje somos uma cidade cheia de estudantes.

Com a vinda da Unila e do IFPR e com o fortalecimento da Unioeste e das instituições privadas, bem como com as faculdades de medicina no Paraguai, consolidamos a cidade como polo educacional e podemos oferecer às pessoas jovens outras perspectivas para além da violência urbana.

No entanto, podemos avançar ainda mais e fazer com que quem vem morar aqui para estudar tenha também a possibilidade de ficar por muito mais tempo, construir sua família e devolver à cidade, com trabalho e desenvolvimento econômico, o aprendizado que recebeu.

Para isso, precisamos em primeiro lugar, gerar empregos de alto valor agregado, buscando absorver a mão de obra qualificada formada aqui, principalmente nas áreas de tecnologia e engenharia, além de concursos públicos para profissionais que Foz forma mas não tem em seu quadro de servidores, como antropólogos, mediadores culturais, geógrafos e historiadores, dentre outros.

Ainda, ampliar avanços como o passe livre para estudantes, uma luta do Movimento Estudantil de Foz, precisam ser ampliados para todas as pessoas jovens, muitas desempregadas ou trabalhando em condições precárias, o que as impede de estudar. Ou mesmo para toda a população. Afinal, o direito à cidade deve ser garantido.

Também, devemos ser inovadores e defensores da pluralidade da juventude, buscando tornar a cidade mais agradável, atrativa e cultural, com eventos, feiras, shows e festivais, ampliação e construção de praças, novos pontos culturais nos bairros e construção do Teatro Municipal.

Foz do Iguaçu pode aproveitar que acontecem debates como a Conferência Municipal de Juventude, que ocorre neste final de semana, e se preocupar em não institucionalizar o encontro, mas em ouvir verdadeiramente o que as pessoas jovens precisam e querem.

Por fim, Foz deve assumir as políticas públicas de juventude como um projeto de cidade e transformar a secretaria que hoje cuida do tema, absolutamente inoperante, ausente e sem orçamento, numa secretaria potente e ativa, como o tema merece.

 

*Luiz Henrique Dias é professor e coordenador do Coletivo de Cidadania.