OSPB – O país discute a importância da matéria nos bancos escolares.

Por Adilson Pasini*

Tenho ouvido muito nos últimos dias sobre a necessidade de retorno da disciplina de OSPB no currículo escolar. Talvez muitas pessoas não se lembrem, mas OSPB – Organização Social e Política Brasileira, era uma matéria que tinha como conteúdo lições sobre a dignidade da pessoa humana, o culto aos símbolos nacionais, o conhecimento da organização sócio-político-econômica e os exercícios das atividades cívicas visando o bem comum.

Os desfiles são exercícios cívicos e em Foz do Iguaçu era uma festa de arrepiar quando passava a banda do então Batalhão de Fronteira, com um repertório que dava orgulho de ser brasileiro, fortalecendo o espírito patriótico dos que saiam de casa para assistir aquilo que se chamava de “espetáculo cívico”, hoje, nem tanto, infelizmente, o hino nacional é apenas instrumental, porque muitos tropeçam na letra deixada por Joaquim Osório Duque Estrada. A emocionante melodia foi assinada por Manoel da Silva, quase um século antes.

Voltando à disciplina de OSPB, a grade curricular embutia o desejo de influenciar a difusão cultural e a civilidade, mas a disciplina foi extinta na década de 90. Vale aqui lembrar que a proposição dessa matéria foi do educador Anísio Teixeira, em 1962, sendo obrigatória em 1969.

E, notadamente, hoje essa “turma das consoantes” nas redes, opta por qualquer outra matéria que fosse o Rock, Surf, Skate, Games e outras “cositas”, não se importando pelas disciplinas essenciais como Português, Matemática, Química, História e Geografia etc.

Mas diante do momento político e social que estamos vivendo nas últimas décadas, era da corrupção, dos desvios, da pouca cultura à nível educacional, tenho entendido que carece em nossas instituições de ensino algo que faça com que os alunos repensem o valor da sua pátria, que venham a ser cidadãos pensantes, que tenham formação de princípios democráticos, através da preservação do espírito, da dignidade humana e do amor à liberdade com responsabilidade.

Se voltar a ser obrigatória, e está bem adiantada essa discussão, quem sabe teremos uma inversão de valores, e, com certeza, no futuro, não teremos a promoção de políticos aproveitadores e de juízes partidários, mas sim com conhecimentos ampliados sobre o real papel das três esferas de poder.

O Brasil conclama por OSPB nas escolas, para resgatar ou tentar salvar as futuras gerações, porque a atual é capaz de não saber nem o nome do país em que vive.

Adilson Pasini* é professor universitário, auditor e escritor.