Os xerifes desbotados

Por Adilson Pasini* –

Estava aqui pensando nas histéricas do passado dos que acompanhavam a posse de grandes xerifes que levaram países e instituições ao abismo. As plateias que se prestavam a fazer o papel de garçom nem imaginavam que estavam sendo usadas por homens que sujaram suas mãos de sangue e se atolaram na lama na corrupção.

O futuro é feito da mesma matéria do presente, dizia a filósofa francesa Simone Weil, deixando concluir, logicamente, que o presente é feito da mesma matéria do passado, e só em pensar nos homens que passaram e falharam é o suficiente para sentir um friozinho na barriga.

Nessa introdução caberia um pouco de gasolina na máquina do tempo, mas levanto as mãos quando olho para o Brasil.

Diante de alguns discursos atuais vejo os xerifes do passado em cima dos túmulos discursando para a “companheirada”, falando em salvar o mundo, em proteger os pobres, em colocar a humanidade num lugar de prosperidade e outros palavrórios intestinais.

A história não registrou a concretização de nenhuma dessas promessas, tudo não passou de bravatas absolutas, livrando o povo de ser acorrentado nessa heresia exaltada que se chama comunismo, um tipo de regime espetaculoso em perversidade que tentaram implantar no Brasil e que não chegou até nós, graças a Deus.

Eram maníacos incuráveis que se intitulavam defensores da liberdade e tinham a convicção de que estavam do lado certo da história. E o que aconteceu com esses tiranetes emblemáticos? Os que perceberam o lado errado deram um jeito de fugir, outros ficaram por aí disfarçados e se infiltrando em instituições públicas e em guetos duvidosos.

Não é difícil encontrá-los, basta observar nas redes sociais os que tentam pasteurizar o nosso imaginário com discurso em defesa da democracia, quando na prática suas doutrinas são totalmente inversas. Não passam de gatunos corcundas que sempre esperam o momento certo para discursar para o povo, sem justificar seus atos passados que entupiram os potes sanitários, achando que o povo não percebe o comboio delirante que ora estão tentando colocar nas ruas, com o mesmo rótulo e com a mesma papagaiada de sempre.

*Adilson Pasini é Professor universitário, auditor e escritor